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quinta-feira, 18 de junho de 2020

Mais empatia nas diferenças



Somos todas diferentes, mas manufaturadas. Parece que apesar de nossas diferenças gritantes, de nossas peculiaridades, de nossas identidades tão singularmente construídas, há um elemento comum que nos une. Somos feitas de carne e osso e muita força. É certo que umas nascem ricas e a maioria pobres. Que umas são focadas na estética e adoram um espelho, enquanto outras esquecem um pouco da vaidade e se importam mais com qualquer coisa. Que umas têm ótima relação com os pais, outras não os conhecem, ou cortaram relações. Algumas sonham em casar, outras em divorciar, e tem aquelas que nem estão preocupadas com isso. Tem quem goste de usar vestido, tem que goste de estampas, e algumas de nós que odeiam tudo isso.  

Não importa, na verdade, quais seus gostos, sua cor, sua opção sexual, sua profissão, sua classe social. Importa que você é mulher, tem seus dilemas, suas conquistas, seus medos, seus sonhos, suas cicatrizes, suas marcas, seus amores, seus desamores, suas dificuldades. A verdade é que temos que parar de comparar sofrimento. Parar de achar que o meu é pior. E que eu estou sempre certa. E que o seu, o diferente, está errado.

Sempre tive certa pena de quem acredita que no comportamento humano existe certo e errado. Somos frutos de uma cultura, de uma criação, de um tempo, de um território, das nossas relações. Seus dilemas são tão importantes quanto os meus. Seu sofrimento é tão dolorido quanto o meu. Suas mágoas são tão indesejáveis quanto as minhas. Proponho uma nova abordagem. Não vamos mais fingir que não fazemos tudo isso. Vamos tentar ser um pouco mais solidárias, um pouco mais empáticas, um pouco menos violentas. Precisamos nos respeitar. E aí, quem sabe, o mundo fique um pouco mais bonito para todas nós! 





Izabella de Macedo - escritora, advogada e autora do Livro “Mulheres Normais” 


Os impactos psicológicos da quarentena do novo coronavírus

 Divulgação

 Flávia da Silva Corrêa Lourenço, psicóloga do Centro Médico Consulta Aqui, fala sobre os danos psicológicos que o confinamento imposto pelo novo coronavírus poderá deixar.


O isolamento social, determinado pela pandemia do novo coronavírus em todo o mundo, obrigou grande parte da população a mudanças na rotina cotidiana. Essas alterações causaram o aparecimento de sintomas psicológicos como medo, preocupação, irritabilidade, tristeza, impotência, insegurança, desamparo, tédio e solidão. Em pacientes já diagnosticados com doenças psicológicas, tais como depressão ou ansiedade, podem ter o quadro agravado durante e após esse período de reclusão.

“A importância da aproximação física remonta desde o nosso nascimento, quando o primeiro sentido que desenvolvemos é o tato. Através dele conhecemos o mundo.  O contato físico nos auxilia no processo de cura física e emocional, auxilia a nos conectar com outras pessoas, libera em nosso corpo substâncias como oxitocina e endorfina, também conhecidas como hormônios do bem-estar e do prazer, e pode diminuir o nível de cortisol, que é o hormônio do estresse, causando relaxamento e alívio da tensão”, explica Flávia da Silva Corrêa Lourenço, psicóloga do Centro Médico Consulta Aqui.

Como a quarentena impõe restrições a essa aproximação, o indivíduo tende a desenvolver doenças psicológicas que, em situações normais, não estaria sujeito. Condições como abuso de álcool e ingestão de alimentos altamente calóricos também fazem parte desse isolamento. "Quando a pessoa experimenta níveis elevados de ansiedade, é comum que utilize estratégias para reduzi-la e, nesse contexto, recorrem ao consumo de bebidas alcoólicas e comida como tentativa de se acalmar e manter o controle da situação.  Algumas, mesmo após se alimentar, desejam continuar comendo para sentir a sensação de bem-estar e segurança. Esse comportamento é chamado de fome emocional, que pode despertar a compulsão alimentar se tornar patológica”, comenta a psicóloga.

Quanto à ingestão exagerada de bebidas alcoólicas, pode aliviar momentaneamente a ansiedade, contudo, com o passar do tempo, piorar o quadro emocional e prejudicar as relações familiares e afetivas. 
“O ideal é aceitar a ansiedade como uma vivência natural da experiência humana. Faz sentido se preocupar com a situação atual, mas é necessário se certificar se não está tornando as coisas mais difíceis ainda por manter hábitos inadequados”, complementa.

A Dra. Flávia dá algumas dicas para ajudar a atravessar a quarentena com o mínimo de prejuízo pessoal possível. São elas:

• Manter a atenção nas ações, sentimentos e aumentar o autocuidado;

• Comprar alimentos saudáveis, pois, consequentemente se alimentará melhor e evitará os excessos;

• Praticar atividades físicas e automassagem;

• Formar uma rede de apoio para passar por esse momento e se readaptar as novas situações atuais e pós pandemia;

• Caso a pessoa sinta que, ao final da quarentena, não consiga administrar o medo, estresse e/ou mudança de comportamento necessária para se readaptar sozinho, procurar auxílio médico especializado, como a psicoterapia. 

“No mais, vivenciar a pandemia nos faz pensar que a saúde mental é tão importante quanto a saúde física. Precisamos criar o hábito de observar e falar sobre nossos sentimentos. Esse é momento de investir em nós, de aprender como lidar com nossas sensações de forma clara e de promover um olhar de cuidado e apoio ao outro”, conclui a especialista do Consulta Aqui.





