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terça-feira, 14 de fevereiro de 2017

UNIÃO E ESTADO DE SÃO PAULO TÊM 120 DIAS PARA OFERECER TESTE DO PEZINHO AMPLIADO NA REDE PÚBLICA DE SAÚDE

 Triagem Neonatal Ampliada vai incluir exames para diagnosticar Toxoplasmose Congênita, Deficiência de Glicose-6-Fosfato Desidrogenase (G6PD) e Galactosemia



A Quarta Turma do Tribunal Regional Federal da 3ª Região (TRF3) determinou que a União e o Estado de São Paulo implantem solidariamente, no prazo de 120 dias, o serviço de Triagem Neonatal Ampliada na rede pública de saúde do estado de São Paulo, acrescentando ao conhecido “teste do pezinho” exames para diagnosticar a Toxoplasmose Congênita, Deficiência de Glicose-6-Fosfato Desidrogenase (G6PD) e Galactosemia. A decisão foi publicada no dia 20 de janeiro no Diário Eletrônico da Justiça Federal da 3ª Região.

A turma julgadora determinou ainda que os entes federativos garantam atendimento médico interdisciplinar, medicamentos e eventuais cirurgias corretivas para as crianças diagnosticadas, devendo essa política pública ser incluída em seus planos orçamentários, sob pena de multa diária no valor de R$5 mil.

A ação civil pública foi proposta pelo Ministério Público Federal (MPF), que questionou a omissão da União e do Estado de São Paulo em ampliar o diagnóstico para essas doenças, o que estaria contrariando o Estatuto da Criança e do Adolescente e colocando em risco o direito à vida, pois o diagnóstico precoce pela triagem neonatal pode reduzir o número de hospitalizações e óbitos.

A decisão de primeira instância havia indeferido o pedido, sustentando que serviços e benefícios da Seguridade Social não podem ser criados ou ampliados sem respectiva fonte de custeio, não podendo o Poder Judiciário interferir na política orçamentária do Estado.

No entanto, no TRF3, o desembargador federal Marcelo Saraiva, acompanhado por unanimidade pela turma julgadora, deu ganho de causa à apelação do MPF. Ele explicou que a Triagem Neonatal Ampliada não se refere à inovação da medicina, pois a rede particular já realiza essa triagem há muito tempo, já existindo aplicação do referido teste há mais de uma década, e alguns Estados, como Goiás e Santa Catarina, já realizam exames para essas doenças na Triagem Neonatal em rede pública.

Segundo ele, mesmo depois de já reconhecida a eficácia, a importância e a essencialidade da Triagem Neonatal Ampliada, o Estado de São Paulo ainda não realiza os exames da forma devida, “em clara violação à dignidade da pessoa humana”.


Teste do Pezinho

O “Teste do Pezinho” é obrigatório na rede pública de saúde para a detecção das seguintes doenças: Fenilcetonúria, Hipotireoidismo Congênito, Doenças Falciformes e outras Hemoglobinopatias, Fibrose Cística, Hiperplasia Adrenal Congênita e Deficiência de Biotinidase.

Segundo o desembargador, mesmo após a evolução da medicina referente ao diagnóstico de outras doenças por meio da Triagem Neonatal, ainda não se tornaram obrigatórios exames para Toxoplasmose Adrenal Congênita, Glicose-6-Fosfato Desidrogenase (G6PD) e Galactosemia.

Para o magistrado, os documentos juntados aos autos mostram a importância do diagnóstico precoce em triagem neonatal das referidas doenças, cujo exame já possui eficácia comprovada, podendo reduzir o número de hospitalizações e óbitos, assim como as inúmeras consequências das doenças. Ele afirmou que o Estado deve acompanhar a evolução da medicina e que a realização da triagem neonatal ampliada visa à efetivação do direito à saúde e à preservação do direito à vida digna.


Separação dos poderes

O desembargador afirmou ainda que não podem os direitos sociais ficarem condicionados à boa vontade do administrador, devendo o Judiciário atuar como órgão controlador da atividade administrativa. “Seria uma distorção pensar que o princípio da separação dos poderes, originalmente concebido com o escopo de garantia dos direitos fundamentais, pudesse ser utilizado justamente como óbice à realização dos direitos sociais, igualmente importantes”.

