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quinta-feira, 20 de junho de 2019

ESSE JEITO BOLSONARO DE SER


        Muitos analistas políticos têm batido na tecla da necessária interlocução entre o Executivo e o Legislativo. Afinal, o Congresso tem a legitimidade institucional para aprovar ou não os projetos do governo e os cidadãos devem ficar fora desses assuntos. O parlamento é o lugar onde se fala e onde se verbalizam opiniões divergentes. Portanto, “bora conversar” que tudo se resolve.
        Resolve? Não. Contudo, ainda que resolvesse – e vota e meia não resolve mesmo – a política é só isso? É apenas um formulário institucional onde os poderes conversam e as opiniões, magicamente, se harmonizam porque todos querem o bem do país? Acumulam nossas instituições méritos que as façam merecedoras da confiança nacional? Novamente, não.
Tenho como verdadeira a clássica lição segundo a qual a política é possível pelo que as pessoas têm de bom e necessária pelo que nelas há de mau. Sociedades humanas, para um ou para o outro, precisam de elite e precisam de liderança.
        Certa feita, comentando as habilidades de Lula como comunicador, registrei minha observação segundo a qual, sobre o mesmo assunto, ele tinha opiniões diferentes para públicos diferentes e, graças a isso, era aplaudido dizendo A e dizendo o contrário de A. Essa “habilidade” é uma das condições necessárias para identificar um trapaceiro, jamais um estadista. Estadistas não molham o dedo na saliva e o esticam ao ar para perceber de que lado sopra o vento no auditório.
        Na política, liderança e, especialmente, liderança exercida sobre a massa, é um dom distribuído em proporções escassas. Bolsonaro tem esse dom e só ele explica a vertiginosa escalada que o levou à Presidência, contrariando a vontade explícita de quase todos os profissionais da opinião pública, aí incluídos políticos e comunicadores.
        Não adianta atacar e fustigar Bolsonaro, apontando suas limitações porque elas nunca foram dissimuladas. Ninguém está a descobrir uma face oculta do Presidente. Tais limitações sempre fizeram parte do jeito Bolsonaro de ser, jeito que a população conhece e ao qual atribui valor elevado num mercado de baixas cotações.
        Parcela significativa da sociedade sabe que Bolsonaro não é o príncipe perfeito, mas percebe nele sadia intenção de se sacrificar para fazer a coisa certa. Não tenho o costume de usar citações bíblicas em textos sobre política, mas é impossível não lembrar, aqui, das palavras de Jesus sobre tomar a própria cruz e segui-lo. Tirar o Brasil da situação em que está exige do governante esse mesmo ânimo para enfrentar aqueles que fogem como o diabo de qualquer cruz. Que dizer-se de carregá-la! Ela, a cruz, é parte do problema do governo com a base.
        O empenho que se percebe em tantos meios de comunicação, visando a constranger as redes sociais ao silêncio, sustar as cívicas e civilizadas mobilizações de rua e diagnosticá-las como intrusivas e impróprias, outra coisa não é que tentativa de isolar o Presidente de seu principal e mais consistente apoio.



 Percival Puggina -  membro da Academia Rio-Grandense de Letras, é arquiteto, empresário e escritor e titular do site www.puggina.org, colunista de dezenas de jornais e sites no país. Autor de Crônicas contra o totalitarismo; Cuba, a tragédia da utopia; Pombas e Gaviões; A Tomada do Brasil. Integrante do grupo Pensar+.
      

Festas Juninas aquecem o comércio da indústria de amendoim no país


 A indústria contou com crescimento de 40% na geração de empregos em relação ao ano passado


O período de Festas Juninas, que compõem os meses de junho e julho, é de extrema importância para a indústria de amendoim. A época é marcada pelo aumento do consumo do produto. Soma-se ainda a importância da temporada para a economia, em 2019 houve, por exemplo, um aumento de 40% no número de pessoas empregadas e dedicadas ao período sazonal.

De acordo com a pesquisa Conecta, encomendada pela Abicab, locais onde há a prática de festas juninas e julinas, o consumo do produto é bem mais expressivo. A região Nordeste, onde as tradições populares são mais intensas, concentra a maior parte desse movimento da indústria (77%), seguida pelo Centro-Oeste (70%) e Sudeste (63%). Ainda vale ressaltar que a mesma pesquisa atestou que a paçoca ainda é o tipo de amendoim mais consumido (69%) entre os entrevistados, seguido de Amendoim japonês (59%) e Amendoim sem pele (55%).

O presidente da ABICAB, Ubiracy Fonsêca, ressaltou a importância do produto nesse período. “Amendoim é uma paixão do brasileiro, mas temos períodos chaves em que esse mercado se movimenta de forma mais acelerada. A temporada de festas de junho e julho é um desses e a pesquisa Conecta confirma essa percepção, já que 87% dos respondentes informaram que essa temporada é a principal ocasião para o consumo do produto”. concluiu Fonsêca.

Mercado de Amendoim

O Brasil é o 14º maior produtor de Amendoim in natura do mundo e vem aumentando sua capacidade de produção. Segundo dados do CONAB (Companhia Nacional de Abastecimento), o setor de amendoim, estimou em volume de produção de grãos, 515 mil toneladas na safra de 2018/2019, no qual 95% da produção é realizada no estado de São Paulo.