Consulta Aqui (Grupo HAS):
Rua Barão de Jundiaí, 485 – Lapa - São Paulo – SP
Central de atendimento:  (11) 3838 4669
http://www.consultaaqui.com.br/



Quarentena: atividade física em excesso pode piorar ou desencadear quadros de ansiedade, depressão e baixar a imunidade

Crédito: PCH.Vector/Freepik

Algumas pessoas se sentem “obrigadas” a praticar exercícios pela quantidade de lives realizadas nas redes sociais


O período de isolamento social tem mudado a rotina de muitas pessoas. Entre elas, estão aquelas que nunca praticaram atividade física e que agora se sentem “obrigadas” a iniciar a sua jornada fitness. Existe um bombardeio de lives nas redes sociais com exercícios para todos os gostos, e estilos, e é uma tarefa difícil para os iniciantes escolherem a melhor opção sem nenhum feedback.

“A combinação de tempo livre e oferta de atividade é perigosa. O treino deve ser pensando individualmente, respeitar todas as necessidades, idade e objetivo de cada indivíduo. Para saber qual caminho seguir, é necessário realizar uma anamnese e conversar com essa pessoa. É fundamental conhecer e entender a relevância da atividade física para o futuro aluno. É um processo que envolve empatia”, alerta Fábio Rodrigues José, mestre em Biodinâmica do Movimento pela Escola de Educação Física e Esporte da USP e fundador da OnWay Health, empresa especializada em reabilitação, qualidade de vida e promoção de saúde.  
Atividade física é um momento de estresse psicológico para o organismo, é uma válvula de escape e se for realizado em alta intensidade, baixa a imunidade e pode machucar as articulações, durante uma pandemia, não é uma boa escolha, e para pessoas com quadros de ansiedade e depressão é ainda mais prejudicial. “Quer treinar? Faça o básico para se manter ativo, faça uma aula de yoga, alongamento, meditação, pilates. Essa regra vale para iniciantes e praticantes assíduos. Fazer o simples é a melhor opção. Não é momento para cobrar produtividade ou alta performance de ninguém”, alerta Fábio.
Além da quantidade de informação sobre exercícios, existem também as milhares de notícias reais e as fake news circulando na internet a cada segundo sobre a situação do país e o coronavírus. As pessoas acabam absorvendo tudo que veem e começam a desenvolver um processo de angústia que vem acompanhado de estresse, distúrbio do sono, ansiedade e depressão.
A dica do especialista é: desligar a TV, não ficar muito tempo conectado às redes sociais, tirar o foco do problema e transformar energia negativa em algo positivo. Faça uma caminhada (em algum ambiente seguro), tome sol, leia, medite, realize trabalhos manuais, é uma maneira simples de manter a sanidade mental. Independente da escolha, é importante que a ação seja prazerosa.

Como voltar a um mercado de trabalho diferente


A mestre em psicologia positiva, Flora Victória, fala sobre como se adaptar e se reinventar num cenário ainda marcado por incertezas causadas pela pandemia da covid-19


Em maio, o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) divulgou que, com o avanço do coronavírus, o desemprego havia aumentado em todas as regiões do país, fazendo com que a taxa de desocupação passasse de 11%, no fim de 2019, para 12,2%, no trimestre encerrado em março de 2020 (aumento de 1,2 milhão de desempregados).

Com este panorama, um dos conceitos mais presentes atualmente é o da “reinvenção” para se adaptar a novos estilos, métodos e até setores de trabalho. Se há alguns meses a aplicação da tecnologia para reuniões em entrevistas era ainda feita em regime experimental por uma maioria, com a necessidade de distanciamento social todo um ambiente corporativo teve de esquecer as reuniões presenciais e aderir ao sistema virtual.

A adesão ao home office já é certa para muitos escritórios, pelo menos até o fim do ano, Isso se dá numa tentativa de enxugar diversos custos fixos com estrutura, neste momento de crise econômica, mas também a partir da conclusão de que o trabalho tem fluído bem partir da casa de cada profissional.

Para Flora Victória, mestre em Psicologia Positiva, o home office é uma saída muito interessante para a manutenção da economia de forma consciente, contudo é importante notar que para alguns a mudança brusca ainda provoca dúvidas.

Uma pesquisa recente realizada com duas mil pessoas de todas as idades e de todo o país verificou que 73% dos profissionais preferem não trabalhar de casa em tempo integral, depois da pandemia por razões como a invasão de seu espaço pessoal e a falta de convívio social.

“Há muitos estudos que comprovam que a sociabilidade só contribui para a saúde mental do ser humano, ela nos constitui e a partir dela o indivíduo aprende a confiar em si mesmo e não temer o mundo. Por isso, mesmo que o trabalho seja feito a partir da residência de cada um, este convívio não pode ser abandonado, mesmo que a princípio tenha de ser via ferramentas tecnológicas, inúmeras hoje em dia, que possibilitam esta interação social”, explica Flora.


Novos padrões de comportamento
   
Além da mudança do campo físico para o virtual, outra que se anuncia engloba as características deste novo profissional, as chamadas soft skills.

“Independência e autogestão serão fundamentais”, cita Flora. “Embora a característica de se autogerir tenha sido vista com muita positividade nos últimos anos, com o isolamento social essa capacidade de organização individual, com foco nas tarefas relevantes de sua ocupação, passa a ser um dos grandes diferencias para se manter ativo e relevante no mercado de trabalho”, completa. 

