Todo segundo
semestre de cada ano traz uma curiosidade intrínseca em quem se envolve, de um
jeito ou de outro, com tendências: o que vem por ai? Que conceitos, que motes,
que rumos a sociedade do consumo deve tomar? No Brasil, eventos nacionais de
design e objetos trouxeram um pouco do que temos. Feiras internacionais de
revestimentos já aconteceram, trazendo um novo olhar sobre o “mesmo”. Mas, ao
que parece, são as novas cartelas de cores que definem, como ninguém, os
“novos” rumos que a sociedade já tomou – sem que nem ela mesma saiba.
Dualidade, polaridade e personalidade do consumidor. Também para o setor de cores - tão abrangente , indo da moda casa à moda das passarelas e ruas, do design de objetos ao design gráfico, gastronomia e até o setor automobilístico - o estilo que vale é o do consumidor.
Esse assunto foi levantado por mim na matéria "Fora da Caixa" na revista eletrônica www.revestir.com.br, postada em março: as infinitas possibilidades.
O consumidor parece menos atrelado aos modismos e mais interessado em se expressar como realmente quer – seja lá o que isso for -, traços de uma nova personalidade que vem abrindo caminho em vários setores de consumo. Inclusive em um dos mais tradicionais – o imobiliário, ligado à posse, ao poder de compra. Queremos testar, experimentar, conviver, compartilhar – de coisas à vivências, de casas a locais de trabalho, de viagens a carros! Como se todo consumo fosse uma grande rede social.
Esse pequeno estudo nos leva a entender – ou pelo menos a tentar - o que interfere, de um jeito ou de outro, em nosso jeito de viver. Ou seria melhor dizer o contrário , no como nosso jeito de viver interfere na escolha das cores. E, o mais importante: quais os conceitos que se cruzam, quais os pontos comuns? Sim, pois são os pontos confluentes, cruzados, achados pelos coolhunters que , com certeza, participaram dos estudos e pesquisas, que definem muito mais do que cores – e moda.
Tendência pressupõe coletividade. Ou seja: sob que conceitos o mundo está vivendo, inclusive eu e você – mesmo que não saibamos? Tendência, como o nome já diz, “ tendere, tender a” , pressupõe algo que vem do presente, do agora vivido – e não do futuro, como muitos gostam de pensar. E, a meu ver, deveria servir apenas como parâmetro, não como medida, métrica, exatidão.
Quais os comportamentos levantados - e representados por cores - por renomados institutos, como Pantone, Colour Futures/Coral , Colormix ( Sherwin William) - mas também de cartelas – e sentimentos – da marca de tintas americana Behr, que criou, com seu estudo, uma cartela de 20 cores em edição limitada.
Dualidade, polaridade e personalidade do consumidor. Também para o setor de cores - tão abrangente , indo da moda casa à moda das passarelas e ruas, do design de objetos ao design gráfico, gastronomia e até o setor automobilístico - o estilo que vale é o do consumidor.
Esse assunto foi levantado por mim na matéria "Fora da Caixa" na revista eletrônica www.revestir.com.br, postada em março: as infinitas possibilidades.
O consumidor parece menos atrelado aos modismos e mais interessado em se expressar como realmente quer – seja lá o que isso for -, traços de uma nova personalidade que vem abrindo caminho em vários setores de consumo. Inclusive em um dos mais tradicionais – o imobiliário, ligado à posse, ao poder de compra. Queremos testar, experimentar, conviver, compartilhar – de coisas à vivências, de casas a locais de trabalho, de viagens a carros! Como se todo consumo fosse uma grande rede social.
Esse pequeno estudo nos leva a entender – ou pelo menos a tentar - o que interfere, de um jeito ou de outro, em nosso jeito de viver. Ou seria melhor dizer o contrário , no como nosso jeito de viver interfere na escolha das cores. E, o mais importante: quais os conceitos que se cruzam, quais os pontos comuns? Sim, pois são os pontos confluentes, cruzados, achados pelos coolhunters que , com certeza, participaram dos estudos e pesquisas, que definem muito mais do que cores – e moda.
