Na Semana de Combate ao Alcoolismo, CISA
chama a atenção para o papel da família na prevenção do uso abusivo de álcool e
no sucesso do tratamento nos casos em que a doença foi diagnosticada
No Brasil, de acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), estima-se que 5,6% da população apresenta transtornos relacionados ao uso de álcool (abuso e dependência). Por isso, na Semana de Combate ao Alcoolismo, o Centro de Informações sobre Saúde e Álcool – CISA, organização não governamental que se destaca como uma das principais fontes para o tema, alerta sobre a importância dos familiares com relação a esse problema de saúde pública.
“A família é peça-chave tanto na prevenção do uso abusivo do álcool, como em casos em que o problema já está instalado. Inclusive, não são poucas as vezes em que o tratamento se inicia na família, principalmente porque o usuário de álcool não aceita seu problema, não reconhece que o uso de bebidas alcoólicas traz consequências negativas ou está desmotivado para buscar ajuda”, afirma o presidente executivo do CISA, o psiquiatra e especialista em dependência química Dr. Arthur Guerra.
Em se tratando da prevenção entre
crianças e jovens, é de vital importância que pais e familiares assumam sua
responsabilidade na formação de valores que protejam essa população mais
vulnerável do consumo precoce e excessivo de álcool. “É preciso considerar que,
muitas vezes, as pessoas bebem para serem aceitas em um grupo, e isso é muito
comum entre os jovens. A questão é que, quanto mais cedo se inicia o uso, maior
o risco de desenvolver dependência”, explica.
Entre as medidas protetivas estão o
diálogo aberto e amigável, para que os filhos se sintam à vontade para tirar
dúvidas, o relacionamento de parceria e confiança e a manutenção de hábitos
saudáveis em casa. Afinal, nada melhor do que dar o exemplo.
Para
os casos em que a doença já foi diagnosticada, a família também é parte
importante do tratamento. De acordo com o especialista, um acompanhamento
específico e dirigido para os familiares é essencial para que possam
compreender a doença e seus desdobramentos, assim como receber orientação
adequada sobre a melhor forma de ajudar o ente querido e a si mesmo.
“O
alcoolismo é uma doença crônica, assim como diabetes e hipertensão, e
totalmente passível de tratamento. Por ser uma doença complexa, é interessante
que o tratamento seja multidisciplinar, para atender às diversas necessidades
do paciente. Nesta fase, o apoio da família continua sendo fundamental,
principalmente para auxiliar a pessoa a refazer seu círculo de amigos ".
Outro
fator importante apontado pelo Dr. Arthur Guerra é a prática regular de
atividade física, uma vez que as endorfinas, hormônios produzidos pelo próprio
corpo durante o exercício, trazem sensação de bem-estar. Além disso, a prática
esportiva permite o contato com pessoas de interesses similares e pode ajudar
também na prevenção de recaídas.
No
Brasil, os locais mais conhecidos para tratamentos gratuitos especializados são
os Centros de Atenção Psicossocial Álcool e Drogas (CAPS-AD) e hospitais
públicos e conveniados ao Sistema Único de Saúde (SUS).
Centro de Informações sobre Saúde e
Álcool – CISA