Isso, absolutamente, significa viver fechado em seu próprio mundo, e sim agir de uma maneira mais responsável e engajada. Flora menciona uma pesquisa, publicada no Journal of Neuroscience que aponta que o egocentrismo é um traço que pode ser considerado normal no ser humano, mas existe uma área do cérebro que ajuda a regular o egoísmo, chamada “giro supramarginal”. Uma vez que esta estrutura está em seu pelo funcionamento, a empatia vem à tona.

Para Flora a empatia será a tônica das relações de trabalho no futuro, desde o gesto mais simples, como o uso de uma máscara e o lavar das mãos quando for necessário ter um encontro pessoalmente, como já vem ocorrendo agora, à colaboração profissional em diversos níveis.

E Embora, a empatia dependa de conexões neuronais, desenvolvidas principalmente durante a infância, na chamada “janela de oportunidade”, hoje se sabe, como mostra o Journal Social Neuroscience, que habilidades empáticas podem ser aprendidas por meio de estimulação social e emocional, independente da idade.

“No momento, estamos combatendo uma pandemia que gera medo, ansiedade pela própria vida e a dos demais, mas acredito que nos próximos anos conseguiremos detectar como esta limitação foi capaz de dar direcionamentos mais saudáveis para as relações humanas, inclusive, as de trabalho”, afirma a especialista.





Flora Victoria - mestre em Psicologia Positiva pela Universidade da Pensilvânia e Embaixadora da Felicidade no Brasil. Empresária e empreendedora, é fundadora e presidente da Sociedade Brasileira de Coaching. Trainer que já formou mais de 30 mil coaches, Flora é também palestrante e autora de diversos livros. Sua obra mais recente, O Tempo da Felicidade, está sendo lançado pela HarperCollins.


Entenda mais sobre distorção da autoimagem


É comum, principalmente em tempos de redes sociais, as pessoas se preocuparem cada vez mais com sua aparência, em estar sempre bonitas, com as medidas e formas ditas como as ideais, entretanto essa busca por um suposto “corpo perfeito” pode ser excessiva, e ser um sintoma da síndrome da distorção da autoimagem.
Essa doença, também conhecida como “transtorno dismórfico corporal”, ou dismorfofobia, se manifesta quando a pessoa desenvolve uma visão irrealista do próprio corpo, que não condiz com o que de fato é. Isso impede que ela tenha uma consciência de si mesma, o que leva a uma batalha interna, causando angústia e sofrimento.
De acordo com estudos, cerca de 1,5% da população mundial sofre com a síndrome de distorção da autoimagem. As mulheres são mais atingidas do que os homens, sendo que essa estatística pode ser ainda maior, já que algumas pessoas nunca chegam a buscar ajuda e outras não assumem o problema.
Uma das questões mais preocupantes é que esse transtorno costuma estar associado com outras condições negativas, como tristeza profunda, anorexia, bulimia, depressão e ansiedade.

 A distorção da imagem corporal engloba os seguintes aspectos:
- Cognitivos: expectativa irreal de possuir um padrão corporal especifico.
- Comportamentais: evitam-se situações nas quais o corpo possa estar em evidência; prefere-se escondê-lo ou depreciá-lo.
- Perceptuais: percepção distorcida do próprio corpo.
Não existem só casos em que a pessoa acredita que precisa emagrecer, ilusão de que está cima do peso: há aqueles em que a pessoa está acima do peso e se enxerga mais magra, há os que buscam a perfeição na forma de músculos, as que querem aumentar as mamas, afinar o rosto, “arrumar” o nariz, ter um sorriso mais branco e muitas outras correções muitas vezes infundadas e incoerentes com a harmonia da fisionomia da pessoa.
A síndrome da distorção da autoimagem é muito grave, pois é uma doença somatoforme, ou seja, o paciente demonstra queixas e sintomas, só que os médicos não conseguem detectá-la em exames. Há uma estatística que relata que 9% das pessoas que procuram por cirurgias plásticas ou outros tratamentos estéticos possuem algum grau dessa síndrome. Quando isso acontece, muitas vezes, o próprio cirurgião plástico orienta e encaminha a pessoa para que faça terapia e busque ajuda profissional adequada.




Dr. Alexandre Kataoka - cirurgião plástico: Médico perito concursado pelo Instituto de Medicina Social e Criminologia do Estado de São Paulo (IMESC), Membro Titular da sociedade brasileira de cirurgia plástica e diretor do DEPRO da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica.


Conexão, mesmo que à distância



Fiquei algum tempo pensando em quem ou onde me inspirar para escrever este texto e sabem onde cheguei? Aos meus queridos e queridas Líderes das Forças de Vendas das empresas pelas quais passei e tive o prazer de acompanhar.

Podemos “aprender a aprender” com quem sempre fez gestão à distância. É claro que vivemos um momento de complexidade urgente (pandemia) que por si só define o desafio nos negócios. Mas para as lideranças, no entanto, a complexidade é um tema vigente há algum tempo e as lideranças das forças de vendas, guerreiras, espalhadas pelo Brasil inteiro e à vezes em locais que nunca imaginamos existir, já se defrontavam com a pergunta abaixo de forma intensa antes mesmo de sentirmos essa necessidade:

“Como posso contribuir para que meu time continue unido, com o mesmo propósito, motivação e qualidade nas suas relações mesmo que à distância?”