Tendência pressupõe coletividade. Ou seja: sob que conceitos o mundo está vivendo, inclusive eu e você – mesmo que não saibamos? Tendência, como o nome já diz, “ tendere, tender a” , pressupõe algo que vem do presente, do agora vivido – e não do futuro, como muitos gostam de pensar. E, a meu ver, deveria servir apenas como parâmetro, não como medida, métrica, exatidão.
Quais os comportamentos levantados - e representados por cores - por renomados institutos, como Pantone, Colour Futures/Coral , Colormix ( Sherwin William) - mas também de cartelas – e sentimentos – da marca de tintas americana Behr, que criou, com seu estudo, uma cartela de 20 cores em edição limitada.
Para a Behr, as
cores foram divididas em três paletas, inspiradas por traços de personalidade,
a empresa garante que as paletas podem ser combinadas, dando-nos o primeiro
rumo de nossa pesquisa: possibilidade de escolha. O “eu – ou nós” como centro,
bem longe dos modismos.
Para a nova geração, esses seres criativos,
onde os verbos compartilhar e socializar estão presentes no dia a dia –
amizades, relacionamentos, espaços ( viagens, moradia, local de trabalho,
etc. ), a paleta Confiante traz um leque de cores fortes. Nela, tudo lembra
diversão e aventura. Foi pensada para quem já tem experiência com cores
fortes e/ou gosta de arrojar. A calmaria vem na cartela Composta, com sete
tons, entre terrosos, e verdes azulados, quase cênicas, as preferidas de quem
aposta em designs tradicionais e espaços contemporâneos. São os
“tradicionais”, os “clássicos”, os que sabem o que querem - e primam pelo bom
gosto. Para os mais introvertidos, paleta Confortável, um “mundo perfeito” em
tons pastel - já fortes desde 2016 - ganhando o reforço de uma série de tons
desgastados/destroyed, vintage. Para eles, um oásis em meio ao “caos” urbano
de cinzas, pretos e cores vibrantes. O conforto emocional, como gosto de
dizer, onde o conhecido e reconhecido são a base, o chão.
Já a cartela da Pantone traz as tendências e os padrões de cores profissionais para as diferentes indústrias – não só de tintas - como vestuário, acessórios, cosméticos, lifestyles, design gráfico, design de produto e de interiores. E vem baseada na fuga do convencional. De novo, a personalização, a versatilidade, a abertura de possibilidades sendo postas a prova. Sair do lugar comum é o mote. A partir do livro “Reveal”, lançado a cada dois anos, de 18 a 24 meses antes da temporada pelo Pantone Color Institute, entende-se todos os caminhos, a mescla de comportamentos, as inspirações sazonais, cores-chave e harmonias entre elas. O conceito do livro Reveal conforme o site Emobile, “envolve uma polarização, explorando o contraste entre as cores reais e irreais, ausentes e presentes. Assim, há desde tons modestos e despretensiosos até os mais saturados, que expõem declarações ousadas. Entre eles, ficam os tons sóbrios e mais tranquilos. “Nós achamos essa ideia de ausência e presença, obscura e reveladora, muito relevante não apenas quando se trata de cor, mas também na forma como lidamos com nossa vida cotidiana”, aponta a vice-presidente do Pantone Color Institute, Laurie Pressman. E explica: “por um lado, há um desejo de voltar para o simples, o honesto e o despretensioso. Por outro, a contínua presença do maximalismo e o desejo de aparecer e ser visto”. Dualidade, polaridade, personalização. Não é o que somos? É em um azul acinzentado , profundo, tranquilo, que a marca de tintas Coral aposta para 2017. Batizado de Mergulho Sereno, o tom é atemporal e foi eleito pelo estudo de tendências Colour Futures, que reúne grupo de pesquisadores, liderados por Heleen van Gent, no Centro de Estética Global da Akzo Nobel , na Holanda. “Mergulho Sereno transita em todos os estilos de vida e de decoração. Trata-se de uma cor reconfortante, que reflete o que buscamos neste momento”, aponta Heleen. Com o mote central "A vida sob um novo ângulo", foram apresentadas também 45 tonalidades, reveladas em quatro tendências globais, temas que abraçam alguns comportamentos notados hoje na sociedade: Novo Romantismo, Individualismo