Representando mais de 60% do mercado, a ABICAB tem uma especial preocupação com a qualidade da produção do amendoim e do produto que chega à mesa dos consumidores e por isso mantém ativo o Programa Pró-Amendoim. As empresas associadas que possuem o selo “Qualidade Certificada Pró-Amendoim-ABICAB” atendem os requisitos da legislação em relação aos níveis de aflatoxina, e fabricam produtos à base de amendoim totalmente seguros (auditados e monitorados pela auditoria DNV-GL).
O programa colabora com a denúncia de produtos irregulares por meio do monitoramento e da análise realizada pelo laboratório LAMIC.
 
Com uma produção forte e cada vez mais qualificada, a exportação alcança 89 países como Rússia, México, Polônia, Espanha, Reino Unido, e África do Sul. O setor de amendoim exportou em 2018, 238 mil toneladas de amendoim in natura, correspondendo a um valor de US$ 266 milhões.


Saúde em grãos

Não é raro aqueles que se preocupam com a calorias dos amendoins, mas esse é um alimento rico nutricionalmente, trazendo muitos benefícios à saúde quando consumido em quantidades moderadas. Possui nutrientes ômega-3, zinco, selênio e a vitamina E, e auxilia na diminuição de processos inflamatórios, além de acelerar a cicatrização do tecido, retardar o envelhecimento celular, evitar dermatites e melhorar a capacidade das barreiras celulares. Além disso, poderá ajudar até na perda de peso, pois possui fibras e a combinação de macronutrientes essenciais (gordura, proteína e carboidrato), importantes para uma combinação completa. 

Outro benefício do amendoim é que ele é rico em vitamina B3, uma das protetoras do sistema nervoso e combatente de doenças como Alzheimer. E, ainda ajuda na redução do colesterol total e triglicérides.

Aumento de dívidas abala confiança das famílias e diminui propensão a compras parceladas


De acordo com a FecomercioSP, não há expectativa de melhora desse quadro enquanto não forem aprovadas as principais reformas – da Previdência e Tributária


A proporção de lares paulistanos endividados foi para 56,5% em maio, mostrando a fragilidade econômica pela qual o País passa atualmente, pois se trata do maior valor desde novembro de 2017 (56,7%) e já está bem próximo dos 57,1% apurados em 2013, início da crise política, com fortes reflexos no mercado e nas finanças das famílias, é o que aponta levantamento da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP).

O alto índice de desemprego também levou a crescer a taxa de inadimplência, que chegou a 20,5% em maio, o que significa que 804,3 mil famílias não pagaram a dívida até a data do vencimento, um crescimento de 53 mil em um ano, próximo do maior patamar histórico, de 21,8% em abril de 2012.

De acordo com a Federação, trata-se de um dado alarmante de que as famílias estão com cada vez menos recursos diante da desvalorização constante da moeda nacional e da inflação. Com isso, os bancos têm reduzido a oferta de crédito, analisando minuciosamente o perfil de cada cliente e propondo, inclusive, a redução dos limites dos cartões de crédito. Assim, nota-se que, em 2019, houve aumento na procura pelo parcelamento no carnê, direto com o lojista, chegando a 15,1% em maio.

Ainda de acordo com levantamentos da Entidade, nesse ambiente desfavorável, em maio, houve quedas de 1,8% na intenção de consumo nos lares e de 1,6% na propensão de comprar algum produto financiado nos próximos três meses, ou seja, as famílias tiveram seus rendimentos reduzidos, endividaram-se para manter algum padrão de consumo e não pretendem ampliar a lista de compras agora. Contudo, esse controle do mercado financeiro detém o porcentual de renda comprometida com dívida, que tem permanecido em torno de 28,5% ao longo dos meses.

De acordo com a FecomercioSP, não há expectativa de melhora desse quadro enquanto não houver mais estabilidade e previsibilidade política, a fim de que as principais reformas (como a da Previdência e a Tributária) sejam bem encaminhadas e aprovadas no Congresso. Para a Federação, a redução da burocracia é primordial para melhorar o ambiente de negócios, atraindo investimentos e gerando emprego e renda. E, consequentemente, retomando o desenvolvimento econômico do País, que deve ficar estagnado até a concretização dessas ações.


PEIC
Na Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (PEIC) houve elevação de 1,3 ponto porcentual (p.p.) na proporção de famílias paulistanas endividadas em maio – de 55,2% em abril para os atuais 56,5%. Na comparação com o mesmo período do ano passado, a alta foi maior: 5,4 p.p., o que significa 227 mil famílias a mais do que em 2018.

O aumento da inadimplência foi um pouco menor e passou de 20,3% em abril para 20,5% em maio, mesma taxa de setembro do ano passado, quando houve instabilidade por causa das eleições presidenciais. Já o porcentual de famílias que afirmaram não ter condições de pagar suas dívidas permaneceu estável tanto no comparativo mensal quanto no anual (8,8%), com 346,3 mil famílias nessa situação atualmente.