Utilizarei três premissas para dar embasamento às proposições neste artigo: 
 
  1. Transposição, de forma adaptada, de algumas práticas que eu mesma vi líderes de vendas excepcionais realizando. Percebi que equipes com um líder próximo, com propósito, engajado, que faz o que fala e é otimista, consegue ter um time mais coeso, unido e obter resultados diferenciados; 
  1. Ter em mente as teorias de motivação que, embora muitos considerem ultrapassadas, vemos que nós, seres humanos, sentimos individualmente necessidade de segurança, de ter alguma previsibilidade, consistência e continuidade do trabalho porque é a condição básica para conseguir dar um passo à frente. Também é inerente ao ser humano se sentir aceito, pertencente e identificado com um grupo e nele ter relações harmoniosas; 
  1. Observar a Lei Ashby (lei da variedade requerida) que estabelece que apenas a variedade é capaz de diminuir a variedade. Ou seja, neste contexto complexo, dinâmico, adaptativo e com grande quantidade de variáveis, apenas o grupo composto pela diversidade das pessoas será capaz de dar conta – de forma coletiva – da complexidade do que está acontecendo ao seu redor.


Dito isto, vamos lá:

Existem aquelas dicas básicas que todos já devem estar fazendo como ritual: um cafezinho virtual com cada colaborador individualmente, almoço ou happy hour virtual coletivo, reuniões semanais com todos para dar direção e mostrar resultados alcançados, incentivar as reuniões diárias entre os integrantes de um mesmo time ou entre times para trocas, update por grupo de whatsapp em determinados horários durante o dia e celebração das conquistas em qualquer um destes rituais. Uma observação importante: durante cafés ou happy virtuais, o líder não pode ter o “ar de chefia” pois este tipo de interação visa promover a conexão dos laços humanos e assim diminuir os efeitos do isolamento. O Líder precisa ter o prazer da “presença”.

Mas vamos tentar ir um pouco além disto.

Vi líderes de vendas com resultados excepcionais tendo a atitude de consultar os seus colaboradores que estão no front, seja para entender melhor e obter informações sobre o cliente, o mercado, a localidade em que estão inseridos, seja para possíveis parcerias e concorrência. Os colaboradores que estão na linha de frente sabem coisas que a liderança não sabe. O líder que tem humildade, pede opinião, ouve sem interromper e dá crédito para o que os membros da equipe trazem, ajuda a construir um ambiente, mesmo que à distância, mais agradável, estimulante e colaborativo. Este líder tem capacidade para envolver e engajar sob a perspectiva de cada indivíduo, compreendendo o que é valor para cada um e como a prática deste valor pode impactar positivamente o time.

Ao entender a contribuição de cada indivíduo no todo, uma outra atitude que impacta muito positivamente a equipe é cocriar um plano estratégico ou tático em conjunto, convidando os colaboradores a trabalharem junto com a liderança e com outros membros da equipe e, desta forma, fazer com que todos se sintam parte; se sintam pertencentes ou, no caso de equipes grandes, se sintam ao menos representados.

Manter um grupo à distância na rota certa não é simples e, em tempos de Coronavírus, a situação se agrava porque os colaboradores possivelmente estão preocupados com seus familiares, emprego e provavelmente se sentindo isolados, não só fisicamente. Líderes excepcionais conseguem:
 
  • Dar clareza sobre papeis e responsabilidades neste novo contexto; 
  • Estabelecer o quê, até quando e com quem fazer e 
  • Deixar o “como fazer” a critério do grupo formado para aquela atividade.
Este líder excepcional, apesar de dar autonomia para os grupos, estabelece marcos e consegue se fazer presente nas situações críticas para apoiar a tomada de decisão, transmitir conhecimentos, treinar, redirecionar os esforços no tempo adequado e também para celebrar intensamente, com genuína alegria, cada passo da jornada dos grupos.

Por último, mas não menos importante, vi líderes de vendas excepcionais terem uma prática que é valiosíssima para todo e qualquer líder, mas vou contextualizar antes: a força de vendas sempre trabalhou espalhada e remotamente e é comum que estes colaboradores sintam que a sua venda daquele dia é insignificante para o todo que a empresa tem como meta. O mesmo pode ocorrer neste momento com os mais diversos colaboradores isolados nas suas residências. Podemos sentir que, diante de uma crise de saúde tão significativa, com tomadas de decisão tão urgentes, o nosso trabalho do dia a dia é menos importante, e não conseguir ver o nosso propósito e o propósito da empresa sendo entregue para a sociedade.

Portanto, é importantíssimo que os líderes consigam transmitir a importância implícita do trabalho de cada um e do grupo para o todo, para um bem maior. Bem como trazer para as reuniões individuais ou em equipe, depoimentos de clientes, de outras áreas da empresa, de outros líderes sobre o impacto e importância do trabalho de cada um e do grupo.

Vocês devem pensar: “Puxa…é muita coisa para fazer”, “Vou passar o dia no celular ou em calls só para ‘estar’ com as pessoas; para alinhar, para apoiar, para celebrar”.

Sim…é basicamente isto, mas tenham a certeza de que os indivíduos e os times se sentirão mais acolhidos, amparados e conectados e isto dá resultado efetivo.

Ainda temos um longo caminho com várias etapas frente à pandemia. O nosso país tem dimensões continentais e muitos de vocês atuam com equipes e/ou clientes de outros países também; fazer a orquestração entre colaboradores que ainda permanecerão à distância e outros que aos poucos retornarão a um presencial que terá novas regras, requererá um esforço “extra-adicional” das lideranças. Por isto, se cuidem também, reservem um tempo só para vocês, para se reenergizarem e buscarem seu equilíbrio. 





