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sexta-feira, 3 de novembro de 2017

A importância do Combate à Sífilis e à Sífilis Congênita



Sífilis é uma doença infecciosa transmitida pela bactéria Treponema pallidum por meio do sexo desprotegido ou transfusão sanguínea. Os maiores sintomas ocorrem nas duas primeiras fases, período em que é mais contagiosa. Ela se inicia com feridas nos genitais (externo e interno) e outras áreas do corpo como boca e ânus, que podem desaparecer espontaneamente, por isso dá a falsa impressão de cura. A lesão inicial geralmente é única, indolor, limpa de bordas duras (cancro duro) e acompanhada de íngua na virilha. Algumas semanas depois surgem manchas na pele (abdome, tronco, palmas das mãos e plantas dos pés). Se não tratada, a infecção pode causar lesões no cérebro, no coração e nos ossos futuramente.

“Conhecida como ‘o camaleão da medicina’, a sífilis é uma doença que engana muito a gente. Se você abrir a página de um livro de clínica médica verá que ela entra em diversos diagnósticos: queda de cabelo, queda de sobrancelha, unha deformada, problema mental de neurossífilis, manchas no corpo, hepatite, pancreatite, aneurisma de aorta e doença cardiovascular entre muitos outros. O resultado positivo para sífilis não é necessariamente igual a ter a doença, porque se a pessoa já teve e tratou, pode haver uma cicatriz sorológica, o que possibilita que o exame dê positivo. Ao mesmo tempo, se a pessoa está no primeiro estágio da doença, no início, o exame pode dar negativo”, explica Mauro Romero, presidente da Sociedade Brasileira de Doenças Sexualmente Transmissíveis (SBDST).

Em 2015, o número de indivíduos notificados com sífilis adquirida foi de
65.878, além de 33.365 gestantes com a doença no mesmo período no País.
Os casos de sífilis congênita, transmitidas de mãe para filho, chegaram a
19.228, dos quais 687 resultaram em abortos e 661 em natimortos, sem contar
os 221 óbitos pós-nascimento, um total que ultrapassa inclusive o número
de mortes provocadas pelo zika vírus.

Assessor do Programa Estadual e Municipal de DST/Aids de São Paulo,
o obstetra e ginecologista Valdir Monteiro Pinto chama a atenção para
os dados do Ministério da Saúde, que indicam que a sífilis adquirida vem
crescendo em todas as faixas etárias no Brasil. De 2010 a 2015, os casos notificados subiram de 1.249 para 65.878, ou seja, 52 vezes. Os maiores
aumentos ocorreram entre os jovens de 13 a 19 anos (61 vezes), seguido de pessoas entre 20 e 29 anos (59 vezes) e acima de 50 anos (55 vezes).

“As mulheres se encontram em situação de maior vulnerabilidade para aquisição das ISTs (infecções sexualmente transmissíveis) em geral e da sífilis em particular, principalmente pela dificuldade de negociação para o uso de preservativo em razão da desigualdade de gênero. Por outro lado, os homens, apesar de mais vulneráveis às doenças crônicas e de morrerem mais precocemente, não buscam os serviços de saúde de atenção básica, o que dificulta o diagnóstico precoce e o tratamento oportuno das ISTs, incluindo a sífilis”, reflete Valdir Monteiro Pinto.

Com o objetivo de oferecer informações técnicas atualizadas sobre a transmissão vertical do HIV, sífilis e hepatites virais, o Programa Municipal de DST/AIDS de São Paulo desenvolveu o aplicativo TV-SP. O app é direcionado especialmente para os profissionais da atenção primária e maternidades, de forma a subsidiá-los na tomada de decisão do pré-natal ao puerpério, contribuindo para melhoria da qualidade do serviço de saúde ofertado à população.

“Mulheres que engravidam com a infecção, sem diagnóstico nem tratamento devido transmitem a bactéria através da placenta para o feto, causando abortamento ou infecção no recém-nascido, que deverá apresentar várias sequelas graves como deformações dentárias, nos ossos, surdez, perda da visão, deficiência mental e até morte”, adverte Paulo Giraldo, presidente da Associação de Obstetrícia e Ginecologia do Estado de São Paulo (SOGESP). Dados da Organização Mundial da Saúde apontam que 25% das grávidas que têm sífilis sofrem aborto espontâneo ou dão à luz bebês natimortos.

