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quinta-feira, 25 de maio de 2017

Os 5 tipos de transtornos alimentares - saiba como identificá-los





Dr. João Aguiar, especialista em Endocrinologia clínica, diz que aumento de casos preocupa especialistas


De acordo com estimativas do Instituto Nacional de Saúde Mental dos Estados Unidos, 70 milhões de pessoas em todo o mundo sofrem de algum tipo de transtorno alimentar e o número de mortes provocadas por esses distúrbios gira em torno de 19% desse total, quase 14 milhões de pessoas.  “Os transtornos se caracterizam por um comportamento alimentar doentio em que há uma relação não saudável com o alimento. Pode se manifestar de maneira física, como vômitos, ou por alteração psíquica com privação da alimentação”, esclarece o Dr. João Aguiar. 

Os distúrbios podem ser classificados em cinco categorias:
  • Transtorno da ruminação – é a incidência de episódios de regurgitação e ruminação ou cuspidas sem causa patológica e normalmente não está relacionada a outros transtornos alimentares.
  • Transtorno conhecido como P-I-C-A  -  é a ingestão de substâncias que não fazem parte dos alimentos aceitos pela sociedade, como terra, barro, cabelo, cinzas de cigarro e  fezes de animais. É mais  comum em  indivíduos com  deficiência intelectual ou outros distúrbios mentais.
  • Transtorno da compulsão alimentar periódica (binge eating) – é quando o  paciente apresenta episódios de compulsão alimentar, causando frequentemente obesidade e sobrepeso . O seu diagnóstico se baseia em episódios de ingestão de grande quantidade  de alimento em curto espaço de tempo com a sensação de perda de controle.
  • Anorexia Nervosa - Popular entre os meios de comunicação e a sociedade, a anorexia nervosa pode ser de dois tipos: restritivo e bulímico. No primeiro, o paciente tem baixo peso por conta da restrição alimentar, períodos prolongados de jejum  e  excesso de exercícios físicos. No segundo caso o paciente  até  se alimenta,  porém provoca o vômito para  que não ocorra ganho de peso. Em geral, os pacientes são bem magros, com olhos fundos, pele e cabelos ressecados e unhas quebradiças. As queixas mais frequentes  são fraqueza, tontura, desmaio e  mal-estar geral, diminuição dos níveis de hormônios sexuais  e  tireoide,  além do  aumento dos níveis de cortisol. Na mulher  ocorre  ausência de menstruação  e em alguns casos o  aparecimento precoce de osteoporose.  No homem há redução dos  testículos e de libido e  infertilidade. “Essa divisão é didática, pois frequentemente encontramos essas duas características em um mesmo paciente. A incidência mundial é estimada em 1 caso para cada 100.000 pessoas, mas se considerarmos apenas as mulheres jovens e brancas de países desenvolvidos essa taxa se eleva para 1 caso a cada 200”, afirma Dr. João.
  • Bulimia Nervosa -  a bulimia se caracteriza por quadros recorrentes de ingestão de grandes quantidades de alimentos em curto espaço de tempo, acompanhados por uma preocupação constante com o peso e com o corpo que  costumam ser seguidos por enorme sensação de culpa, fazendo com que o paciente recorra à  indução de vômito, excesso de exercícios físicos e uso de medicamentos como diuréticos, laxantes, hormônios e  anfetamina. Os indivíduos apresentam aspecto de irritação e depressão e estão sempre insatisfeitos com o  corpo. Geralmente tem peso  adequado  ou  um pouco acima, a pele e cabelos são secos, aparecem letargia, alterações menstruais, dor  e distensão abdominal. Além disso, os dentes ficam amarelados  pelo constante contato do suco gástrico com o esmalte dentário. Um sinal clássico é o de Russel, em que aparece um calo no dorso da  mão provocado pelo atrito com os dentes no momento do estímulo do vômito.
As causas da anorexia e da bulimia são parecidas, estando relacionadas a fatores biológicos, psíquicos, sociais, familiares e/ou ambientais. “Normalmente, há uma percepção distorcida da autoimagem e a excessiva influência do peso na auto estima”, acredita Dr. João.  O tratamento desses transtornos deverá ser  realizado por uma equipe multidisciplinar, composta de médico, psicólogo,  nutricionista, sendo  de grande importância, também, a participação da família para a recuperação do paciente.