Andréa Vernacci - psicóloga de formação, com MBA em Gestão Estratégica e uma série de especializações como em Coaching Integral, Competências, Educação Corporativa, Inteligência Emocional e outras. Atuou por mais de 30 anos em grandes corporações nacionais e multinacionais de diferentes segmentos, tendo ocupado por 20 anos posições estratégicas de liderança generalista e especialista em Recursos Humanos.   



O momento da retomada das atividades se aproxima, e agora?



A psicóloga e coordenadora do Ambulatório de Transtornos Alimentares e Obesidade (AMBULIM) da USP, Valeska Bassan manteve seus atendimentos à distância durante a pandemia e tem percebido um aumento significativo na ansiedade de seus pacientes com a aproximação de uma possível retomada da maioria das atividades presenciais no Brasil. “As pessoas tem me procurado porque se sentem extremamente desamparadas nesse momento da pandemia, mais do que isso,  o medo tomou conta da maioria das pessoas”, conta.

Ter medo é bom e necessário, ficamos mais alertas e criteriosos em nossas ações e decisões, sejam elas reais ou não. Mas a verdade é que não nos sentimos confortáveis de ter esse sentimento, embora ele seja fundamental para a nossa sobrevivência, ainda mais em tempos de pandemia, em que cada indivíduo é totalmente responsável pelas suas atitudes, em um cenário que não temos controle de nada.

Aliás, a falta de perspectiva e de controle gera um grau de ansiedade elevado, podendo em casos mais graves, levar a quadros de crises de pânico e de depressão. “É preciso que cada um consiga avaliar o nível desse medo de retomada das atividades e como ele pode tomar as medidas necessárias para ficar menos exposto ao vírus”, diz Valeska.

A especialista comenta ainda que muitas vezes o medo se torna paralisante e o indivíduo não consegue minimamente fazer atividades simples e corriqueiras, o que ela tem visto com mais frequência em suas consultas. Identificar os fatores que estão causando esse quadro e confrontá-los com pensamentos racionais ajuda bastante.

Além disso, a especialista alerta para a importância das empresas que retomarem as atividades presenciais de estarem preparadas para receber esse “novo” funcionário, uma vez que vivemos um momento completamente diferente que qualquer situação já vista antes.  As empresas e colaboradores precisam estar cientes de que é completamente normal apresentarem distúrbios emocionais após esse período. E como a prevenção é sempre o melhor remédio, não espere que os funcionários estejam apresentando os sintomas para buscar ajuda. Faça isso antes, preventivamente. Assim, além de manter a equipe mais tranquila e motivada, haverá um ponto de apoio profissional.

Outra forma eficaz de combater o medo é a informação. Por isso, reunimos uma lista de evidências científicas emergentes sobre a transmissão do coronavírus feito pelo Center for Disease Control do governo dos EUA para que possamos avaliar os níveis de risco de contaminação, confiram abaixo:


Risco alto X Risco baixo
  1. Risco muito baixo de transmissão a partir de superfícies;
  2. Risco muito baixo de atividades ao ar livre;
  3. Risco muito alto de reuniões em espaços fechados, como escritórios, locais para cultos religiosos, salas de cinema ou teatros.

Outros dados interessantes, a carga viral necessária para iniciar a doença é ~ 1000 partículas virais (vp)
  1. Respiração: ~ 20 vp / minuto
  2. Fala: ~ 200 vp / minuto
  3. Tosse: ~ 200 milhões de vp (o suficiente pode permanecer no ar por horas em um ambiente mal ventilado)
  4. Espirro: ~ 200 milhões vp
  5. Estar próximo de alguém (com ~ 2m de distância): baixo risco se o limite for inferior a 45 minutos
  6. Conversando com alguém frente a frente (com máscara): baixo risco se o limite for inferior a 4 minutos
  7. Alguém passando por você andando / correndo / andando de bicicleta: baixo risco
  8. Espaços bem ventilados, com distanciamento: baixo risco
  9. Compras: risco médio (pode reduzir para baixo, limitando o tempo e seguindo a higiene)
  10. Espaços internos: alto risco
  11. Banheiros públicos / Áreas comuns: Alto risco
  12. Restaurantes: alto risco (pode reduzir a médio risco sentando-se ao ar livre com distanciamento e percepção do toque na superfície)
  13. Locais de trabalho / escolas (mesmo com distanciamento social): risco muito alto
  14. Festas / Casamentos: risco muito alto
  15. Redes de negócios /conferências: risco muito alto
  16. Arenas / Concertos / Cinemas: risco muito alto

Os fatores principais que você pode usar para calcular seu risco são:
  1. interior x exterior
  2. espaços estreitos x espaços amplos e ventilados
  3. alta densidade de pessoas x baixa densidade
  4. exposição mais longa x exposição breve



Fonte: Center for Disease Control do governo dos EUA


Quarentena pode ajudar na aquisição de hábitos positivos


O isolamento social pode ser uma oportunidade para identificar ações improdutivas e substituí-las por atitudes que ajudem na realização de metas pessoais e profissionais


Apesar do período de isolamento social no Brasil, muitas pessoas ainda sentem dificuldade para se adaptar a essa realidade e administrar o tempo com sabedoria. Apesar de o confinamento estar sendo uma experiência estressante para muitos, ele também traz consigo uma oportunidade de trabalhar o autoconhecimento, de identificar as ações improdutivas que a pessoa realiza, na maioria das vezes, de forma inconsciente e automática, e trocá-las por produtivas.