“A meta era a erradicação da doença até os anos 2000, mas, infelizmente, foi o contrário. Houve um aumento crescente dos casos notificados de sífilis adquirida e de sífilis congênita, doenças que podem ser claramente curadas com o tratamento adequado. A realização da terapêutica indicada, quando do diagnóstico em gestantes, impede que haja a transmissão do agente para a criança. A gestante deve fazer o pré-natal para que haja o diagnóstico e o tratamento correto, durante a gravidez, impedindo a transmissão do treponema para o seu bebê”, aponta Claudio Barsanti, presidente da Sociedade de Pediatria de São Paulo (SPSP).

A transmissão vertical da sífilis ainda se mantém em taxas elevadas, apesar de possuir protocolo clínico bem conhecido, com triagem sorológica disponível e de baixo custo. A prevenção é feita com o uso de preservativo em todas as relações sexuais (vaginal, anal ou oral). Na gravidez é mandatório o exame de sangue para diagnóstico e tratamento precoce e a parceria sexual deve ser investigada.

“O aumento da oferta de acesso a exames e a informações prestadas
pela equipe de saúde, em um ambiente de envolvimento e comprometimento,
com maior adesão aos tratamentos prescritos e à prevenção, podem reduzir os indicadores de morbidade na população geral, de morbimortalidade materno-infantil e redução dos índices de sífilis congênita”, enfatiza o assessor dos programas de DST/Aids de São Paulo.

“A melhor forma de se diminuir o número de casos é a informação à sociedade e, principalmente, às futuras mães sobre o tratamento e a realização adequada do pré-natal”, concorda o presidente da SPSP.

“A união das especialidades médicas afins no combate à sífilis, tanto adquirida quanto congênita, deve ser cada vez mais intensa, com um fluxo de informações eficiente para que os médicos tenham dimensão do tamanho do problema e passem isso para os seus pacientes”, reforça o presidente da SOGESP.

Os postos de saúde oferecem testes rápidos para diagnosticar a doença, e o resultado deveria sair na hora, porém, segundo a SBDST, em alguns locais chega a demorar mais de 30 dias. “O exame de sífilis, VDRL, é feito a mais de 100 anos e conta com inúmeras publicações e campanhas para o combate da doença, mas, infelizmente, ainda temos um enorme problema pela frente. Precisamos aproveitar a oportunidade do Dia Nacional de Combate à Sífilis e construir a necessidade de unir diversos grupos para acabar com a doença”, destaca Mauro Romero.

O tratamento da doença é feito gratuitamente por meio do serviço público, entretanto, a penicilina, medicamento utilizado para administrar o tratamento, segundo Mauro, há anos conta com problemas de abastecimento.







QUAL A IMPORTÂNCIA DE MANTER A CARTEIRA DE VACINAÇÃO ATUALIZADA?



Seguir rigorosamente o calendário vacinal e manter a carteira de vacinação atualizada é muito importante em todas as idades, não só para se proteger de doenças que são facilmente evitáveis, como Sarampo ou Rubéola, mas também para prevenir aquelas que são consideradas graves e podem levar a morte, como é o caso do Tétano e Meningite.

A maioria das pessoas tem muitas dúvidas sobre o assunto ou acredita que essa questão seja voltada somente para um público específico ou de risco, como é o caso das crianças, gestantes e idosos. O que acho importante e sempre reforço com todos é que as vacinas são uma das ferramentas mais eficazes no combate a agentes infecciosos. Por meio delas, quando nosso corpo detecta o microrganismo, automaticamente produz os anticorpos necessários para evitar que a doença aconteça e se desenvolva, proporcionando uma maior proteção.

Algumas campanhas e ações são feitas diariamente com o único objetivo de conscientizar a população, orientar e mostrar a real necessidade e importância de tomar as vacinas corretamente. Se pararmos para pensar, quanto maior o número de pessoas protegidas, menor é a chance de elas serem atingidas por doenças, e, portanto, menor a chance de ocorrerem epidemias. Além disso, com a prevenção, o número de pessoas hospitalizadas diminui e há uma drástica redução da mortalidade e nos gastos com medicamentos.

