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quarta-feira, 6 de fevereiro de 2019

Câncer colorretal será um dos mais prevalentes do ano, indica pesquisa americana


Neoplasia será a quarta mais prevalente em homens e a terceira em mulheres


Um relatório, produzido e divulgado pela Associação Americana de câncer indicou estimativa da incidência e mortalidade dos principais tipos de câncer para 2019. O Câncer colorretal por exemplo, é apontado pela pesquisa como o quarto tipo mais prevalente em homens e o terceiro mais prevalente em mulheres. Esse tipo de neoplasia perde apenas para os cânceres de mama e próstata, pulmão, e pele do tipo não melanoma.

A pesquisa indica ainda que a probabilidade de um diagnóstico invasivo é maior (cerca de 40%) para homens. Segundo o Dr. Marcos Belotto, gastrocirurgião do hospital Sírio Libanês, esse excesso de risco pode ocorrer por diversos fatores. "As razões não são totalmente compreendidas, mas pesquisas indicam que há diferenças entre os sexos na função imunológica que podem compreender para esse aumento. Além dele a nutrição está diretamente ligada a disparidade sexual na incidência de certos tipos de câncer entre homens e mulheres", justifica.

A questão alimentar tem sido, cada vez mais, um fator importante para o aumento dos casos do câncer colorretal, principalmente em pessoas mais jovens. "Se antes, a faixa de risco era durante a terceira idade, hoje temos casos de pessoas diagnosticadas com a doença muito mais cedo", alerta.

Já se sabe que o consumo de alimentos considerados inflamatórios podem contribuir para os novos casos, conforme explica Belotto. "Uma das hipóteses é que o potencial inflamatório de alguns grupos alimentares favoreça danos no DNA, causando o crescimento desordenado de células cancerígenas. Outra possibilidade é que esse tipo de dieta, por oferecer altas propriedades antioxidantes, também influencie na reprodução celular", relata.

Por ser um tipo de câncer com incidência alta, o tumor colorretal exige algumas medidas de prevenção importante, listadas pelo gastrocirurgião. "O rastreamento de lesão suspeita ou pólipos (tumor benigno que pode se transformar em câncer em 5 a 7 anos) é fundamental. A colonoscopia é um dos exames que detecta precocemente os tumores que agridem o cólon e o reto. A conscientização é um fator importante para a redução das mortes provocadas pelo câncer de intestino", conclui.


Número de pessoas picadas por escorpião cresceu 80%, nos últimos cinco anos


Nos últimos cinco anos, o número de ataques de escorpiões teve um aumento de 80%, no país. Saltou de 78 mil casos para 141 mil casos. Em 2017, foram confirmados 143 óbitos por picada de escorpiões. Em São Paulo, A situação elevou a taxa de letalidade e, hoje, quatro em cada mil pessoas picadas morrem.

De acordo com o Biólogo Giuseppe Puorto, membro do CRBio-01 – Conselho Regional de Biologia – 1ª Região (SP, MT, MS), o problema é comum nas regiões urbanas especialmente no verão. “Cerca de 40% das ocorrências registradas em todo o país são nesse período. Por isso, a atenção deve ser redobrada nessa época do ano”, reforça o Biólogo. Ele explica que os escorpiões se alimentam de baratas, que são insetos domésticos e que nessa época do ano se proliferam, já que as condições climáticas são favoráveis para sua reprodução. “Eles invadem as casas atrás das baratas, mas acabam também buscando onde se alojar”, completa.

Segundo o especialista, nas grandes cidades a espécie mais perigosa é o escorpião amarelo (Tityus serrulatus), que se reproduz por partenogênese (ou seja, a fêmea se reproduz sozinha). E que a melhor maneira de evitar a visita desses aracnídeos é justamente manter os lugares limpos, livres de entulhos. “No quintal de casa evite o acúmulo de telhas ou de tijolos, por exemplo. Eles podem se esconder entre as frestas. E se perto de casa tiver algum terreno baldio, peça para que a prefeitura providencie a limpeza do local”, orienta o Biólogo.

Se for picado, o Biólogo recomenda que procure um serviço de atendimento médico o mais rápido possível. “A pessoa deve ser levada para o local mais próximo que tiver”, avisa. Geralmente, primeiro é aplicado um medicamento para aliviar a dor provocada pela picada do escorpião. E depois, se for o caso, é aplicado o soro antiescorpiônico. “O medicamento neutraliza as toxinas do veneno circulante no corpo”, esclarece Puorto. A aplicação é geralmente indicada para crianças e idosos, considerados maior grupo de risco.