“Os nossos hábitos são um conjunto de atitudes e pensamentos negativos e positivos e são eles que vão dizer se vamos ser levados ao sucesso ou ao fracasso de uma meta, seja pessoal ou profissional. Por isso é importante pensar qual é o propósito a ser atingido e quais hábitos positivos devem ser desenvolvidos para se alcançar o objetivo traçado”, explica Júlia Lobo, diretora da Febracis Belo Horizonte, instituição de Coaching Integral Sistêmico (CIS).

Segundo a especialista, os hábitos são criados ao longo de nossas vidas e cultivados por cada situação que passamos. “As pessoas devem observar dois fatores principais: o gatilho, ou seja, o que desencadeia o hábito, a motivação para recorrer à determinada atividade; e ainda a recompensa ao executar esse hábito, ou seja, o sentimento de satisfação, a vontade de repetir essa mesma ação em outra ocasião.  No caso de um fumante, por exemplo, o gatilho pode ser o estresse e a recompensa, o prazer que a nicotina traz. O livro: ‘O poder do hábito’, de Charles Duhigg, aborda essa questão, quem quiser se aprofundar mais no assunto é uma leitura que recomendo”, diz.

Júlia acrescenta que essa percepção é importante porque é a partir dela que a pessoa começará o trabalho de substituição do hábito negativo. Ela esclarece que o primeiro passo para adquirir, na prática, hábitos de excelência é ter um propósito bem definido. “Antes de pensar o melhor caminho, é preciso ter clareza quanto ao destino. Por isso, a reestruturação da rotina depende diretamente da definição de metas. Afinal, a classificação dos hábitos em positivo e negativo refere-se ao potencial deles em ajudarem no alcance da meta”, explica.

Ela acrescenta que a partir do momento em que os objetivos são definidos, é possível identificar as atitudes que nos ajudam a alcançá-los e quais nos atrapalham. “Para um estudante que tem como meta passar no vestibular, por exemplo, o hábito da leitura é mais positivo do que o de navegar em redes sociais, pois ler é o que vai aproximá-lo mais da sua meta. O conjunto de hábitos forma o caráter, que, por sua vez, determina o destino do indivíduo”, explica.

O conhecimento de si mesmo passa necessariamente por uma avaliação e reestruturação dos hábitos, ou seja, atitudes que fazemos repetidas vezes de forma inconsciente. Uma pesquisa da universidade norte-americana Duke apontou que dedicamos aproximadamente 40% do nosso tempo executando hábitos, isso são aproximadamente 9 horas e meia por dia no piloto automático.


Identificação e Seleção de Rotina

Além desse exercício individual de observação quanto ao que precisa ser trabalhado, a pessoa pode recorrer a ferramentas que ajudam a trazer mais clareza e objetividade a esse processo, como o modelo de Identificação e Seleção de Rotina (ISR), disponibilizado pela Febracis. “Com ele, fica mais didático e fácil de organizar e separar hábitos positivos e negativos referentes aos variados pilares da vida, seja espiritual, conjugal, social, profissional e financeiro. A partir desse diagnóstico, é possível reformular o conjunto de hábitos, tendo como base os respectivos gatilhos e recompensas”, explica Júlia.  Segundo a especialista, essa é uma prática simples que proporciona um crescimento que pode ser levado para toda a vida.




Como o inverno e o isolamento social podem afetar o seu coração?


Além das temperaturas mais baixas, o estresse e a ansiedade causados pela quarentena também prejudicam o coração


O inverno está se aproximando: a partir do dia 21 de junho mudamos oficialmente para a estação mais fria do ano. E como fica o coração? De acordo com dados da American Heart Association (Associação Americana do Coração), os riscos de desenvolver doenças cardiovasculares aumentam de 20% a 25% no inverno.

Entretanto, neste ano, o inverno não é o único a colocar em risco a saúde do coração. Devido à pandemia do novo coronavírus, a principal recomendação de prevenção é o isolamento social. Estresse, tristeza e ansiedade, comuns durante a quarentena, prejudicam a saúde cardiovascular principalmente das pessoas que estão no grupo de fatores de risco, como diabéticos, sedentários, cardiopatas, idosos e obesos.


O que acontece com o coração durante o inverno?

Elcio Pires Junior, cirurgião cardíaco e membro da Sociedade Brasileira de Cirurgia Cardiovascular, conta que um fenômeno natural do organismo nas baixas temperaturas pode contribuir para o aumento do risco de infarto: a vasoconstrição. “Para preservar o calor do corpo, substâncias que contraem as artérias são liberadas no organismo, reduzindo o fluxo sanguíneo e aumentando a pressão arterial. Isso faz com que o coração faça um esforço maior nos dias mais frios para manter o equilíbrio térmico”, comenta o especialista.

Além das reações naturais do corpo no inverno, as condições ambientais durante essa época do ano também contribuem para a incidência de infartos e AVCs, já que o inverno provoca aumento da poluição nas cidades. “A baixa qualidade do ar, devido à falta de chuca da época, nos deixa mais expostos aos agentes poluentes. Dentro do nosso organismo, eles facilitam o enrijecimento das artérias, chamada de aterosclerose, aumentando o risco de ataques cardíacos”, alerta Elcio.


