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sexta-feira, 1 de novembro de 2024

5 maneiras de ajudar seu filho a gerenciar a ansiedade

A psicóloga e fundadora da Comunidade Tribo Mãe, Marília Scabora, explica como pais podem ajudar crianças e adolescentes a combater esse mal, além de ensinar as diferenças entre a ansiedade situacional e o transtorno de ansiedade

 

Em 2022, um estudo publicado na revista JAMA Pediatrics chamou a atenção para um dado alarmante: houve um salto de 29% no número de crianças e adolescentes até 17 anos diagnosticadas com ansiedade nos Estados Unidos; esse levantamento compreendeu 174 mil crianças no período de 2016 a 2020. Já no Brasil, o advento da pandemia do novo coronavírus teve um impacto na saúde mental dessa população: uma pesquisa do Instituto de Psiquiatria da Universidade de São Paulo (IPq-USP) mostrou que, em 2023, 35% dos jovens desenvolveram ansiedade ou depressão nesse período.

 

“Os sinais mais comuns de ansiedade em crianças e adolescentes incluem mudanças de comportamento, como irritabilidade, inquietação, dificuldade de concentração, alterações no sono e na alimentação. Fisicamente, podem se queixar de dores de cabeça, dores no estômago, ou sentir a respiração mais acelerada. Muitas vezes, eles evitam situações sociais ou atividades que antes eram prazerosas. Em adolescentes, a preocupação excessiva com o futuro ou o desempenho pode ser um indicador importante”, explica Marília Scabora, psicóloga e fundadora da Tribo Mãe.

 

A psicóloga também diz que há dois tipos de ansiedade aos quais os pais devem se atentar: a situacional, ligada a provas ou eventos específicos, e o transtorno de ansiedade, que tende a ser mais persistente e interfere nas atividades diárias da criança ou adolescente. “Se a ansiedade é desproporcional ao evento, dura por semanas ou meses, e afeta sua capacidade de funcionamento em casa, na escola ou nas interações sociais, é importante buscar uma avaliação profissional”, alerta.

 

Como ajudar durante as crises de ansiedade

 

Para Marília, uma rotina que equilibre momentos de estrutura e flexibilidade pode trazer benefícios para crianças e adolescentes. “Uma rotina que equilibre momentos de estrutura e flexibilidade pode ser benéfica. Horários definidos para dormir, comer e estudar, intercalados com atividades livres, ajudam a criança a prever o que vai acontecer, o que traz segurança. Além disso, incluir momentos de conexão com os pais, como ler juntos, caminhar ou fazer algo criativo, fortalece o vínculo e cria um ambiente acolhedor e estável”, diz.

 

Fora atividades que coloquem o corpo em movimento, em especial ao ar livre, que ajudam a descarregar a energia acumulada, e aquelas que trazem maior proximidade entre pais e filhos, a especialista lista cinco dicas importantes que ajudam nos momentos de crise de ansiedade. Confira-as:

 

1. Validação emocional: “Escutar o que a criança ou adolescente sente, sem minimizar suas preocupações, criando um espaço seguro para que eles possam expressar seus medos”, começa.

 

2. Criação de estratégias de respiração: “Ensinar técnicas simples de respiração, como inspirar lentamente pelo nariz e expirar pela boca, ajuda a criança a recuperar o controle quando se sentir ansiosa”, ensina.

 

3. Manutenção de uma rotina estruturada: “Crianças e adolescentes se sentem mais seguros em um ambiente previsível. Estabelecer horários regulares para atividades diárias, como refeições, estudos e sono, pode reduzir a ansiedade”, conta.

 

4. Estimular o contato com a natureza: “O simples ato de caminhar ao ar livre, brincar em parques ou praticar jardinagem pode ser muito eficaz para aliviar a ansiedade”, prossegue.

 

5. Criar oportunidades de autocuidado e relaxamento: “Incentivar práticas como o mindfulness, a meditação ou até mesmo o simples ato de brincar e se divertir, sem pressões, pode ajudar a regular as emoções”, finaliza.

 

“É importante que os pais estejam atentos ao próprio nível de estresse e ansiedade, pois as crianças captam esses sinais. Cuidar da saúde mental da família como um todo cria um ambiente mais equilibrado para todos. Além disso, respeitar o tempo e o processo de cada criança é essencial. Nem todas as estratégias funcionarão de imediato, mas a presença constante e o apoio emocional fazem uma grande diferença no enfrentamento da ansiedade”, conclui Marília.

 

Tribo Mãe


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