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sexta-feira, 21 de junho de 2019

21 de Junho - Dia Nacional de Combate à Asma


Doença atinge mais de 6 milhões de brasileiros, 60% deles mulheres. Atividades físicas e cuidados especiais contribuem para amenizar sintomas.


Dia 21 de junho é o Dia Nacional de Controle da Asma, doença inflamatória crônica das vias aéreas que afeta os brônquios, responsáveis por levar o ar para dentro dos pulmões. A condição atinge 6,4 milhões de brasileiros acima de 18 anos, de acordo com a Pesquisa Nacional de Saúde (Ministério da Saúde/IBGE).
A principal característica da asma é a dificuldade de respirar quando a pessoa é exposta a agentes alergênicos, o que varia muito de pessoa para pessoa. O pulmão de pessoas asmáticas é mais sensível, fazendo com que fatores que disparam a alergia causem falta de ar (ou dificuldade para respirar), sensação de aperto no peito, chiado e tosse.

Cerca de 3,9 milhões de mulheres brasileiras são acometidas pela enfermidade, em comparação com 2,4 milhões de homens (prevalência de 39% a mais entre o sexo feminino). De acordo com a OMS (Organização Mundial de Saúde), atualmente há mais de 235 milhões de pessoas com asma no mundo. Mais de 80% das mortes relacionadas a ela acontecem em países em desenvolvimento.
Questões genéticas, ambientais e biológicas influenciam no quadro. Poeira, ácaros, mofo, pelos de animais, infecções, gripes, resfriados, sinusites, viroses, mudanças no clima, fumaça, poluição, frio, medicamentos e aspectos emocionais podem todos engatilhar crises.

Portanto, é importante que travesseiros, camas, estofados, carpetes, tapetes, estantes de livros e cortinas estejam sempre limpos, principalmente nos locais onde o alérgico fica a maior parte do tempo. Além disso, atividades físicas também melhoram consideravelmente o quadro, contribuindo para tornar os pulmões mais resistentes, os sintomas mais amenos e as reações alérgicas menos recorrentes.

A doença tem tratamento para diminuir a inflamação, de acordo com o grau da crise. No Brasil, o SUS oferece tratamento integral a pacientes com asma. É importante a constância e atenção plena nos cuidados, ainda que os sintomas sejam fracos, ou ausentes por períodos mais prolongados.




Marcus Vinícius Vaz Cavalcante - Pneumologista do HSANP, graduado pela faculdade de medicina de Jundiaí, desde 1989. Atua também como médico pneumologista preceptor na enfermaria do Conjunto Hospitalar do Mandaqui 



quinta-feira, 20 de junho de 2019

A força de Sergio Moro


Ministro sai vitorioso de seu primeiro teste de fogo


A Esplanada dos Ministérios amanheceu, na quarta-feira (19), com uma homenagem ao ministro da Justiça, Sergio Moro. Foi levantado de frente ao prédio do Congresso Nacional um boneco do ex-juiz federal vestido como o personagem de histórias em quadrinhos Super-Homem. 

O apoio popular demonstrado foi importante para o ministro, que enfrentou uma sabatina de nove horas na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado. 
Moro - de maneira voluntária - compareceu à Casa Alta do legislativo para esclarecer dúvidas sobre as supostas mensagens trocadas entre ele e membros da força-tarefa da Operação Lava Jato, em Curitiba. O conteúdo foi revelado pelo portal The Intercept Brasil. 

Sergio Moro classificou o site como sensacionalista, negou que tenha agido em conluio com Ministério Público Federal e afirmou não ter apego pelo cargo de ministro, garantindo que deixaria o posto, caso sejam comprovadas irregularidades.

O ministro ainda desafiou o site a entregar as mensagens para uma perícia, no sentido de dar fidedignidade às acusações.

“Se ele diz que tem o maior escândalo do século, se ele diz que tem prova de graves ilícitos cometidos por procuradores, juízes e envolvidos nessa operação, então pega o material, entrega para uma autoridade, sem prejuízo da publicação das matérias. Aí, vai se poder verificar por inteiro esse material, o contexto no qual ele foi inserido e, principalmente, verificar se esse material é autêntico ou não”, afirmou Moro.

Além do apoio popular, Moro também recebeu suporte de muitos dos senadores presentes na CCJ. O prestígio do ministro foi constatado nas falas de Álvaro Dias (PODE-PR), Jorge Kajuru (PSB-GO), Plínio Valério (PSDB-AM) e Major Olímpio (PSL-SP), por exemplo. Todos enfatizaram a importância do ex-juiz na história do Brasil, principalmente na luta contra a corrupção.