Frio e a quarentena

O isolamento social e os riscos da COVID-19 tornam o cotidiano ainda mais estressante. E esses sentimentos acarretam em uma série de efeitos no corpo, como o aceleramento dos batimentos cardíacos e a vasoconstrição, condição causada pela descarga de hormônios, como a adrenalina e o cortisol, na corrente sanguínea, que contraem os vasos e favorece a hipertensão.

“Por isso, principalmente durante o inverno e a quarentena que enfrentamos, em caso de dor ou aperto no peito, falta de ar, fraqueza, dor de cabeça e dormência em braços e pernas, busque ajuda médica!”, reforça o cirurgião.


Prevenção de ataques cardíacos neste inverno

Para evitar infartos no inverno é importante manter uma alimentação saudável, incluindo frutas, legumes e verduras. As atividades físicas não devem ser abandonadas com a queda da temperatura e com o isolamento, e devemos nos lembrar de tomar água, já que a sede diminui durante o inverno.

“A diminuição das atividades físicas nestas épocas e o consumo de alimentos gordurosos e calóricos também são fatores contribuintes para os problemas. Além disso, manter-se positivo, tirar algumas horas no dia para praticar uma atividade relaxante e dormir bem são essenciais para enfrentar com saúde o momento que estamos vivendo”, finaliza o médico.





Elcio Pires Junior - coordenador da cirurgia cardiovascular do Hospital e Maternidade Sino Brasileiro - Rede D'or - Osasco, e coordenador da cirurgia cardiovascular do Hospital Bom Clima de Guarulhos, cirurgião cardiovascular pela equipe do Dr. André Franchini no Hospital Madre Theodora de Campinas. É membro especialista da Sociedade Brasileira de Cirurgia Cardiovascular e membro internacional da The Society of Thoracic Surgeons dos EUA. Especialista em Cirurgia Endovascular e Angiorradiologia pela Santa Casa de Misericórdia de São Paulo.

facebook.com/Dr-Elcio-Pires-Junior-Cirurgião-cardíaco | linkedin.com/in/elciopiresjunior | www.instagram.com/drelciopiresjr 


A quarentena está causando um colapso hormonal: como não ser a próxima vítima?


Muito tem se falado sobre a pandemia: mortes, políticas de saúde pública, profissões essenciais, fake news, medicamentos e vacinas em testes; assuntos esses de extrema importância num momento em que o mundo aprende a reviver.

Mas talvez falte falar mais sobre as pessoas! Seus medos, incertezas, inseguranças e como essa onda gigante chamada pandemia de Coronavírus vem afetando o bem-estar de seres humanos saudáveis.

Todos sabemos o mau físico que esta doença está causando, febre, tosse seca, cansaço, perda de paladar ou olfato e dificuldades respiratórias. Mas além destes, temos sintomas que não estão sendo diagnosticados como o estresse, depressão, crises de pânico, ansiedade, alterações no sono, queda de cabelos, azia e desconfortos abdominais, pessoas aparentemente saudáveis que estão lidando com crises internas, resultado das proporções astronômicas que o vírus está causando em nossas vidas.
Sabemos que é necessário reinventar o jeito de viver, mas como?

Tivemos que mudar nossa rotina, aprender um novo modo de trabalhar seja em casa no modelo home office ou então tomando cuidados que talvez nunca tenham sido parte da nossa preocupação de trabalho. As crianças não estão mais na escola, é necessário reformular a rotina para que elas brinquem e se desenvolvam ao mesmo tempo. Como explicar aos pequenos que eles não podem brincar com os coleguinhas da escola como antes?

Nós aprendemos que não dá mais para sair na rua sem preocupação, para as tarefas básicas como supermercado, banco e farmácias já sabemos que máscara e álcool 70% são acessórios indispensáveis. Os momentos de lazer em família e com os amigos, passeios no parque e praia, deixaram de existir temporariamente. 


Enquanto a ciência não vence o vírus, nós precisamos usar o conhecimento que ela já nos trouxe sobre o nosso organismo para viver estes dias difíceis da melhor forma possível, procurando encontrar um ponto de equilíbrio interno.

O isolamento atingiu em cheio nosso sistema hormonal de recompensas. O chamado quarteto da felicidade formado por hormônios que nos dão a sensação de prazer e bem-estar, foi diretamente afetado pela falta de convívio com quem amamos, vídeo-chamadas não são capazes de substituir o toque, as séries de TV não são mais as distrações que procuramos, queremos sair e viver intensamente a vida que descobrimos ser melhor do que nós conseguíamos nos lembrar. 


Nossas ações resultam em liberação de hormônios e neurotransmissores distintos no nosso organismo que são responsáveis pelo “estado de espirito”, são eles que irão nos dar sensações de felicidade ou medo, e angustia, por exemplo.

Os neurotransmissores dopamina e serotonina são responsáveis por processos motivacionais, nos impulsionam a alcançar objetivos e também promovem a sensação de prazer e bem-estar. Quando os níveis de serotonina estão baixos, temos a sensação de irritação e mau humor, a longo prazo pode até mesmo desencadear quadros depressivos. A ocitocina, também conhecida como hormônio do amor, é responsável pela sensação de confiança e é extremamente importante nos laços de relacionamentos entre as pessoas. A endorfina age como um anestésico, auxiliando a amenizar situações de dificuldade, dor e estresse.