Na segmentação por renda, os lares com rendimentos abaixo de dez salários mínimos (SM) impulsionaram o endividamento: 59,4% ante os 58,9% de abril, e a inadimplência atingiu 25,6%. Também houve alta para o grupo com renda superior a dez SM, ao passar de 44,4% para 48,3% em maio. Contudo, a inadimplência foi menor nessa faixa – caiu de 8,7% em abril para os atuais 7,9%.

O principal tipo de dívida de todas as famílias continua sendo o cartão de crédito, com 74%. Em abril, eram 71,7%, e com relação ao mesmo período do ano passado, 70,2%. Na segunda posição ficaram os carnês, com 15,1%, ante os 14,8% de abril.

ICF
O Índice de Consumo das Famílias (ICF) recuou 1,8% no mês passado, a terceira queda consecutiva, passando de 99,8 pontos em abril para os atuais 98 pontos. No entanto, em comparação com o mesmo período do ano passado, registrou alta de 6,7%.

Dos sete itens analisados, cinco sofreram retração, com destaque para Perspectiva de consumo (-6,5%), que passou de 104,3 pontos em abril para os atuais 97,5 pontos, voltando ao patamar de insatisfação. Isso significa que 36% dos paulistanos disseram pretender gastar menos nos próximos meses.

Na segmentação por renda, o item Perspectiva de consumo recuou na duas faixas: 12,9% entre os consumidores que recebem mais de dez salários mínimos (SM) e 3,9% entre os que ganham menos de dez SM.

PRIE
A parcela de paulistanos que pretendem comprar algum produto financiado ou parcelado também caiu em maio (-1,6%) – de 47,5 pontos em abril para os atuais 46,7. De acordo com a FecomercioSP, a intenção de financiamento tem correlação direta com a expectativa profissional, que também recuou 1,2% em maio.

Cautela em alta
A FecomercioSP ressalta que é bom evitar o repasse de aumento de preços ao cliente, já não tão disposto a comprar. Por isso, é preciso se empenhar na negociação com os fornecedores, com atenção ao câmbio e à inflação, ainda que seja necessário reduzir a margem de lucro. Assim, será possível manter o fluxo de caixa e fazer o estoque girar. É importante também reduzir a aquisição de mercadorias diante da queda de expectativa do consumo. Já para os comerciantes com estoques altos, a recomendação é realizar promoções para alcançar níveis adequados.

Nesse momento de turbulência, os comerciantes devem ficar mais atentos ao seu negócio e variar nas opções de pagamentos ofertadas nos estabelecimentos, pois pode ser uma forma positiva de garantir vendas. A Entidade sugere que, para quem ganha mais de dez salários mínimos, é possível oferecer desconto no pagamento à vista; já para os que estão abaixo dessa média, a dica é disponibilizar o parcelamento por meio do carnê, visto que esses consumidores têm enfrentado restrições de créditos nas grandes instituições.

Outra sugestão da Entidade é variar o mix de produtos das lojas, com foco nos consumidores que estão em busca de opções de marcas mais acessíveis. Para quem trabalha com alimentos, o ideal é diminuir os itens que necessitem de refrigeração, pois vai colaborar para redução do consumo de energia. A FecomercioSP também sugere a implantação de programas de fidelização, com descontos progressivos, conforme a frequência de compras.

Metodologia
PEIC
A Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (PEIC) é apurada mensalmente pela FecomercioSP desde fevereiro de 2004. São entrevistados, aproximadamente, 2,2 mil consumidores na capital paulista.

O objetivo da PEIC é diagnosticar o nível de endividamento e de inadimplência do consumidor. A partir das informações coletadas, são apurados importantes indicadores: nível de endividamento; porcentual de inadimplentes; intenção de pagamento de dívidas em atraso; e nível de comprometimento da renda. Tais indicadores são observados considerando duas faixas de renda.
 

ICF
O Índice de Intenção de Consumo das Famílias (ICF) é apurado mensalmente pela FecomercioSP desde janeiro de 2010, com dados de 2,2 mil consumidores no município de São Paulo. O ICF é composto por sete itens: Emprego atual; perspectiva profissional; Renda atual; Acesso ao crédito; Nível de consumo atual; Perspectiva de consumo; e Momento para duráveis. O índice vai de zero a 200 pontos, no qual abaixo de 100 pontos é considerado insatisfatório e acima de 100 pontos é denotado como satisfatório. O objetivo da pesquisa é ser um indicador antecedente de vendas do comércio, tornando possível, a partir do ponto de vista dos consumidores e não por uso de modelos econométricos, ser uma ferramenta poderosa para o varejo, para os fabricantes, para as consultorias e para as instituições financeiras.
 

PRIE
A Pesquisa de Risco e Intenção de Endividamento (PRIE), apurada pela Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP), tem o objetivo de acompanhar o interesse dos paulistanos em contrair crédito e a evolução da proporção de famílias endividadas na capital paulista que possuam aplicações financeiras, gerando um índice de risco inerente a essas operações. Os dados que compõem a PRIE são coletados em 2,2 mil entrevistas mensais realizadas na cidade de São Paulo.

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