Para ele, “quando o não desenvolvimento de políticas públicas acarretar grave vulneração a direitos e garantias fundamentais assegurados pela Constituição, é cabível a intervenção do Poder Judiciário como forma de implementar os valores constitucionais”.

Ele afirmou ainda que o Estado não comprovou a falta de recursos financeiros para a implantação dessa medida ou que os recursos existentes já estavam alocados para outros direitos fundamentais essenciais.

Assim, “não existe empecilho jurídico para que o Judiciário determine a inclusão de determinada política pública nos planos orçamentários do ente político, haja vista que não houve comprovação objetiva da incapacidade econômico-financeira da União e do Estado”.

O desembargador ainda ressaltou que a ampliação do exame de triagem neonatal poderá constituir uma contribuição expressiva para o progresso da saúde pública, sem representar acréscimo relevante nas despesas do setor. Ao contrário, os benefícios proporcionados pelo diagnóstico e tratamento precoces das moléstias possibilitará maior racionalização dos gastos públicos com a assistência médico-hospitalar e com o tratamento integral da doença.

Apelação Cível 0010114-89.2012.4.03.6100/SP





NOVILÍNGUA, EUFEMISMOS E ... TESTOSTERONA




        O famigerado "politicamente correto" parece nascido nas páginas de 1984, o profético livro de George Orwell sobre o totalitarismo em expressão máxima. É a própria "novilíngua", que manipula, suprime ou recompõe vocábulos para dominar a linguagem e o pensamento. O "politicamente correto" já fez muito disso e já foi longe demais. Vocábulos triviais foram carimbados como impróprios e se converteram no que Orwell talvez chamasse de "impalavras", ou "despalavras". Ao sumirem, por supressões e patrulhamento, some a ideia que expressam e é restringido aquilo que podemos pensar. 

        No "politicamente correto", usa-se e abusa-se dos eufemismos, trocando-se palavras fortes por palavras fracas para tornar palatável o que deveria ser rejeitado. Neste último fim de semana, por exemplo, a edição de ZH estampou matéria cujo título mencionava o possível fim da "paralisação" dos policiais militares no Espírito Santo. Paralisação? Mas aquilo não foi um motim? 

Na Globo News, uma locutora referia as "eventuais ações" sobre "possíveis crimes" praticados pelos "grevistas". O próprio presidente da República, em nota sobre aqueles episódios, pediu o fim da "paralisação". Não fazem diferente aqueles que falam em "ocupação" sempre que manipulados baderneiros de esquerda metem o pé e entram porta ou vidraça adentro em alguma propriedade pública ou privada. Ora, só se pode ocupar o que está vago, devoluto, ou não tem proprietário, inquilino ou comodatário. Tudo mais é invasão, seja um parlamento, uma estância ou uma escola. 

        O que acabo de escrever evidencia a crescente fragilidade nas nossas estruturas de comunicação. Se formos desatentos a esses e outros processos em curso na vida social, corremos o risco de ser tragados por eles, imperceptivelmente submissos a um insinuante ideal totalitário, tornando-se a sociedade vulnerável ao domínio de quem controla as palavras que ela usa.

        Por isso, chamam a atenção de todos, com aprovação de muitos e rejeição de outros tantos, a conduta e o vocabulário utilizado por agentes políticos como Trump e Bolsonaro. Do primeiro, escreveu outro dia o prof. Neemias Félix que, perto dele, o segundo parece um poeta. O que os faz notórios, principalmente, é a ruptura com a novilíngua, com os eufemismos e com o déficit de testosterona, que já habituou a sociedade a conviver com falas molengas e discursos pasteurizados, nos quais só os adjetivos lânguidos e as imprecisões cuidadosamente estudadas têm assento às mesas onde a comunicação se estabelece. 

        Caem juntas, a cultura e a civilização. Caem a golpes de dissimulação, covardia e melindres, vulgarmente conhecidos como mimimis. 







 Percival Puggina - membro da Academia Rio-Grandense de Letras, é arquiteto, empresário e escritor e titular do site www.puggina.org, colunista de Zero Hora e de dezenas de jornais e sites no país. Autor de Crônicas contra o totalitarismo; Cuba, a tragédia da utopia; Pombas e Gaviões; A tomada do Brasil. integrante do grupo Pensar+.





