Em celebração à Campanha Outubro Rosa, especialista do CEJAM destaca pontos essenciais, desde a adolescência até a terceira idade
Em diferentes idades, as mulheres representam 51,5%
da população brasileira, de acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
(IBGE). Nesse contexto, muitas ainda não têm clareza sobre os cuidados
necessários em cada fase da vida, especialmente quando o assunto é saúde.
A adolescência é uma fase de transição entre a
infância e a vida adulta, na qual ocorrem profundas mudanças físicas, mentais e
sociais. A condução desse período é um desafio não só para os pais, mas também
para os médicos.
Na puberdade, período marcado pelo desenvolvimento
das características sexuais secundárias, a atenção deve começar a partir dos 8
anos. “Nessa faixa etária, exames laboratoriais e de imagem podem fornecer
informações importantes sobre a saúde, mas a definição do que fazer é
totalmente clínica e individualizada”, afirma Camilla Parente Salmeron,
ginecologista do CEJAM – Centro de Estudos e Pesquisas "Dr. João
Amorim".
Esse também é o momento em que surge o primeiro
ciclo menstrual, chamado de menarca, que tende a acontecer entre os 10 e 15
anos – podendo variar conforme o estilo de vida, histórico de menstruação das
mulheres da família, hábitos alimentares, alterações hormonais, entre outros
fatores.
Esses ciclos, muitas vezes, são acompanhados de
cólicas, alterações no padrão de sangramento e sintomas da TPM. Além disso, o
início da vida sexual pode ocorrer na adolescência, o que torna essencial
incluir consultas ginecológicas de rotina, para garantir todas as orientações e
cuidados necessários.
“É importante lembrar que mesmo começando a ir ao
ginecologista, muitas vezes, não será necessário a realização de exames
regulares, a menos que haja um quadro clínico que os justifique. Mesmo assim,
as consultas são de extrema importância”, explica.
A partir dos 25 anos, a atenção à saúde feminina
ganha novas demandas. O exame de Papanicolau passa a ser fundamental para a
detecção precoce do câncer de colo do útero, o terceiro tipo de câncer mais
comum entre as mulheres no Brasil, segundo o Instituto Nacional de Câncer
(INCA). O exame deve ser feito até os 64 anos, a cada três anos, caso se tenha
resultados normais em dois exames consecutivos.
Mas antes disso, é possível evitar o seu
aparecimento, já que a principal causa desse tipo de câncer é a infecção pelo
papilomavírus humano (HPV), sendo os tipos 16 e 18 responsáveis por cerca de
70% dos casos e lesões. “Por isso, a vacinação contra o HPV, entre os 9 e 14
anos, é de extrema importância para as meninas. O imunizante previne a infecção
e, consequentemente, o desenvolvimento do câncer de colo do útero no futuro”,
reforça a profissional.
Por volta dos 40 anos, outro cuidado se torna
imprescindível: a realização da mamografia. O exame anual permite identificar
lesões na mama em estágio inicial, aumentando as chances de cura de um possível
câncer de mama. Essa é a doença que mais contribui para a mortalidade de
mulheres no Brasil, com mais de 73 mil novos casos diagnosticados em 2023,
segundo o Ministério da Saúde. Para 2024, o órgão estima a mesma média de
diagnósticos.
Dra. Camilla alerta que, em alguns casos, a
mamografia pode ser indicada antes dos 40 anos, especialmente para mulheres com
histórico familiar ou suspeita de anomalias na região das mamas.
Já com a chegada da menopausa, marcada pela queda
nos níveis de estrogênio, a mulher entra em uma nova fase de cuidados.
"O quadro de hipoestrogenismo, além de trazer
sintomas conhecidos como calores e a sensação de ressecamento vaginal, também
tem impacto direto sobre o sistema cardiovascular, mamas, cérebro e ossos.
Nessa fase, é importante que a mulher busque entender possíveis quadros de
hipertensão, diabetes, dislipidemia, disfunções da tireoide, além de
osteoporose e quadros demenciais”, ressalta a ginecologista.
Assim, exames laboratoriais gerais, exame de
Monitorização Ambulatorial da Pressão Arterial (MAPA) e de densitometria óssea
também passam a ser essenciais para diagnósticos precoces.
"Ao contrário do que se imagina, os grandes
vilões para as mulheres na pós-menopausa são as doenças cardiovasculares e a
osteoporose. Condições como infarto agudo do miocárdio e acidente vascular
cerebral (AVC) podem surgir e precisam ser prevenidos”, enfatiza a doutora.
A médica ainda reforça que, independentemente da
idade, cuidados básicos com a saúde são os primeiros passos para que a mulher
atinja uma vida mais saudável.
"Manter uma alimentação equilibrada, praticar exercícios físicos regularmente, controlar o peso, cuidar da saúde mental e garantir um sono adequado são essenciais. Além disso, evitar o consumo de álcool, tabaco e drogas ilícitas faz toda a diferença", conclui.
CEJAM - Centro de Estudos e Pesquisas “Dr. João Amorim”
@cejamoficial
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