Os pais são extremamente essenciais na aceitação dos alimentos pelos pequenos Tanaphong Toochida/ Unsplash |
Carla Deliberato, fonoaudióloga com experiência em casos de seletividade alimentar, mostra a relevância da interferência parental na alimentação dos pequenos
"Meu filho é chato para comer". Se você
nunca ouviu essa frase, com certeza pelo menos conhece alguém que já falou algo
parecido. Quando as crianças são pequenas é normal que manifestem alguma
estranheza em comer certos alimentos. A textura e o cheiro, por exemplo, acabam
influenciando muito as caras feias dos pequenos na hora das refeições.
Estudos realizados pelo Cenda mostram que de 3 a 5
mães de cada 10 dizem que o filho tem ou teve problemas importantes de
alimentação. "A seletividade alimentar é algo inerente à criança e tem
vários motivos, a participação dos pais é com certeza uma delas",
explica a fonoaudióloga, especialista em motricidade oral com experiência em
casos de recusa e seletividade alimentar, Carla Deliberato.
Muitos acreditam plenamente naquele achismo passado
de geração em geração que diz que a seletividade alimentar e a recusa por
determinados alimentos pelos pequenos é uma fase e que isso passa. No entanto,
isso não é uma verdade como pode parecer e responsáveis pelas crianças
precisam sim dedicar tempo e atenção ao momento das refeições.
Com a correira do dia a dia, os responsáveis podem
negligenciar o momento de comer com os filhos. Durante o desenvolvimento do
paladar da criança, tudo que ela experimenta é novidade e é extremamente
crucial que introduzam alimentos saudáveis para as crianças, mesmo que elas
façam birra e se recusem a comer.
"É necessário introduzir a refeição ao menos
12 vezes, apresentando para a criança o mesmo ingrediente preparado de formas
diferentes para ter certeza de que ela realmente não gosta", comenta a
especialista.
Cada vez mais vemos crianças com acesso à tablets,
computadores e celulares. Às vezes, o erro das mães é acreditar que as telas
são uma alternativa, uma ótima opção para entreter os pequenos na hora da
refeição, mas a prática pode ser perigosa.
"Quando a criança está na frente de uma tela,
toda a concentração está naquilo que ela está vendo e ouvindo, quando na
verdade deveria estar com o foco total nos alimentos que está consumindo",
ressalta a fonoaudióloga.
"Evite se estressar quando seu filho se
recusar a experimentar novos alimentos. Tente apresentá-los de maneira criativa
e divertida, como cortando em formatos engraçados ou envolvendo seu filho no
processo de cozimento. Seja paciente e continue oferecendo novos alimentos ao
longo do tempo", finaliza Carla.