“COM A VISÃO NÃO SE BRINCA”




Campanha chama a atenção para a prevenção da cegueira evitável na infância e fase adulta e busca mobilizar e envolver a sociedade



Cerca de 80% dos casos de cegueira poderiam ser evitados caso existissem ações efetivas de prevenção e/ou tratamentos, principalmente nos países em desenvolvimento como o Brasil. Para alertar sobre os cuidados com os olhos, a Fundação Dorina Nowill para Cegos, com o apoio da L’Occitane en Provence, lança a campanha “Com a visão não se brinca”.

O mote da ação apresenta uma reflexão e importante sobre a prevenção da cegueira evitável na infância e na vida adulta. Para reforçar este objetivo e gerar mobilização da sociedade e do Governo, a Fundação Dorina contou com a parceria do CBO - Conselho Brasileiro de Oftalmologia e da ONCB – Organização Nacional de Cegos do Brasil


Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), existem 45 milhões de pessoas cegas e outras 135 milhões que sofrem com limitações severas de visão em todo o mundo. No Brasil são 6,5 milhões de pessoas – cerca de 3,5% da população – que têm deficiência visual de acordo com o Censo 2010 do IBGE. O vídeo da campanha, assinada pela Agência Pilar, pode ser visto aqui, com audiodescrição – recurso de acessibilidade aplicado pela DNA Editora e Soluções em Acessibilidade, empresa da Fundação Dorina – e aqui, sem audiodescrição.


Cegueira na infância

Nas crianças, as principais causas de cegueira são o glaucoma congênito, a retinopatia da prematuridade, a catarata congênita e a toxoplasmose ocular congênita. Entre as medidas para evitar a deficiência visual na infância está o Teste do Olhinho, capaz de identificar precocemente diversas doenças, permitindo ações de intervenção precoce que reduzem de forma significativa as sequelas oculares.

Além disso, a vacinação de mulheres adultas contra a rubéola e o sarampo, antes da gravidez, e o exame para a toxoplasmose no pré-natal se constituem importantes ações de prevenção de doenças oculares que causam deficiência visual nos bebês.

Todas as intervenções devem ser realizadas o mais rapidamente possível, lembrando que a visão se desenvolve até o 7 anos de idade!


Cegueira na vida adulta

Entre as causas mais frequentes de cegueira na população adulta estão o glaucoma, a retinopatia diabética, a atrofia do nervo óptico, a retinose pigmentar e a degeneração macular relacionada à idade (DMRI).

A retinopatia diabética e o glaucoma podem ser prevenidas, por isso deve se ter atenção redobrada no acompanhamento regular do diabetes e, anualmente, da medida da pressão intraocular, principalmente após os 40 anos de idade e antes disso se houver casos de glaucoma na família.


E quando estou perdendo a visão?
“O diagnóstico precoce da perda visual e a indicação de um serviço especializado podem reduzir significativamente os impactos desta perda na vida de uma pessoa. Por isso, é muito importante que os oftalmologistas encaminhem seus pacientes para instituições ou profissionais que ofereçam atendimentos específicos para o desenvolvimento das crianças com deficiência visual e retomada das atividades do cotidiano, no caso dos adultos com perda visual”, indica Eliana Cunha, especialista em deficiência visual na Fundação Dorina.

Na Fundação Dorina, por exemplo, os Serviços de Apoio à Inclusão são destinados a todos que apresentam diagnósticos de deficiência visual – cegueira ou baixa visão – para pessoas de todas as idades. Entre o escopo de atendimento estão a reabilitação e o apoio escolar, desenvolvidos por uma equipe multidisciplinar e que abrangem a terapia ocupacional, psicologia, oftalmologia, ortóptica, fisioterapia, pedagogia, assistência social, orientação e mobilidade para uso da bengala, atividades do dia a dia, entre outros serviços gratuitos.

“Quando falamos de saúde ocular, a prevenção é o melhor caminho a ser escolhido! E as campanhas são meios eficazes de informar e conscientizar a população, contribuindo de forma gradual para uma mudança de cultura”, finaliza Eliana Cunha.






Sobre a Fundação Dorina Nowill para Cegos
A Fundação Dorina Nowill para Cegos trabalha há 70 anos pela a inclusão de pessoas cegas e com baixa visão em todo o Brasil. A instituição promove a autonomia e independência das pessoas com deficiência visual e busca garantir acesso à cultura e informação por meio de serviços especializados e gratuitos. www.fundacaodorina.org.br | www.facebook.com/fundacaodorina





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