O Brasil é um dos países que apresenta o maior número de campanhas de vacinação. De acordo com um estudo realizado esse ano pelo Ministério da Saúde, atualmente o país possui mais de 36 mil salas de vacinação, que juntas aplicam uma média de 300 milhões de imunobiológicos, e ainda exporta doses para mais de 70 países. De acordo com a Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS), o Brasil é referência internacional no processo de produção de vacinas.

Por fim, ressalto aqui que precisamos fazer a nossa parte e manter sempre nossa carteira de vacinação em dia, independentemente da idade. Se tem dúvidas se já tomou todas as doses necessárias, ou se ainda falta alguma vacina, procure orientação no posto de saúde mais próximo de sua casa, pois é preciso tomar cuidado, nos conscientizar para não deixarmos a saúde em segundo plano.





Júlia Herkenhoff Carijó - Médica Infectologista do Hospital Copa D'Or, Chefe Substituta da Área de Infecção Hospitalar do Instituto Nacional de Traumatologia e Ortopedia e parceira da Beep Saúde, plataforma que disponibiliza atendimento médico 24 horas com conveniência.




Cuidado! Cravos e espinhas podem evoluir para nódulos e cistos



Dermatologista Cíntia Mendonça aconselha como prevenir e tratar o mal


Os cravos e espinhas surgem devido a um processo inflamatório em que ocorre a obstrução das glândulas sebáceas e dos folículos pilosos. Quando não tratados podem evoluir para formação de cistos, nódulos e fístulas. Existem casos mais graves, como a acne conglobata e a acne fulminans, mais raras, mas que podem necessitar de internação hospitalar.

De acordo com a dermatologista Cíntia Guedes Mendonça, o tipo de pele influencia no surgimento dos cravos e espinhas. Para trata-los, o médico avalia o grau em que a acne está, “muito importante no tratamento é higienizar sempre a pele para diminuir as chances de o poro obstruir. Além disso, sabonetes e cremes específicos permitem a diminuição na quantidade das bactérias”, comenta a médica. Outro pormenor que também pode causar espinhas é o aumento nos níveis androgênicos (hormônios masculinos), além de tumores e a síndrome do ovário policístico.

Fazer uso do protetor solar e de sabonetes especiais, ter uma higienização adequada, além de uma alimentação equilibrada (diminuir o consumo de doces e carboidratos), não fazer uso de suplementos alimentares (salvo sob orientação médica) e lavar o rosto com água fria, pelo menos duas vezes ao dia, auxiliam no bom funcionamento das glândulas sebáceas. “A água quente retira a oleosidade da pele e causa uma oleosidade rebote, piorando o quadro. Ingerir doces e refrigerantes, consumir carboidratos como arroz, macarrão e pão, e exagerar no leite, pioram a acne”, adverte a dermatologista.

Dependendo da gravidade, o especialista deverá ministrar a substância “Isotretinoína” (o famoso Roacutan), via oral, que destrói as glândulas sebáceas, com chances de melhora de até 95%. No entanto, há sérias complicações para as mulheres que desejam engravidar. A medicação é metabolizada no fígado e pode aumentar o colesterol. Além disso, por destruir as glândulas sebáceas, a pele fica muito seca e, regiões como olhos, nariz e lábios precisam do uso de produtos como “lip balm”, colírio, spray nasal, hidratantes e protetor solar.





Dra. Cíntia Guedes Mendonça - Graduada pela Faculdade de Medicina da Universidade de Santo Amaro (SP), Dra Cíntia Mendonça possui título de especialista em dermatologia pela Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD) e certificação de medicina estética pelo Instituto Brasileiro de Ensino (ISBRAE). Pós-graduada em dermatologia pela Faculdade de Ciências Médicas de Minas Gerais, fez residência médica em ginecologia e obstetrícia pelo Hospital Municipal Maternidade “Dr. Mário de Moraes Altenfelder Silva” (Hospital Municipal Maternidade-Escola de Vila Nova Cachoerinha).





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