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terça-feira, 7 de novembro de 2017

Os cuidados necessários com o bebê prematuro



No mês em que o mundo olha para os bebês prematuros, a Maternidade Brasília promove atividades de conscientização dos cuidados com o bebê e com a família 


O Dia Mundial da Prematuridade é comemorado em 17 de novembro. Pesquisa da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), divulgada em dezembro de 2016, mostra que a taxa de prematuridade no país é de 11,5%, quase duas vezes superior à observada nos países europeus. A coordenadora de enfermagem e responsável pela UTI Neonatal da Maternidade Brasília, Dayane de Barros Ferreira, afirma que a data é importante para a conscientização dos cuidados com o bebê prematuro e apoio à família que tem filhos internados em UTI Neonatal . “Os pais esperam que o bebê vá para casa, mas quando ele nasce antes do tempo e precisa receber cuidados especiais, há uma separação. Então, esses pais também precisam de apoio”, esclarece.

Normalmente, uma gestação dura cerca de 40 semanas. O bebê prematuro é aquele que nasce com menos de 37 semanas. Quando isso ocorre, o bebê fica um longo período hospitalizado, porque os órgãos ainda não estão totalmente formados: coração, cérebro, pulmões, pele são alguns dos órgãos que ainda precisarão crescer e se desenvolver em ambiente extrauterino. O bebê prematuro precisa respirar sozinho (sem aparelhos), ganhar peso, crescer e conseguir mamar adequadamente para receber alta.

Com tantos detalhes para aprender, os pais devem permanecer o maior tempo possível, acompanhando os cuidados da equipe e conhecendo seu filho. Na Maternidade Brasília, os pais podem acompanhar o seu bebê 24 horas por dia dentro da UTI Neonatal e são convidados a participar da rotina e dos procedimentos, sempre que possível. “Esse é um diferencial que auxilia na recuperação do bebê, uma vez que ele pode ter um contato mais frequente com os pais”, explica Dayanne de Barros Ferreira.

Para que o bebê consiga se alimentar diretamente no seio da mãe é feito um trabalho de estimulação com o auxílio das fonoaudiólogas. De acordo com a coordenadora da equipe de fonoaudiologia da Maternidade Brasília, Bivanete Cândido Araújo, a coordenação entre sucção, deglutição e respiração é um processo complexo e indispensável na introdução de uma via oral segura para os recém-nascidos. Bivante Araújo reforça que o trabalho de toda a equipe é focado para que o bebê se recupere o mais rápido possível. “Quanto mais ele for estimulado da forma adequada, mais rápido ele suga e pode ir para o aleitamento exclusivo no seio materno. Isso oferece segurança para a mãe e para o bebê, que pode voltar para casa mais cedo do que o esperado”. 


Leite materno

Os profissionais da Maternidade Brasília estimulam a ordenha beira leito. A mãe retira o próprio leite que é ofertado imediatamente para o seu bebê. “Na maioria das vezes, o prematuro nasce apresentando desconforto respiratório ou com baixo peso e não pode iniciar sucção em seio materno de forma imediata, pelo esforço que é feito durante amamentação. Por isso, o leite é ofertado direto nas sondas”, destaca Dayane.

O Banco de Leite Humano é responsável pela promoção, incentivo ao aleitamento materno, auxílio às mães que tenham dificuldades na amamentação, além de realizar a pasteurização desse leite, que é o processo para verificar a integridade e esterilidade das doações recebidas. A Maternidade Brasília possui um Banco de Leite Humano especializado e certificado com padrão Ouro. Ele assegura a doação, o processamento adequado e a distribuição do leite materno, cumprindo as normas técnicas de processamento e controle de qualidade. Além de oferecer estrutura física, equipamentos e recursos humanos especializados. 


UTI Neonatal

É o setor especializado para receber e atender os bebês prematuros ou em estado delicado de saúde. De acordo com a responsável pela UTI Neonatal da Maternidade Brasília, Dayane Ferreira, a equipe especializada está à disposição 24 horas. “São médicos neonatologistas, pediatras, cardiologistas pediátricos, psicólogos, fisioterapeutas, fonoaudiólogos, entre outros profissionais. Além da equipe de enfermagem especializada em cuidados com recém-nascidos e enfermeiras especialistas em neonatologia”, reforça.

Além da participação integral dos pais nas atividades do setor, a UTI Neonatal da Maternidade Brasília preza pela humanização no cuidado e conta com alguns projetos, como o Projeto Octo, em que polvos de crochê ajudam os recém-nascidos a se sentirem mais seguros e confortáveis durante o processo de internação e recuperação. Também possui o Horário do Soninho, que ocorre diariamente e é o momento em que todas as luzes da UTI são desligadas e nenhum procedimento é realizado para que o bebê tenha um momento de relaxamento.


