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segunda-feira, 19 de fevereiro de 2018

Abusos contra pacientes

O Supremo Tribunal Federal decidiu, após um impasse de 20 anos, que os planos de saúde devem reembolsar o Sistema Único de Saúde sempre que seus usuários foram atendidos na rede pública. Um parecer bastante justo; afinal, muitas empresas negam cobertura aos pacientes, empurrando-os para fila do SUS, como forma de aliviar seus caixas.

Essa postura condenável e antiética já causou ao Sistema Único de Saúde um rombo gigantesco. Hoje, os valores de ressarcimento questionados na Justiça chegam a cerca de R$ 6 bilhões.

Claro que ao dar o calote no SUS certas operadoras não prejudicam apenas o Estado. Todos os brasileiros são penalizados. O cliente da saúde suplementar têm prejuízo em virtude de não receber a assistência que anseia quando contrata este ou aquele plano. Já quem depende somente do SUS sofre com a sangria dos parcos recursos destinados atualmente à saúde e com um atendimento cada dia pior.

Lamentavelmente, muitos planos e seguros viraram exclusivamente fonte de riqueza para alguns maus empresários. O paciente é visto como cifrão; e a saúde é deixada invariavelmente em último lugar.

Diversas pesquisas de entidades médicas, como a Associação Paulista de Medicina, e de instituições hospitalares demonstram a lógica perversa na qual a rede suplementar trabalha faz décadas. Os médicos, por exemplo, são vítimas contumazes de empresas que os pressionam a reduzir a solicitação de exames e procedimentos, a antecipar altas, a evitar internações etc. Isso sem falar que são sub-remunerados e amargam outros dissabores, como as chamadas glosas, situações em que os planos revolvem unilateralmente não pagar por um procedimento.

A decisão do STF acende uma luz no fim do túnel. Contudo talvez não seja forte o suficiente para evitar as trevas semeadas, neste exato momento, no Congresso Nacional por um forte lobby do setor. Está em tramitação um pacote de alterações na Lei 9656, marco regulatório da saúde suplementar, que pode jogar o paciente na rua da amargura.

As empresas buscam aval do Legislativo para criar produtos com cobertura limitada praticamente ao campo ambulatorial, os quais batizam, pasme a ironia, de “planos populares”. Assim, além de vetar direitos, inflarão ainda mais o atendimento pelo Sistema Único de Saúde, que assumirá todos os procedimentos caros e de complexidade.

Até o consagrado no Estatuto do Idoso está ameaçado. Pretendem liberar reajustes dos planos a quem tiver mais de 59 anos de idade. Pior, por faixas: aumentos aos 59, 64, 69, 74 e 79 anos.

Ao mesmo tempo, a Câmara pode reduzir o rol de procedimentos e de tratamentos, o que afeta a qualidade da relação entre médico e paciente, além dos diagnósticos, exames laboratoriais, internação, cirurgias etc. Também ventila a possibilidade de reduzir as multas aplicadas a empresas que não cumprem os deveres contratuais.

O rol de barbaridades que acabo de elencar retrata claramente como a saúde suplementar do Brasil não possui o mínimo equilíbrio entre seus diversos agentes. Fazendo-se valer do poderio mercantil, e sob a complacência de um número razoável de maus políticos, planos de saúde enfiam a faca em você e tiram o sangue dos médicos.

Fica evidente então, a necessidade de uma ampla aliança de todos os que vêm sendo prejudicados para reverter esse quadro. Não podemos nos omitir.






Antonio Carlos Lopes - presidente da Sociedade Brasileira de Clínica Médica



domingo, 18 de fevereiro de 2018

Entenda os danos causados pela inalação de desodorante



Menina de 7 anos morreu depois de participar de desafio; segundo médico, o uso provoca asfixia


 A morte de Adrielly Gonçalves, de 7 anos, que teve uma parada cardíaca após ter inalado uma grande quantidade de desodorante aerosol, fez com que a família da menina desse início a uma campanha nas redes sociais. Os pais da criança querem alertar as pessoas sobre os perigos de ações irresponsáveis divulgadas na web.

A inalação de desodorante pode provocar, entre muitos outros danos, asfixia, explica o pneumologista Renato Calil. O médico, do Hospital Caxias D’Or, afirma que o desodorante pode funcionar como outras drogas inalatórias, como o lança-perfume e o loló. Ele acrescenta que a prática de inalar o desodorante não é nova e que vem se tornando comum principalmente entre crianças e adolescentes da região Nordeste do país.

- O spray é composto por álcool, alumínio e gases, como o isobutano. O problema é que esses gases se juntam mais facilmente aos glóbulos vermelhos, responsáveis por transportar o oxigênio pelo corpo. Os gases, então, são transportados no lugar do oxigênio o que provoca a asfixia.


