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sexta-feira, 17 de fevereiro de 2017

Sons e sentidos: a relação entre música e psicologia




A importância da união entre a ciência e a arte para proporcionar a sensação de bem-estar no nosso cotidiano


A música pode conduzir-nos a outros momentos e lugares, a diferentes tempos e ocasiões, consegue mudar nosso humor, colocar em movimento a energia corporal e psíquica e propiciar transformações psicoemocionais, cognitivas e espirituais.

Os sons se fazem presentes o tempo todo no nosso cotidiano. Alguns deles são muito agradáveis, outros nem tanto. E esse gostar ou não de um som acontece devido às experiências adquiridas ao longo da vida e do subconsciente.

Quando relacionamos a música com a psicologia, notamos que há vários pontos de aproximação e de afastamento entre elas, tanto na educação e cultura quanto na terapia. Alguns se acalmam ouvindo música clássica, já outros, com um rock, ou um clássico da MPB; existem aqueles que fazem atividades de lazer ouvindo uma música ou não; e há também aqueles que preferem tirar a exaustão do dia-a-dia cantando.

E como diz o famoso dito popular quem canta seus males você espanta! 
Independentemente se você canta profissionalmente ou apenas por hobby, a música é responsável por melhorar o condicionamento mental e aliviar o estresse.

De acordo com a coach vocal Sonia Polonca, a técnica e o método apresentados em suas aulas resgatam a voz mais escondida e tímida, elaborando um caminho de soltura e superação. “Uma frase que eu sempre uso nas minhas aulas, quando um aluno está começando no processo de técnica vocal é: você vai se surpreender com sua voz”, destaca.

Além disso, a sensação de bem-estar é aumentada porque o nível de cortisol, o hormônio do estresse, fica reduzido, não importando se a pessoa é afinada ou não.





Sonia Polonca - Com longa experiência musical, a coach vocal, Sonia Polonca iniciou sua carreira como cantora e pianista. Durante sua trajetória, trabalhou ao lado da mestra Nanci Miranda e passou pelo CLAM (Centro Livre de Aprendizagem Musical), escola do Zimbo Trio, onde fundou o departamento de voz. Graduada em psicologia, curso que é um diferencial em seu trabalho como coach, já instruiu grandes nomes da música e da dramaturgia brasileira. Sonia, além de seu show solo, é vocalista da banda Rock Box e do projeto As Franciscas, grupo de mulheres dedicadas aos clássicos de Chico Buarque.




Use a crise para se capacitar e rever condutas




Milhões de trabalhadores às voltas com o desemprego, milhares de empresas endividadas e muitas quase decretando falência, estados quebrados e agitados por protestos de servidores, o governo federal enfrentando queda de arrecadação e sem dinheiro para investimentos. Esse é o retrato da recessão, com duras consequências para a maioria dos brasileiros. Mas, se podemos afirmar que a crise tem um lado positivo, este é o que força as pessoas, as empresas e o próprio governo a profundas mudanças.

O governo precisa sanear suas contas e não gastar mais do que arrecada. As empresas precisam reavaliar seus negócios e adequar seus produtos às reais necessidades dos clientes. E cada um de nós deve mudar hábitos, evitar endividamentos e aproveitar a crise para melhorar a própria capacitação. O valor de cada indivíduo é cada vez mais medido com base em sua competência. “Apenas aqueles que são capazes de sobreviver em tempos difíceis é que têm condições de se tornar líderes na próxima era” (quando o crescimento econômico voltar), afirma o autor e líder espiritual japonês, Ryuho Okawa, que acaba de lançar em português “As Leis da Invencibilidade” (IRH Press do Brasil), mostrando caminhos para sairmos fortalecidos de uma recessão.

Temos de estar conscientes de que devemos suportar a dor das atuais privações e nos preparar para descartar antigos procedimentos que nos conduziram à situação atual. O economista e cientista político austríaco Joseph Schumpeter (1883-1950), conhecido como o “profeta da inovação”, fala em “destruição criativa”, um período de destruição que permitirá construir um novo futuro. É hora de revermos nossas condutas, nossas capacidades, nosso empreendedorismo, nossos negócios. Nos negócios, de modo especial, “os empreendedores
precisam desenvolver um agudo senso das tendências futuras”, diz Okawa.

Muitas das reflexões contidas em “As Leis da Invencibilidade” foram feitas por Okawa considerando a realidade japonesa da virada para o século 21. Mas se aplicam quase à risca à realidade brasileira atual. “Muitos dos negócios que estiveram sob proteção governamental serão forçados a falir. Isso inclui não somente pequenas firmas, mas também grandes corporações. Com isso, haverá desemprego em larga escala.”

As coisas ficaram mais difíceis, mas o lado positivo é que o valor de cada indivíduo será avaliado com base em sua competência. As pessoas começarão a descobrir o valor de investir em si mesmas e, assim, passarão a dar maior importância ao desenvolvimento de suas capacidades, diz o autor japonês. Na crise, “a forma mais eficaz de investimento é investir em si mesmo; o autoinvestimento produz o melhor retorno. A economia vai acabar se recuperando. Então, você deve investir em algo que lhe traga lucro quando isso ocorrer.”