 Como prevenir

Alguns fatores aumentam a possibilidade de um parto prematuro como a gestação de prematuro anterior, tabagismo e  a idade da mãe (mulheres acima de 35 anos e abaixo de 17 anos). “A melhor maneira de prevenir um parto prematuro é fazer um acompanhamento pré-natal adequado desde o início da gestação”, ressalta a coordenadora de enfermagem, Dayane de Barros Ferreira. 


Dia Mundial da Prematuridade 

Na semana de 6 a 10 de novembro, a Maternidade Brasília preparou uma programação especial que inclui palestras ministradas por especialistas sobre: os primeiros cuidados com os prematuros, estimulação oral com fonoaudiólogos, toque de borboleta com psicólogos, massagem shantala com a equipe de fisioterapia, colostroterapia, funcionamento do banco de leite e ordenha. As atividades incluem também uma sessão de fotos no estilo new born para os recém-nascidos. Já no dia 17 de novembro haverá um encontro das mães que já estão em casa com as que ainda estão com bebês internados. Neste dia, as fotos serão expostas e entregues para as famílias.





Novembro azul: Conheça os direitos do homem portador do câncer de próstata



Neste mês de novembro acontece, em diversos países ao redor do mundo, a campanha "Novembro Azul", visando alertar os homens sobre as doenças masculinas, em especial o câncer de próstata.

Esse tipo de câncer é o segundo mais comum entre os homens e não apresenta sintomas até estar em estágio avançado (quando o tratamento fica mais difícil).
Por isso, o ideal é que o homem de mais de 50 anos faça exames periodicamente, tanto o toque retal como o exame de sangue. 

Nesta época da campanha, é importante não só buscar a conscientização das medidas de precaução, mas também nos tratamentos e nos direitos que o portador de câncer de próstata (e de outros tipos) possui.

A advogada Joanna Porto, do escritório especializado em Direito à Saúde Porto, Guerra & Bitetti, elencou os mais importantes.

Veja quais são eles: 


Aposentadoria por invalidez e auxílio-doença:

Os pacientes que sofrem com o câncer e são considerados incapazes definitivamente para o trabalho, se estiverem inscritos no Regime Geral de Previdência Social (INSS), independentemente do pagamento de 12 contribuições, têm direito à aposentadoria por invalidez. 

Para aqueles que são considerados temporariamente incapazes para o trabalho por conta do câncer, é possível recorrer ao auxílio-doença. Neste caso, também é preciso estar inscrito no INSS. O benefício mensal é concedido quando o paciente fica impossibilitado de trabalhar por mais de 15 dias consecutivos. Vale ressaltar que não há carência para o seu recebimento. 

Amparo assistencial ao idoso e ao deficiente (LOAS - Lei Orgânica de Assistência Social):

A Lei Orgânica de Assistência Social (Loas) garante um benefício de um salário mínimo mensal aos portadores de deficiência que estejam incapacitados de trabalhar e ter uma vida independente. Para isso, é preciso atender a algumas exigências. "O critério fundamental é de que a renda familiar seja inferior a um quarto do salário mínimo", diz a especialista.


FGTS:  

O saque do FGTS (Fundo de Garantia por Tempo de Serviço) é outra garantia às vítimas de câncer. "O valor recebido será o saldo de todas as contas pertencentes ao trabalhador, inclusive a conta do atual contrato de trabalho", diz Joanna Porto.


Isenção de impostos:

Algumas isenções de impostos também são direito dos portadores da doença. É garantida a isenção, por exemplo, do imposto de renda relativo aos rendimentos de aposentadoria, reforma e pensão, inclusive as complementações. 

"A isenção do Imposto de Renda aplica-se nos proventos de aposentadoria ou reforma aos portadores de doenças graves, mesmo quando a doença tenha sido identificada após a aposentadoria", destaca Joanna Porto.

Nos casos em que o paciente apresentar deficiência física (tanto de membros superiores como inferiores), que o impeça de dirigir veículos comuns, outras isenções também são garantidas, como ICMS, IPI e IPVA na compra de veículos adaptados. Alguns municípios ainda garantem isenção do IPTU.


PIS: 

Os portadores de câncer e seus dependentes têm direito assegurado de realizar saque do PIS, na Caixa Econômica Federal (CEF). O direito garante o recebimento do saldo total de quotas e rendimentos.


Tratamento Fora de Domicílio (TFD) no Sistema Único de Saúde (SUS):

O deslocamento de pacientes de um município a outro (ou entre Estados, em casos especiais), é garantida pela Portaria SAS nº 055, de 24 de fevereiro de 1999. O TFD é concedido para pacientes atendidos na rede pública e referenciada, garantindo transporte para tratamento e hospedagem. Em casos com indicação médica, também são pagas as despesas do acompanhante. 


Quitação do financiamento da casa própria:

"Pacientes com invalidez total e permanente por conta do câncer possuem direito à quitação, desde que estejam inaptos para o trabalho e que a doença tenha sido adquirida após a assinatura do contrato de compra do imóvel", ensina a advogada Joanna Porto. Nos casos de invalidez, o seguro quita o valor correspondente ao que o interessado pagaria por meio do financiamento. 


