Dados da Rais apontam maior participação feminina e redução
na desigualdade de renda
A participação das mulheres
no mercado formal de trabalho passou de 40,85% em 2007 para 44% em 2016,
segundo os dados mais recentes da Relação Anual de Informações Sociais (Rais),
do Ministério do Trabalho. No mesmo período, as trabalhadoras reduziram de 17%
para 15% a diferença salarial em relação aos homens.
Dos 46,1
milhões de empregos formais registrados na Rais em 2016, os homens somavam 25,8
milhões de vínculos empregatícios (56% do estoque de empregos no ano), e as
mulheres, 20,3 milhões (44%). Dez anos antes, em 2007, os homens respondiam por
59,15%, e as mulheres, por 40,85% dos 37,6 milhões de postos de trabalho.
Apesar de ainda
significativa, a diferença salarial também diminuiu nos dez anos analisados. Em
2007, o rendimento dos homens era R$ 1.458,51 e das mulheres R$ 1.207,36, uma
diferença de 17%. Em 2016, a diferença de remuneração média entre homens e
mulheres era de 15%. A média salarial masculina era de R$ 3.063,33 e a
feminina, R$ 2.585,44.
Para o ministro
do Trabalho em exercício, Helton Yomura, os dados mostram uma tendência na
redução das desigualdades no mercado de trabalho. "Apesar de ainda existir
diferença na participação e na remuneração entre homens e mulheres, a mulheres
vêm conquistando um espaço cada vez maior na economia formal do país",
afirma.
Escolaridade
- As mulheres são maioria entre os trabalhadores com ensino superior
completo no país. Elas representavam 59% dos 9,8 milhões profissionais com
vínculo empregatício ativo em 2016. Apesar de ter maior escolaridade, as
mulheres ainda continuavam ganhando menos. A remuneração média das mulheres com
ensino superior completo, em 2016, era de R$ 4.803,77, enquanto a dos homens
era de R$ 7.537,27.
Para
a analista de Políticas Sociais do Observatório Nacional do Mercado de Trabalho
do Ministério do Trabalho, Mariana Eugênio, ainda há muitos desafios que
precisam ser enfrentados com políticas públicas adequadas, especialmente no que
se refere à remuneração.
"Na
média, as mulheres continuam ganhando menos que os homens. Esta situação pode
ser explicada pelo fato de que a participação feminina no mercado de trabalho formal
está concentrada em ocupações que apresentam remuneração mais baixa. Além
disso, as mulheres ocupam menos os cargos de chefia e ainda há fatores
discriminatórios no ambiente de trabalho, que precisam ser combatidos",
afirma.
Setores
- No setor de Serviços, a participação de homens e mulheres no
mercado de trabalho formal é equilibrada – 48,8% feminina e 52,2% masculina. A
maior diferença de participação por gênero ocorre entre os setores produtivos
considerados mais masculinos, onde se destacam a construção civil e o
extrativista mineral. Em 2016, 9,9% do total de 1,9 milhão de trabalhadores da
construção civil eram mulheres.
O
único setor econômico em que as mulheres são maioria é o da Administração
Pública. Dos 8,8 milhões de postos de trabalho, 59% são de mulheres. De acordo
com a Rais, as principais ocupações femininas são de auxiliar de escritório,
assistente administrativo e vendedora de comércio varejista.
Regiões
- Os estados com menor disparidade de participação no mercado de
trabalho são Roraima, com 49,3% dos postos de trabalho ocupados por mulheres,
Amapá (47%) e Acre (46,7%). As unidades da federação com maior percentual de
homens em atividades formais são o Distrito Federal, com 62%, Mato Grosso
(60,4%) e Alagoas (59,9%).
O
Distrito Federal é a única unidade da federação onde o rendimento das mulheres
é maior do que a dos homens. Os estados com menor desigualdade salarial são
Alagoas e Pará, onde as mulheres ganhavam o equivalente a 96,7% e 96,2% dos
salários pagos aos homens, respectivamente.
São
Paulo é o estado com a maior diferença salarial entre gêneros. Em 2016, as
mulheres recebiam, em média, 80,2% da remuneração masculina. Depois de São
Paulo, Santa Catarina, com 80,7%, e Espírito Santo, 80,8%, são os estados com a
maior diferença salarial média entre homens e mulheres.
Participação
feminina no mercado de trabalho
|
|
As
20 primeiras ocupações (CBO 2002)
|
Vínculos
|
Auxiliar de escritório, em geral
|
1.294.071
|
Assistente administrativo
|
1.291.933
|
Vendedor de comercio varejista
|
1.186.850
|
Faxineiro
|
984.401
|
Operador de caixa
|
712.180
|
Professor de nível médio no ensino
fundamental
|
612.124
|
Técnico de enfermagem
|
475.286
|
Recepcionista, em geral
|
435.107
|
Cozinheiro geral
|
414.997
|
Professor de nível superior do ensino fundamental
(primeira a quarta serie)
|
345.574
|
Trabalhador de serviços de limpeza e
conservação de áreas públicas
|
341.821
|
Professor da educação de jovens e adultos
do ensino fundamental (primeira a quarta serie)
|
302.112
|
Alimentador de linha de produção
|
296.693
|
Atendente de lanchonete
|
260.104
|
Auxiliar de enfermagem
|
241.254
|
Enfermeiro
|
221.904
|
Supervisor administrativo
|
215.808
|
Professor de disciplinas pedagógicas no
ensino médio
|
213.975
|
Operador de telemarketing ativo e receptivo
|
211.982
|
Agente comunitário de saúde
|
200.950
|
Participação
masculina no mercado de trabalho
|
|
As
20 primeiras ocupações (CBO 2002)
|
Vínculos
|
Motorista de caminhão (rotas regionais e
internacionais)
|
869.052
|
Vendedor de comercio varejista
|
820.192
|
Assistente administrativo
|
790.006
|
Auxiliar de escritório, em geral
|
742.500
|
Vigilante
|
569.503
|
Alimentador de linha de produção
|
564.047
|
Servente de obras
|
529.488
|
Porteiro de edifícios
|
513.886
|
Faxineiro
|
360.538
|
Almoxarife
|
354.999
|
Pedreiro
|
334.472
|
Repositor de mercadorias
|
318.762
|
Trabalhador agropecuário em geral
|
311.371
|
Vigia
|
279.954
|
Ajudante de motorista
|
259.632
|
Motorista de ônibus urbano
|
254.126
|
Motorista de furgão ou veiculo similar
|
250.086
|
Motorista de carro de passeio
|
243.748
|
Trabalhador de serviços de limpeza e
conservação de áreas publicas
|
228.967
|
Frentista
|
218.775
|
Ministério do Trabalho