O que você gasta em uma especialização pode trazer mais retorno do que os juros que receberia pela mesma quantia depositada num banco. Em épocas de recessão, se você gastar dinheiro, é melhor usá-lo para aprimorar os conhecimentos ou para aprender algo novo que possa desenvolver seu potencial. E se você tem uma família, também pode cortar gastos supérfluos e investir na educação dos filhos. Será, além da importância de uma boa educação para a vida pessoal deles, um investimento extremamente lucrativo.

É comum, nesse tempo de dificuldades, que sejamos forçados a trabalhar em funções muito distintas da profissão em que nos especializamos. É o caso de muitos engenheiros recrutados para trabalhar em vendas de máquinas e equipamentos, de nutricionistas voltados à distribuição e comercialização de produtos alimentares, de advogados, jornalistas, publicitários administradores e tantos outros profissionais atuando em serviços que pouco ou nada têm a ver com suas áreas. O segredo é não desanimar, certos de que, mesmo não sendo nadadores, temos que usar todas as nossas forças, físicas e espirituais, para alcançar a outra margem do rio. Mas, sem desespero e conscientes de que com equilíbrio nos recuperaremos. Não há crise que dure para sempre.

As crises ensinam que as pessoas nunca devem se acomodar. É no sofrimento que podemos moldar nosso caráter, como o ferreiro molda o ferro e fabrica belas ferramentas depois de levá-lo ao fogo. A vida é uma sequência contínua de batalhas e nossa meta é continuar vencendo todas as vezes que enfrentamos grandes desafios. Caso você tenha sido demitido de um emprego, defina um plano de ação junto com sua família, se aconselhe com amigos e vá à luta. É fundamental não ficar parado. Nunca desanime. Sofrer faz parte de nossa caminhada.





 Kie Kume - gerente da editora IRH Press do Brasil, que publica em português as obras de Ryuho Okawa.
Um dos autores mais prestigiados no Japão, Okawa tem mais de 2.100 livros publicados, ultrapassando 100 milhões de cópias vendidas, em 28 idiomas.




‘Cinquenta Tons Mais Escuros’: psicóloga analisa comportamento das personagens



 Prática ou jogo sexual, sadomasoquismo só pode ser avaliado como doença quando estiver impondo conflito, sofrimento, dor psíquica ou infelicidade, explica especialista


Jogos de dominação, sadomasoquismo, quarto da dor, romance e sexualidade são alguns dos elementos contidos na famosa trilogia “Cinquenta Tons de Cinza”. Após dois anos do lançamento do primeiro filme, a continuação “Cinquenta Tons Mais Escuros” chega aos cinemas nacionais. A adaptação é baseada no livro homônimo da escritora britânica E.L. James e os fãs do romance, grande parte formado por leitoras, poderão acompanhar uma nova etapa do relacionamento da estudante Anastasia Steele (interpretada pela atriz Dakota Johnson) com o empresário Christian Grey (vivido pelo ator Jamie Dornan).

Lançado nacionalmente no dia 9 de fevereiro – aproveitando o clima do Valentine’s Day, celebrado internacionalmente pelos namorados no dia 14 do mesmo mês –, o filme está novamente entre os mais comentados do momento, principalmente pelas cenas de sexo, que envolvem sadomasoquismo e submissão. Dividindo a opinião dos leitores, o comportamento dos protagonistas pode passar de aventuras sexuais até situações consideradas “anormais” por serem física e psicologicamente dolorosas.

No entanto, de acordo com a psicóloga do Hapvida Saúde, Lívia Vieira, nem sempre é possível dizer o que é “normal” em um relacionamento. “Os comportamentos só se tornam anormais ou patológicos a partir do momento que causam sofrimento, dor psíquica, influindo na qualidade de vida das pessoas e em suas necessidades biofisiológicas, como, por exemplo, causando insônia ou inanição”, explica.

De qualquer forma, segundo a especialista, é preciso ter atenção ao começar um relacionamento, preocupando-se com limites e respeito ao espaço do outro. Porém, as restrições variam de acordo com o casal e os desejos de cada um. “Ninguém é dono ou propriedade de ninguém, não vale tudo no relacionamento, mas não podemos condenar aqueles que precisam se sentir dominados e que se saciam disso”, afirma Lívia.

Esse comportamento de dominação na história também é refletido no relacionamento sexual das personagens, que tem como base o sadomasoquismo – junção das palavras “sadismo”, para aquele que sente prazer ao fazer outra pessoa sofrer, e “masoquismo”, isto é, indivíduo que tem prazer ao sentir dor –, cujo prazer está ligado às questões de poder e domínio. A psicóloga explica que o sadomasoquismo é considerado por alguns pensadores um distúrbio, por outros, uma prática ou jogo sexual e, na abordagem científica, como disfunção sexual.

De acordo com Lívia, o sadomasoquismo possui implicações mais amplas do que o prazer sexual. “Para diagnosticar alguém como sádico ou masoquista, primeiro se investiga as manifestações sexuais em toda a vida sexual da pessoa. Os sádicos sentem prazer em mandar e, muitas vezes, o que não é feito com os seus parceiros sexuais acaba sendo levado para outros momentos da vida”, esclarece.

Segundo a psicóloga, o sadomasoquismo só pode ser avaliado como doença quando estiver impondo conflito, sofrimento, dor psíquica ou infelicidade. Ou seja, quando o parceiro não está aceitando esse tipo de relação é que se constitui o conflito e, por consequência, a doença é diagnosticada.






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