Aparelho age em casos de parada
cardíaca sem precisar tocar o coração
O
cardiologista e eletrofisiologista Rafael Ronsoni realizou, nesta semana, no
Hospital Dona Helena, o implante de um cardiodesfibrilador subcutâneo. Segundo
o médico, foi o primeiro aparelho deste modelo implantado na cidade. O
paciente, um homem de 36 anos, já havia sofrido com dois episódios de morte
súbita por parada cardíaca. “Agora, caso o incidente se repita, o evento
arrítmico poderá ser revertido prontamente”, explica. O procedimento contou com a participação de uma equipe com 10
pessoas.
Segundo
ele, o grande diferencial do procedimento realizado no HDH é a capacidade de
proteger contra a morte súbita sem tocar o coração. "O desfibrilador é
subcutâneo, localizado entre a pele e a costela. Ele não utiliza eletrodos
transvenosos, o sistema vascular se mantém preservado e reduz as chances de
infecções e trombose. Ou seja, a efetividade é igual à do aparelho usado
rotineiramente, mas ele apresenta mais segurança aos pacientes”,
ressalta.
De
acordo com Rafael, a chamada morte súbita por parada cardíaca pode ser causada
por uma falha na atividade elétrica cardíaca ou associada à presença de doença
estrutural do coração, como infarto ou insuficiência cardíaca: “Quanto mais rápido
o atendimento, em caso de parada cardíaca, maior a chance de sobrevivência. A
cada minuto perdido, a chance de sobreviver diminui de 7% a 10%”.
Nesses casos, é indicada a colocação de um dispositivo,
semelhante a um marca-passo, que reconhece a arritmia e emite um choque
interno, chamado de desfibrilador. “O modelo que costuma ser utilizado consiste
em um eletrodo (fio) implantado na superfície interna do coração que é
conduzido através de uma veia. O problema é que esse fio pode ocluir a veia e, em
caso de infecção, estará em contato direto com o órgão”, observa o médico.
Nenhum comentário:
Postar um comentário