Quando fazemos coisas que nós gostamos, este sistema de recompensas é automaticamente ativado, momentos em família, reuniões com os amigos, festas, passeios ao shopping, parques, bares e restaurantes são capazes de liberar esses hormônios, mas com as restrições, fomos privados dessas atividades e os hormônios do “bem” foram substituídos pelo cortisol, hormônio associado ao estresse.

A todo momento acionamos gatilhos capazes de liberar cortisol, o simples fato de não poder sair ou ver as pessoas com quem costumávamos conviver com frequência aliados as notícias desfavoráveis já nos inundam de sentimentos ruins.

Qual seria a solução para reverter esse quadro?


1.    Redescobrir coisas que podem ativar a liberação dessas substâncias químicas que trazem a sensação de bem-estar ao corpo. 


2.    Para a liberação de endorfina, pesquisadores apontam dançar e cantar como a solução.


3.    Assistir filmes tristes também pode aumentar a sua tolerância a dor. 


4.    Para aumentar os níveis de serotonina, você pode dedicar um tempo a se recordar de momentos felizes com a família e amigos, rever fotos de momentos alegres ou ainda receber massagens, tomar sol ou praticar exercícios aeróbicos. 


5.    A dopamina nos faz vibrar com pequenas e grandes conquistas, a melhor forma de acioná-la é estabelecer pequenas metas e trabalhar para alcançar seus objetivos, então aprender coisas novas ou finalmente fazer aquilo que vem planejando há bastante tempo será um bom gatilho. 


6.    A ocitocina é o hormônio mais afetado na quarentena, pois está diretamente relacionado com relações afetivas e com o toque, mas ainda pode ser despertado praticando doações ou promovendo ações que ajudem o próximo, ações que por sinal são muito bem-vindas em momentos difíceis como o que estamos vivendo. 


Quando o isolamento acabar você irá descobrir que durante este período fez muito mais do que se proteger do vírus, você aprendeu como desenvolver a sua melhor versão, aquela resiliente e capaz de se adaptar às dificuldades!







Patrícia Rondon Gallina - farmacêutica e professora do Centro Universitário Internacional Uninter. 



Psicologia e tecnologia são aliadas indispensáveis em tempos de pandemia


Pacientes internados minimizam distância com uso de celular e videochamadas



O isolamento e distanciamento social necessário para conter a pandemia de Covid-19 transformou o cotidiano de toda população. A rotina no ambiente hospitalar foi alterada para se adaptar aos protocolos e às medidas de prevenção e controle recomendadas pela Organização Mundial da Saúde (OMS).

A psicóloga Raphaella Ropelato, coordenadora da Psicologia do Hospital VITA, localizado na Linha Verde Norte, conta que as visitas não foram proibidas, e que mesmo neste período de tantas restrições foram mantidas com os devidos cuidados que o momento requer.

O VITA ajustou os horários de visita e reforçou os cuidados quanto acompanhantes. “Houve uma preocupação da direção e da chefia de UTI de não impedir que as pessoas estivessem próximas de seus entes queridos. A gente acabou reduzindo o número de visitas de rotina e nosso atendimento tem sido personalizado para cada paciente” relata Raphaella.

“Dependendo do quadro clínico e da fase em que o paciente está, temos flexibilizado”, acrescenta a psicóloga. Segundo ela, pacientes que não estão com Covid-19, que não estão sedados e que devido às restrições de circulação os familiares não podem ir até o hospital, foi liberado o uso de celular para que mantenham a comunicação com os parentes. Da mesma forma é feito com os pacientes em isolamento, que não podem receber visitas. “Desta maneira, mantemos a premissa de que o sucesso do tratamento e recuperação dos pacientes estão diretamente ligados à humanização e ao ambiente hospitalar. Vários estudos demonstraram que o clima dentro dos apartamentos e nas Unidades de Terapia Intensiva pode influenciar positiva ou negativamente nos resultados clínicos”, ressalta Raphaella.

“Fazemos questão que nossos pacientes não percam a conexão com a família neste momento tão delicado que estamos passando. Da mesma forma acontece com o suporte psicológico para pacientes que necessitam de isolamento”, evidencia.

De acordo com a coordenadora de Psicologia, oferecer apoio psicológico e disponibilizar atividades que possam ser realizadas dentro deste ambiente têm como objetivo ampliar as estratégias de enfrentamento, manter funções cognitivas e atingir uma resposta de relaxamento. “Sabe-se que o momento do adoecimento e internação hospitalar é gerador de estresse e ansiedade, situações estas que podem comprometer o restabelecimento da saúde”, explica.

Raphaella conta que o psicólogo é um facilitador, deve refletir sobre todos os pontos, para tudo tem um cuidado, não basta liberar o celular e deixar uma comunicação ativa, deve avaliar o quanto é benéfico ou prejudicial. “Liberar celular para um paciente que vai ser bombardeado com notícias e mensagens, talvez seja prejudicial”, esclarece. Segundo ela, é dever orientar o que é adequado, benéfico. Uma opção pode ser o uso de outro número, que apenas pessoas mais próximas tenham acesso. Além do uso de celular para realizar videochamadas e trocar mensagens com os familiares, Raphaella relata que outro recurso que pode ser oferecido aos pacientes é o uso de leitor de livros digitais. 

Outro ponto destacado pela psicóloga, é quanto aos cuidados com pacientes oncológicos. “Quando estão em fase avançada e restam apenas os cuidados paliativos, deve-se primar com o máximo de atendimento familiar, por isso, é necessário liberar visita e, inclusive, o horário de permanência para a família”, conclui.




Hospital VITA 

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