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sexta-feira, 1 de novembro de 2024

Saúde da mulher: entenda os cuidados recomendados para cada fase da vida

Em celebração à Campanha Outubro Rosa, especialista do CEJAM destaca pontos essenciais, desde a adolescência até a terceira idade

 

Em diferentes idades, as mulheres representam 51,5% da população brasileira, de acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Nesse contexto, muitas ainda não têm clareza sobre os cuidados necessários em cada fase da vida, especialmente quando o assunto é saúde.

A adolescência é uma fase de transição entre a infância e a vida adulta, na qual ocorrem profundas mudanças físicas, mentais e sociais. A condução desse período é um desafio não só para os pais, mas também para os médicos.

Na puberdade, período marcado pelo desenvolvimento das características sexuais secundárias, a atenção deve começar a partir dos 8 anos. “Nessa faixa etária, exames laboratoriais e de imagem podem fornecer informações importantes sobre a saúde, mas a definição do que fazer é totalmente clínica e individualizada”, afirma Camilla Parente Salmeron, ginecologista do CEJAM – Centro de Estudos e Pesquisas "Dr. João Amorim".

Esse também é o momento em que surge o primeiro ciclo menstrual, chamado de menarca, que tende a acontecer entre os 10 e 15 anos – podendo variar conforme o estilo de vida, histórico de menstruação das mulheres da família, hábitos alimentares, alterações hormonais, entre outros fatores.

Esses ciclos, muitas vezes, são acompanhados de cólicas, alterações no padrão de sangramento e sintomas da TPM. Além disso, o início da vida sexual pode ocorrer na adolescência, o que torna essencial incluir consultas ginecológicas de rotina, para garantir todas as orientações e cuidados necessários.

“É importante lembrar que mesmo começando a ir ao ginecologista, muitas vezes, não será necessário a realização de exames regulares, a menos que haja um quadro clínico que os justifique. Mesmo assim, as consultas são de extrema importância”, explica.

A partir dos 25 anos, a atenção à saúde feminina ganha novas demandas. O exame de Papanicolau passa a ser fundamental para a detecção precoce do câncer de colo do útero, o terceiro tipo de câncer mais comum entre as mulheres no Brasil, segundo o Instituto Nacional de Câncer (INCA). O exame deve ser feito até os 64 anos, a cada três anos, caso se tenha resultados normais em dois exames consecutivos.

Mas antes disso, é possível evitar o seu aparecimento, já que a principal causa desse tipo de câncer é a infecção pelo papilomavírus humano (HPV), sendo os tipos 16 e 18 responsáveis por cerca de 70% dos casos e lesões. “Por isso, a vacinação contra o HPV, entre os 9 e 14 anos, é de extrema importância para as meninas. O imunizante previne a infecção e, consequentemente, o desenvolvimento do câncer de colo do útero no futuro”, reforça a profissional.

Por volta dos 40 anos, outro cuidado se torna imprescindível: a realização da mamografia. O exame anual permite identificar lesões na mama em estágio inicial, aumentando as chances de cura de um possível câncer de mama. Essa é a doença que mais contribui para a mortalidade de mulheres no Brasil, com mais de 73 mil novos casos diagnosticados em 2023, segundo o Ministério da Saúde. Para 2024, o órgão estima a mesma média de diagnósticos.

Dra. Camilla alerta que, em alguns casos, a mamografia pode ser indicada antes dos 40 anos, especialmente para mulheres com histórico familiar ou suspeita de anomalias na região das mamas.

Já com a chegada da menopausa, marcada pela queda nos níveis de estrogênio, a mulher entra em uma nova fase de cuidados.

"O quadro de hipoestrogenismo, além de trazer sintomas conhecidos como calores e a sensação de ressecamento vaginal, também tem impacto direto sobre o sistema cardiovascular, mamas, cérebro e ossos. Nessa fase, é importante que a mulher busque entender possíveis quadros de hipertensão, diabetes, dislipidemia, disfunções da tireoide, além de osteoporose e quadros demenciais”, ressalta  a ginecologista.

Assim, exames laboratoriais gerais, exame de Monitorização Ambulatorial da Pressão Arterial (MAPA) e de densitometria óssea também passam a ser essenciais para diagnósticos precoces.

"Ao contrário do que se imagina, os grandes vilões para as mulheres na pós-menopausa são as doenças cardiovasculares e a osteoporose. Condições como infarto agudo do miocárdio e acidente vascular cerebral (AVC) podem surgir e precisam ser prevenidos”, enfatiza a doutora.

A médica ainda reforça que, independentemente da idade, cuidados básicos com a saúde são os primeiros passos para que a mulher atinja uma vida mais saudável.

"Manter uma alimentação equilibrada, praticar exercícios físicos regularmente, controlar o peso, cuidar da saúde mental e garantir um sono adequado são essenciais. Além disso, evitar o consumo de álcool, tabaco e drogas ilícitas faz toda a diferença", conclui.

 



CEJAM - Centro de Estudos e Pesquisas “Dr. João Amorim”
@cejamoficial



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