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quinta-feira, 16 de novembro de 2017

Dia Nacional de Combate à Dengue: Verão e época de chuvas aumentam os riscos do vírus



Infectologista esclarece as dúvidas sobre a doença


A dengue é uma doença infecciosa aguda, causada por um vírus transmitido pelo mosquito Aedes aegypti, o qual se desenvolve em áreas tropicais (quentes e úmidas). Por isso, é comum que as epidemias de dengue ocorram no verão, ou após períodos chuvosos. “Caixas d'água, latas, pneus, cacos de vidro, vasos de plantas, e qualquer lugar onde possa se acumular água pode ajudar a proliferação do mosquito transmissor”, explica a infectologista do Hospital e Maternidade São Cristóvão, Dra. Andreia Maruzo Perejão.

Existem dois tipos de dengue: a clássica e a hemorrágica. “A dengue clássica é uma doença que, em mais de 95% dos casos, causa desconforto com, geralmente, sintomas menos graves e raramente leva à morte. Após a picada do mosquito, os sintomas se manifestam de três a catorze dias com febre alta, dor de cabeça, fraqueza, dores musculares, enjoo e vômitos”, esclarece a médica.

A forma mais grave da dengue é a hemorrágica, porém também é mais rara. “Nestes casos, ocorrem sangramentos em algumas partes do corpo. É um quadro clinico mais grave esta situação, podendo evoluir para um colapso circulatório, choque, a até levando a pessoa à morte”, alerta a Infectologista.

O tratamento é sintomático, sendo a ingestão de líquidos importante na recuperação. “O paciente deve se manter em repouso, beber muito líquido, e só utilizar medicamentos prescritos por médicos para aliviar as dores e a febre. É comum que ocorra durante alguns dias uma sensação de cansaço, que geralmente desaparece completamente com o tempo”, orienta Dra. Andreia.

O combate à doença é principalmente a prevenção, evitando que os locais se tornem criadouros de larvas. “É necessário evitar que objetos no jardim ou expostos ao ar livre se tornem recipientes de água. Importante que os objetos sejam cuidadosamente limpos e tampados. Não adianta apenas trocar a água, pois os ovos do mosquito ficam fixados nas paredes dos recipientes”, adverte.
Seguem algumas dicas da Dra. Andreia Maruzo Perejão para evitar que o mosquito se prolifere: 

  • Colocar terra nos pratinhos coletores das plantas para evitar o acumula da água;
  • Não deixar acumular água nas calhas do telhado;
  • Colocar o lixo domiciliar em sacos plásticos fechados ou latões com tampa;
  • Tampar cuidadosamente caixas d'água, filtros, barris e tambores;
  • Não deixar expostos à chuva pneus velhos ou objetos que possam acumular água (latas, garrafas, cacos de vidro etc.);
  • Em locais de maior ocorrência da dengue, usar sempre que possível calças, camisas de manga comprida e repelente contra insetos;
  • Pessoas que estiveram em área de risco e apresentarem febre devem procurar o Serviço de Saúde mais próximo rapidamente.

Cães e gatos podem ter Febre Amarela?



O surto de Febre Amarela vem deixando donos de cães e gatos de orelha em pé – será que os peludos também podem ficar doentes? 

Respirem aliviados: a resposta é não! Humanos e macacos são os únicos hospedeiros do vírus responsável por uma das mais temidas doenças transmitidas por mosquitos. Existem dois tipos de Febre Amarela, silvestre e urbana. No primeiro caso, os macacos funcionam como hospedeiros e, se picados, transmitem o vírus para os mosquitos Haemagogus ou Sabethes, comuns nas matas e na beira dos rios. Uma vez infectados, os mosquitos se tornam vetores para sempre e poderão transmitir a doença para outros macacos e para humanos não vacinados. Em área urbana, o humano (único hospedeiro do vírus) infectado pela febre amarela silvestre pode transmiti-la para mosquitos como o Aedes aegypti, que picam outras pessoas e espalham a doença.