Transporte coletivo gratuito:

O direito dos pacientes com câncer ao transporte coletivo gratuito está restrito a alguns municípios. Para ter mais informações, basta acessar o site do Inca (Instituto Nacional do Câncer).






Joanna Porto - Advogada
Porto, Guerra & Bitetti Advogados
Av. Giovanni Gronchi, 1294 - Morumbi
Cep. 05651-001 São Paulo/SP
www.pgb.adv.br





Seis perguntas para fazer a seu médico


Médicas e médicos de família e comunidade costumam se preocupar com a qualidade da comunicação e da relação com seus pacientes, tendo no método clínico centrado na pessoa uma de suas habilidades mais importantes. A literatura e o contato com as pessoas nos ensinam a valorizar a expressão livre, sem interrupções; a acolher dúvidas, ideias e resistências; e a esclarecer antecipadamente riscos e benefícios das intervenções consideradas.

A comunicação, no entanto, é essencialmente relacional, dependendo também da pessoa que consulta. Porém, a diferença de poder entre os dois atores da consulta ou outras características do encontro (como sua duração) podem criar situações em que o diálogo não seja favorecido, e a pessoa deixe a consulta com dúvidas ou tome decisões sobre sua saúde com menos informações do que deveria.

Baseado na iniciativa “Choosing Wisely” (que, em geral, sugere cinco perguntas) e em minhas experiências enquanto médico e paciente, sugiro seis perguntas que as pessoas deveriam fazer a seus (suas) médicos(as) em uma consulta. Elas visam promover o empoderamento dos sujeitos quanto à própria saúde, e podem também ajudar profissionais de saúde em geral (não só médicos/as das diversas especialidades) em busca de uma prática eticamente justificável e atenta às questões das pessoas.


1 -  O que acontece se eu não fizer esse exame ou tratamento? Médicos(as) podem indicar exames ou tratamentos por diferentes motivos: melhorar sintomas, afastar doenças raras, diminuir complicações, aumentar a expectativa de vida e, infelizmente, por influência da indústria farmacêutica. Assim, convém não tomar a indicação médica como verdade absoluta e perguntar sobre a possibilidade de não fazer nada.


2 - Quais são os riscos desse exame ou tratamento? Todos os medicamentos ou exames têm riscos de efeitos colaterais: um anti-inflamatório pode dar alergia, um hemograma pode levar a uma infeção de pele, uma vacina pode levar a uma paralisia dos membros. As decisões em saúde devem pautar-se pelo primum non nocere, “antes de tudo, não prejudicar”.


3 - Existem alternativas mais simples e seguras? Médicos indicam intervenções conforme suas experiências: médicos que atenderam muitas pessoas com doenças muito graves tendem a ser mais invasivos (pedirem mais exames, prescreverem mais tratamentos), o que nem sempre corresponde à preocupação ou à necessidade daquela pessoa em específico. Alternativas mais simples podem ser tentadas em muitas situações, como não prescrever um antibiótico na primeira avaliação – o bom e velho “tome uma dipirona e vamos observar”.


 4 - Que despesas terei, e por quanto tempo? É desnecessário dizer como tratamentos podem ser caros, e é importante que os(as) profissionais entendam os limites das pessoas que atendem, e o quanto pretendem investir. Mesmo que o acompanhamento seja feito em serviços públicos de saúde, pode ser necessário, por exemplo,  comprar um remédio que esteja em falta.


5 - Que efeitos colaterais posso esperar com esse tratamento ou exame? Terei algum tipo de limitação ou precisarei de algum tipo de ajuda? Como dissemos acima, exames e tratamentos podem ter efeitos indesejáveis. Muitos(as) médicos(as) têm receio de que, orientando as pessoas previamente sobre efeitos colterais mais comuns, elas desistam de usar uma medicação ou fiquem tão preocupados que “acabem sentindo aquilo mesmo”. No entanto, cada pessoa tem direito a escolher que efeitos colaterais prefere enfrentar ou não. 
Sonolência, por exemplo, pode não ser um problema para uma dona-de-casa jovem, mas certamente será para um motorista de ônibus; por outro lado, esse talvez possa tolerar algum ganho de peso com um tratamento, enquanto a outra, não.


 6 - O que devo fazer se tiver alguma dúvida ou intercorrência? Pode ser que sua médica ou médico não lhe dê seu número de telefone, mas você precisa pelo menos saber a quem procurar se tiver algum problema: um profissional disponível na mesma clínica, um pronto-socorro, uma equipe de acolhimento, o telefone da recepção etc.





Antônio Augusto Dall'Agnol Modesto - Médico de Família, membro da Sociedade Brasileira de Medicina de Família e Comunidade (SBMFC) e doutor em Medicina Preventiva pela Faculdade de Medicina da USP




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