Câncer de Tireoide e Cirurgia


Quase todo mundo conhece alguém que já retirou a tireoide.


Mas existe um aumento no número de casos de câncer de tireoide ou os exames mais precisos estão diagnosticando tumores que antes não eram detectados?


De acordo com o Professor Doutor Flavio Hojaij, Livre Docente da Faculdade de Medicina da USP, especialista em cirurgia de cabeça e pescoço, as duas coisas parecem contribuir para esta percepção. Como os médicos passaram a solicitar mais exames e os diagnósticos melhoraram, o câncer passou a ser descoberto precocemente. No entanto, sabe-se que a incidência da doença, que geralmente tem causa genética, aumentou em 10% na última década.

“Existem protocolos para indicar aos especialistas quando um nódulo na tireoide deve ser analisado e quando deve ser realizada uma cirurgia para a retirada da glândula. Mas a decisão final sobre como proceder é sempre do cirurgião e do paciente. Dessa forma, algumas cirurgias são realizadas mais por precaução”, observa o Dr. Hojaij.

Em alguns países, como Estados Unidos e Japão, em centros universitários importantes, os especialistas já estão optando por apenas observar e monitorar alguns tipos de câncer de tireoide e não mais operar a todos, indiscriminadamente.

O Dr. Flavio Hojaij lembra também que existe a possibilidade de uma cirurgia parcial da tireoide, indicada em algumas situações específicas: paciente jovem, nódulo único e pequeno, sem sinais de doença à distância, entre outros.

“Os especialistas devem verificar a possibilidade de realizar uma cirurgia parcial de tireoide em alguns pacientes, visando proporcionar uma melhor qualidade de vida sem perder o foco no tratamento e resultado de se livrar do tumor”, explica o médico.

Nos últimos três anos o cirurgião  realizou 242 tratamentos para câncer de tireoide - em nível privado -, sendo que 42 pacientes foram tratados com remoção parcial da glândula.


Câncer na tireoide
 
O câncer na tireoide pode ter causa hereditária e já existem hipóteses (não conclusivas) de que também existem agentes externos como causadores. Ele não é agressivo e após a cirurgia, na maioria dos casos, não há recidiva ou metástase. A pessoa passará a fazer uso contínuo do hormônio que era produzido pela glândula, o levotiroxina.

Considerado o mais comum da região da cabeça e pescoço, o câncer de tireoide é três vezes mais frequente no sexo feminino. Nos Estados Unidos, a doença corresponde a 3% de todos os casos de cânceres que atingem as mulheres. No Brasil, corresponde a 1,3% de todos os casos verificados pelo Inca (1994 a 1998), e a 6,4% de todos os cânceres de Cabeça e Pescoço. No Brasil é o oitavo mais comum na população feminina.

Estima-se que 60% da população brasileira tenha nódulos na tireoide em algum momento da vida, mas menos de 5% deles são malignos. A incidência da doença aumentou em 10% na última década. Em caso de suspeita de câncer, além da avaliação clínica e de exames laboratoriais, o médico solicita exames de imagem ou biópsias.

A tireoide é uma glândula que produz dois hormônios que contêm iodo – a tiroxina (T4) e a triiodotironina (T3) – e que controlam nosso metabolismo, influenciam no nosso desenvolvimento e na atividade do sistema nervoso. Ela regula ainda a função de órgãos importantes como coração, cérebro, fígado e rins e, ainda, as relacionadas ao intestino e ao aparelho genital.








Dr. Flavio Hojaij - Professor Doutor da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo e é credenciado nos principais hospitais de São Paulo, como Hospital Israelita Albert Einstein, Hospital Sírio-Libanês, Hospital Oswaldo Cruz, Hospital São Luiz e Hospital BP Mirante. Foi Professor Visitante do Departamento de Otorrinolaringologia e Cirurgia de Cabeça e Pescoço da Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP). Também é Secretário da SBCCP e atua em campanhas públicas para a população, como o “Programa Corujão da Saúde”, da Prefeitura da Cidade de São Paulo, quando são operados, em horários alternativos, centenas de pacientes agendados pelo sistema público. Em 2018 sua equipe realizou 97 cirurgias pelo Corujão da Saúde.


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