Aedes aegypti deve ser temido por donos de cães e gatos por outro motivo: ele é vetor da Dirofilaria immitis, que acarreta a Dirofilariose, popularmente conhecida como verme do coração. Para que isso não ocorra, acabe com qualquer possível foco: o mosquito se reproduz  em água parada, por exemplo nas vasilhas dos nossos bichinhos, que devem ser lavadas com esponja e sabão diariamente. A Dirofilariose também é transmitida pelo mosquito Culex sp (o pernilongo comum) contaminado pelo parasita dirofilária. Quando ele pica, libera larvas na corrente sanguínea, que se alojam no ventrículo direito, na artéria pulmonar e na veia cava, reduzindo a função cardíaca, causando dificuldades respiratórias e uma tosse crônica. A doença, que pode ser detectada por exame de sangue e tem tratamento (embora muito delicado e com um certo risco para o cão),principalmente nos estágios iniciais, pode ser prevenida por meio de medicamentos e antipulgas de última geração.

Outra doença bastante temida é a leishmaniose, transmitida por flebótomos, insetos minúsculos que causam um estrago danado. Eles se reproduzem em matas úmidas e locais com matéria orgânica, como terrenos baldios e depósitos de lixos, e ao picarem um cão infetado, recolhem os parasitas que se multiplicam em seus estômagos e que contaminarão outros cães e humanos. Apesar dos flebótomos serem os vetores da doença, em diversos locais a recomendação ainda é a eutanásia dos peludos, entendendo-se serem eles reservatórios da doença. Ainda não existe cura para a leishmaniose, mas há tratamento para reverter sintomas como o emagrecimento progressivo, aumento do baço e fígado, crescimento exagerado das unhas e ferimentos na pele que não cicatrizam. A prevenção pode ser feita por meio de coleiras e produtos repelentes.

A Doença de Chagas, causada pelo Trypanosoma cruzi, também pode acometer os cães. O protozoário é transmitido pelo triatomídeo (mosquito conhecido por barbeiro) que ao picar o peludo para se alimentar defeca, contaminando o local da picada.

Outro inseto do mal é a mosca. A varejeira (Cochliomyia hominivorax) causa bicheira ou miíase ao depositar suas larvas em ferimentos expostos, que literalmente “comem” a pele e os tecidos subcutâneos e musculares do animal, e enquanto não atingem a forma adulta, vão aumentando o tamanho da ferida. É uma doença dolorosa e, muitas vezes, a amputação do membro afetado é inevitável. Existem bandanas, sprays e coleiras que ajudam a evitar que as moscas pousem nos peludos, e é importante ficar de olho em qualquer machucado, até nos menorzinhos.

Já a berne, muitas vezes confundida com bicheira, é causada por larvas de moscas da espécie Dermatobia hominis, que podem contaminar a pele de qualquer animal, até se não houver ferimento. Com o passar dos dias surge um nódulo com um buraquinho – às vezes não é possível ver a larva, apenas as secreções. Espremer não é a solução: peça ajuda ao veterinário. Em alguns casos o animal precisa até ser sedado para a realização do procedimento.

A melhor prevenção para essas duas doenças é a higiene. Recolha sempre as fezes e limpe bem o “banheiro” do peludão. Medicamentos antipulgas em comprimidos têm ótimo resultado, além de serem úteis para matar as larvas nos casos de infestações.


Fique atento!

* Dirofilariose, conhecida como verme do coração, é causada pelo dirofilária, parasita transmitido pelos mosquitos Culex sp e Aedes aegypti e ocorre principalmente em áreas litorâneas.

* Transmitida por flebótomos, a leishmaniose também pode infectar humanos. Ainda não tem cura, mas é possível reverter os sintomas. A limpeza de terrenos onde há lixo e material orgânico ajuda a evitar a propagação do inseto.

* As moscas varejeiras depositam ovos em ferimentos na pele. As larvas comem tecidos e carne, podendo comprometer em demasia a saúde do animal.

* A berne é causada pelas larvas da mosca Dermatobia hominis, que se alojam na pele dos animais, ainda que não existam ferimentos, causando dor e irritação. A higiene é a melhor prevenção (isso vale também para a bicheira),além de repelentes.


Previna-se

* Lave as vasilhas de água com sabão diariamente, esfregando bem as bordas, lugar preferido dos mosquitos para desova – melhor ainda se as vasilhas não tiverem bordas.

* Cuidado com os ralos: mantenha-os fechados ou lave todos os dias.

* Prefira caminhas e panos de cor clara – os mosquitos gostam mais das escuras – e acomode seu amigão em local ventilado para dificultar que as pragas pousem e botem ovos.