“Ele está do lado da verdade, não precisa ensaiar. Fica claro uma tentativa de orquestração para diminuir a figura do Sergio Moro. Desde as 9 horas da manhã com absoluta tranquilidade e dizendo a verdade. Não tem nada”, disse Major Olímpio.

Sergio Moro enfrentou sua primeira prova de fogo desde que deixou de ser juiz. Se saiu bem. Inclusive, o ex-magistrado pode ter deixado a CCJ ainda mais fortalecido do que quando entrou. O ministro foi enfático: as mensagens divulgadas pelo Intercept não comprometem em nada a sua atuação como juiz. Ele ainda relembrou que as decisões proferidas pela 13ª Vara Federal de Curitiba foram confirmadas por instâncias superiores e destacou que a Lava Jato mudou a história do Brasil. Para o bem.




Fonte: www.agenciadoradio.com.br/


ESSE JEITO BOLSONARO DE SER


        Muitos analistas políticos têm batido na tecla da necessária interlocução entre o Executivo e o Legislativo. Afinal, o Congresso tem a legitimidade institucional para aprovar ou não os projetos do governo e os cidadãos devem ficar fora desses assuntos. O parlamento é o lugar onde se fala e onde se verbalizam opiniões divergentes. Portanto, “bora conversar” que tudo se resolve.
        Resolve? Não. Contudo, ainda que resolvesse – e vota e meia não resolve mesmo – a política é só isso? É apenas um formulário institucional onde os poderes conversam e as opiniões, magicamente, se harmonizam porque todos querem o bem do país? Acumulam nossas instituições méritos que as façam merecedoras da confiança nacional? Novamente, não.
Tenho como verdadeira a clássica lição segundo a qual a política é possível pelo que as pessoas têm de bom e necessária pelo que nelas há de mau. Sociedades humanas, para um ou para o outro, precisam de elite e precisam de liderança.
        Certa feita, comentando as habilidades de Lula como comunicador, registrei minha observação segundo a qual, sobre o mesmo assunto, ele tinha opiniões diferentes para públicos diferentes e, graças a isso, era aplaudido dizendo A e dizendo o contrário de A. Essa “habilidade” é uma das condições necessárias para identificar um trapaceiro, jamais um estadista. Estadistas não molham o dedo na saliva e o esticam ao ar para perceber de que lado sopra o vento no auditório.
        Na política, liderança e, especialmente, liderança exercida sobre a massa, é um dom distribuído em proporções escassas. Bolsonaro tem esse dom e só ele explica a vertiginosa escalada que o levou à Presidência, contrariando a vontade explícita de quase todos os profissionais da opinião pública, aí incluídos políticos e comunicadores.
        Não adianta atacar e fustigar Bolsonaro, apontando suas limitações porque elas nunca foram dissimuladas. Ninguém está a descobrir uma face oculta do Presidente. Tais limitações sempre fizeram parte do jeito Bolsonaro de ser, jeito que a população conhece e ao qual atribui valor elevado num mercado de baixas cotações.
        Parcela significativa da sociedade sabe que Bolsonaro não é o príncipe perfeito, mas percebe nele sadia intenção de se sacrificar para fazer a coisa certa. Não tenho o costume de usar citações bíblicas em textos sobre política, mas é impossível não lembrar, aqui, das palavras de Jesus sobre tomar a própria cruz e segui-lo. Tirar o Brasil da situação em que está exige do governante esse mesmo ânimo para enfrentar aqueles que fogem como o diabo de qualquer cruz. Que dizer-se de carregá-la! Ela, a cruz, é parte do problema do governo com a base.
        O empenho que se percebe em tantos meios de comunicação, visando a constranger as redes sociais ao silêncio, sustar as cívicas e civilizadas mobilizações de rua e diagnosticá-las como intrusivas e impróprias, outra coisa não é que tentativa de isolar o Presidente de seu principal e mais consistente apoio.



 Percival Puggina -  membro da Academia Rio-Grandense de Letras, é arquiteto, empresário e escritor e titular do site www.puggina.org, colunista de dezenas de jornais e sites no país. Autor de Crônicas contra o totalitarismo; Cuba, a tragédia da utopia; Pombas e Gaviões; A Tomada do Brasil. Integrante do grupo Pensar+.
      

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