Dependência e problemas renais

Calil reforça que a morte e a perda de consciência são as consequências mais agudas e graves da inalação do desodorante, mas há outros efeitos nocivos ao organismo se o consumo for de longo prazo. É possível desenvolver dependência, ansiedade e irritabilidade, ter uma parada cardíaca e problemas renais.

A inalação desses gases também está ligada ao desenvolvimento de câncer de mama a longo prazo por conta do alumínio. A inalação pode levar ainda a uma lesão cerebral irreversível, com a destruição de neurônios:

- Ao inalar, mesmo pela boca, os gases entram no pulmão e se ligam em questão de minutos aos glóbulos vermelhos. Se isso é feito em um ambiente mais fechado, com um saco plástico na cabeça, por exemplo, pode matar em minutos. A pessoa perde a consciência, desmaia e falece por uma parada cardiorrespiratória. Alguns segundos já representam um risco.


Veja cinco 'jogos' recentes que assustaram pais,
antes do 'desafio do desodorante'


Baleia Azul

O "desafio do desodorante", que matou uma menina de 7 anos, reacende o debate sobe esse tipo de "jogo". O da Baleia Azul foi o mais recente a se espalhar pelo Brasil, em 2017. Só existe em grupos fechados nas redes sociais. Em 50 dias, os participantes devem fazer desafios diários, entre eles automutilação. O último desafio é se suicidar.

Desafio da asfixia


Pouco antes do "jogo da Baleia Azul" se espalhar pelo Brasil, em 2017, o "jogo da asfixia" já preocupava: consiste em se enforcar até desmaiar, para experimentar sensações fortes. Um brasileiro de 13 anos, chamado Gustavo Ritter, chegou a morrer durante o desafio, em outubro de 2016. Houve mortes também nos EUA e no Canadá.

Planking


Este "desafio" levou à morte um homem na Austrália em 2011. Ele caiu do sétimo andar de um prédio, enquanto tentava fazer o "jogo". As pessoas são desafiadas a ficarem de bruços, com o corpo completamente reto, em alguma superfície estreita, com apoio somente na região do abdômen.

Desafio da canela em pó


Em 2016, o "desafio" da canela em pó, no qual o participante tenta engolir um punhado do ingrediente, puro, e ficar ao menos um minuto sem beber água, começou a chamar atenção. No mesmo ano, um grupo de pediatras americanos escreveu um artigo para o periódico científico "Pediatrics" alertando sobre os riscos.

Desafio do gás Hélio


Muitos vídeos na internet estimulam pessoas a inalarem gás Hélio, falarem com voz fina e tentarem não rir. Esse "desafio" é menos nocivo do que os anteriores, mas não deixa de ter riscos: pode levar a desmaios — porque o Hélio toma o lugar do oxigênio no corpo, o que faz falta às células — e causar queimaduras.






Ana Paula Blower






sábado, 17 de fevereiro de 2018

O Dia do Esportista e a atenção aos cuidados do coração



No dia 19 de fevereiro é comemorado o Dia do Esportista, data que tem como objetivo não só homenagear e incentivar os atletas, mas também conscientizar a prática do esporte para o desenvolvimento de uma vida mais saudável. Sabemos que a prática de exercício físico associada à uma alimentação regular é um requisito essencial para manter uma boa qualidade de vida.

Equilíbrio, agilidade, cooperativismo, resistência muscular, paciência e concentração não são os únicos aspectos que devem ser levados em consideração ao falar de um atleta. Mais importante do que superar seus próprios limites é estar atento ao seu real estado de saúde.

A diretora do departamento de Educação Física da Sociedade de Cardiologia do Estado de São Paulo (SOCESP), Lígia Antunes Corrêa comenta sobre a importância de atletas de todas as modalidades realizarem um check up cardiológico periódico, pois qualquer indivíduo está sujeito a sofrer uma parada cardíaca se não houver devida preparação e acompanhamento. 

A especialista chama atenção para aqueles que têm histórico de doença cardíaca na família estejam sempre atentos à sua saúde cardiovascular, principalmente se tiverem mais de 35 anos, pois é a partir dessa idade que o ataque fulminante se torna o principal motivo de óbitos durante as atividades físicas.
  
Para os atletas profissionais, ou seja, aqueles que são remunerados, o acompanhamento médico é imprescindível para a preparação e desenvolvimento dos treinos e competições, pois é ele quem irá determinar qual é a real situação cardiológica do atleta e também quem auxiliará na prevenção de possíveis doenças. “É importante que o esportista respeite os limites do seu próprio corpo e saiba tirar o melhor proveito de suas aptidões”, afirma a especialista.


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