* Mata-mosquitos elétrico ajuda a eliminar as pragas, mas cuidado para o cachorro não se queimar.

* Aparelhos ultrassônicos não devem ser usados: o som, imperceptível para os nossos ouvidos, incomoda não só os mosquitos, mas os nossos peludos.

* Consulte o veterinário sobre repelentes que não prejudiquem o animal.





Cláudia Pizzolatto e Regina Ramoska
Fonte: https://www.bitcao.com.br/




19 de novembro – Dia Internacional do Homem



Psicanalista faz reflexão sobre o homem da atualidade: “ele é visto como ‘vilão’, mas assim como as mulheres, sente as mesmas dores de tentar sobreviver num mundo caótico”


Desde 1999, existe um dia internacional inteiramente dedicado aos homens, mas pouca gente sabe disso. Segundo a psicanalista Débora Damasceno – diretora da Escola de Psicanálise de São Paulo – essa pouca representatividade, em comparação com o Dia Internacional da Mulher, é compreensível. “O homem não aparece muito no nosso discurso como uma figura que também precisa de reconhecimento”. 

E falando em discurso social, o da atualidade vem enxergando o homem como um agressor em sua essência. “Falamos mais do homem como objeto de desejo, mas ninguém parou para pensar que ele não é uma entidade pronta. É um ser humano com angústias e medos. Porém, quando nos referimos ao homem, repetem-se apenas aqueles rótulos tão antigos como ‘não presta’, ‘só pensa naquilo’, ‘não quer compromisso’”, completa Débora. 

O que vem acontecendo, então? Por que o homem está sendo tão ‘vilanizado’? Débora lembra que a situação social vem passando por profundas transformações e o processo de educação – nas famílias, nas escolas e demais núcleos – não acompanhou com a mesma velocidade. “A sociedade exige um papel do homem – e também da mulher – para o qual eles não foram educados. E aí está o grande desafio: educar as pessoas para dar conta das demandas atuais”, ilustra a psicanalista. “Não nascemos prontos. Exigir algo do outro não o torna capaz de realizar. Educação é um processo do qual todos temos de participar”. 

Débora faz, ainda, outra reflexão: “As mulheres têm conquistado espaço social e, com muita naturalidade, fazem muitas coisas que só os homens faziam. Diante desta nova realidade e do surgimento de tanta tecnologia, não temos ideia do que fazer e para onde ir. Estão todos perdidos, homens e mulheres. Neste conflito, é preciso encontrar conforto. E culpar alguém é mais fácil do que admitir que estamos perdidos socialmente. É o que as mulheres vêm fazendo em relação aos homens:  eles são o ‘elemento mau’ e sem eles a sociedade seria perfeita e poderia viver em paz”. 

Para a psicanalista, a superioridade atribuída ao homem ainda é visível não só em termos econômicos – lembrando que eles ainda ganham mais do que elas mesmo em cargos semelhantes, estão em maior número na política e à frente de grandes organizações e ainda gozam de mais privilégios sociais. “Infelizmente, o machismo é um estilo de vida social propagado também pelas mulheres, que tanto clamam por igualdade”, ilustra. 

Considerando sua vivência em consultório, Débora afirma que o grande medo do homem da atualidade é não ‘dar conta’. Ele não tem claro o que está sendo exigido dele e, por isso, não sabe corresponder a isso. “Ele pode abordar uma mulher na balada, elogiá-la, ou este ato será interpretado como abusivo? Pode expressar livremente suas emoções sem ser taxado como frouxo ou mesmo ter sua masculinidade questionada? São muitos os conflitos relatados nas sessões de análise”. 

O caminho para homens e mulheres, segundo a psicanalista, é ambos se reconhecerem em suas necessidades e se enxergarem além do discurso social.

 “A única chance de vivermos harmoniosamente é, por meio da educação, não responsabilizar o outro por sua condição, mas sim, assumir as responsabilidades do que somos e sentimos. É preciso dar as mãos, juntar recursos e enfrentar esta nova realidade social – sem achar que existem opressores e oprimidos. Assim como as mulheres, os homens também sofrem as dores de sobreviver neste mundo caótico, o que mostra que, independentemente de gênero, somos todos seres humanos”. 




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