Compartilhado, Home office e Reinvenção do Luxo. Novo Romantismo trata do resgate da conexão do ser humano com a natureza. Tons modernos para criar um clima calmo e convidativo. Mais arrojado, Individualismo Compartilhado aborda a cultura do compartilhar e os novos jeitos de viver, influenciados pelas comunidades criadas via redes sociais. Home office pauta sobre o movimento de trabalhar em casa - e a busca pelo equilíbrio entre a vida profissional e pessoal. E Reinvenção do Luxo considera que as experiências pessoais têm mais valor do que o excesso de consumismo. Uma paleta de cores neutras para você se concentrar em suas memórias e experiências. A Sherwin Williams trouxe como Cor do Ano 2017 o SW 6039 Poised Taupe – um tom misterioso, mistura do calor da terra com o “frio” de um cinza complexo, trazendo como resultado em tom equilibrado, conservador. Clássico e moderno ao mesmo tempo. Quente e frio. Pés do chão e cabeça na tecnologia. Neutro, mas com personalidade. Pano de fundo e centro das atenções. É tal polaridade de que falamos. Conservador, e por isso mesmo fácil de agradar. Combinações de abrem, desde seus subtons até verdes, mostardas, azuis, roxos –mas todos sem criar grandes contrastes. E é o que se vê na cartela como um todo, a Colormix 2017 , onde os tons aparecem nostálgicos, mergulhados em uma cultura mais profunda, menos rasa. A cartela vem dividida em quatro paletas: Noir, Holistic, Intreped e Unbounded: - Noir traz tons que são um refúgio contra as luzes urbanas e tantas telas incandescentes. Um espaço para dirigir o olhar para dentro e recarregar o espírito. Melancolia consciente, um novo romantismo dos costumes revividos, de beleza agridoce. - Em Holistic, o design sustentável e a responsabilidade frente à vida são os novos padrões. Um luxo chamado de justo, amigável. "Fazer o bem" é a nova boa aparência, e está tomando a forma de um certo sentido a mais do que viver e pegar novas “estradas”. A busca de um ideal, nem que ilusório, de um mundo melhor. - Intrépid traz o virtual e o real em comunhão. A identidade mais fluída. O movimento “Co”, de colaboração, de convivência - casa, trabalho, locomoção, alimentação. Impaciente para a mudança social e política, estamos nos reinventando em primeiro lugar. "Você faz você" é o mantra de uma geração preparada para a auto-expressão, aplaudida por sua própria torcida e jogando de lado velhas categorias. Há uma energia agressiva para o momento presente, chegando em tons de fogo e cores vibrantes. - Já Unbounded chama a atenção para a imigração global , o redefinir de fronteiras, a nossa identidade nacional e nosso senso de coexistência. Somos todos cidadãos do mundo agora. As marcas estão cada vez mais com propósitos, as comunidades mais conectadas. O projeto é a adaptação às populações mais diversificadas. O consumo excessivo acabou: estamos mais propensos a investir no melhor que podemos pagar - trabalhado e personalizado - e, em seguida, mantê-lo para sempre. Consciência global é um mural pintado em mostardas de terra, oceano azuis, corais e lama. Assumir sua própria personalidade e seu jeito de viver, mas sem esquecer que o momento é de compartilhamento – de objetos e de ideias. Sem esquecer que o luxo de ser é maior que o luxo de ter. Que o momento é de sustentabilidade e de um consumo mais bem pensado, mais responsável, mais consciente. Que o mundo está passando por enormes transformações – mas que a maior delas deve começar dentro de cada um de nós. Para conhecer mais sobre outras tendências e estudos de Cores 2017: http://www.revestir.com.br/coluna_da_joyce/body_coluna_da_joyce.html Joyce Diehl - arquiteta (UFSC), com pós em Branding de Conexão (PUCRS), é Editora de Conteúdo da www.revestir.com.br, bem como de suas redes sociais. Especializada em especificação de materiais e na divulgação deles, tem trabalhos com marcas e produtos do setor, tanto no estudo para lançamento no mercado, quando na divulgação nas redes sociais, além de treinamento para lojistas e workshops para associações e escolas de arquitetura e design de interiores. |