Dr. João Aguiar - Médico formado em 1994 pela Universidade Estadual do Pará com graduação em Endocrinologia Clínica, graduação em medicina do esporte e fisiologia do Exercício e residência médica em Ginecologia, obstetrícia e mastologia.



DIA NACIONAL DE COMBATE AO GLAUCOMA: Dose certa da medicação evita desperdício e facilita a adesão do tratamento contra a cegueira



 O Dia Nacional de Combate ao Glaucoma (26 de maio) é a melhor oportunidade para a conscientização do público leigo, e ainda mais útil para pacientes já diagnosticados. A mensagem central é ajudar a estimular a adesão e a manutenção do tratamento e, paralelamente, auxiliar no uso correto do colírio, uma vez que medicamentos tópicos hipotensivos (colírios) são usados ​​como primeira opção de tratamento e combate à progressão do Glaucoma.

Nos últimos anos, dois importantes aspectos têm chamado atenção de oftalmologistas especialistas em glaucoma: a falta de adesão e o desperdício de colírio, o que implica em pior prognóstico da doença e, consequentemente, na ineficácia do tratamento e em gastos econômicos desnecessários.

Como diversas outras campanhas no âmbito da saúde, as datas temáticas são pontos de partida para a conscientização do público leigo. Por se tratar de uma doença assintomática, e o fato de a progressão da doença ter relação com a baixa adesão ao tratamento (principalmente entre os idosos), pretende-se cada vez mais incentivar e mostrar a importância dos exames regulares com oftalmologistas.

O glaucoma é uma neuropatia óptica caracterizada pela perda progressiva do campo visual. Atualmente, representa 12,3% dos casos de cegueira no mundo, segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS) - a principal ainda é a catarata, mas ao contrário desta, a cegueira do glaucoma é irreversível.

No Brasil, estima-se em mais de 1 milhão de glaucomatosos, com incidência de 2 e 3% na população acima de 40 anos, segundo o Conselho Brasileiro de Oftalmologia. Aos 70 anos, o risco de desenvolver a doença triplica, segundo a Sociedade Brasileira de Glaucoma.

Dos cerca de 1 milhão de pacientes com glaucoma, 50% ou mais não sabem que são portadores da doença. No Brasil, supõem-se um índice ainda maior. A estimativa é que até 2020 o glaucoma atingirá 80 milhões de pessoas em todo mundo, sendo que destas, 11 milhões estarão em estágio de cegueira bilateral³.

No início da progressão da doença, pacientes glaucomatosos têm a perda do campo visual periférica. Daí, a visita ao periódica ao oftalmologista ser recomendada. Com o passar do tempo, ocorre a atrofia progressiva do campo visual que, inexoravelmente, levará à cegueira.


Falta de Adesão

O tratamento do glaucoma inicia-se com o uso de colírios específicos, porém, dependendo do paciente, a cirurgia pode ser uma opção quando o medicamento não surtir o efeito desejado.

Entre as causas do abandono do tratamento estão a dificuldade em manter os olhos abertos para instilação do colírio, desistência no uso do medicamento e não seguir as orientações médicas, os horários prescritos e a forma de manuseio do frasco de colírio. Pacientes na terceira idade, por dificuldade em instilar o colírio sozinho, são pouco aderentes ao tratamento.

Os glaucomatosos são os que mais utilizam colírios diariamente para o controle da doença. A utilização correta do medicamento tem efeito adjunto no tratamento, pois cada gota desperdiçada pode representar um dia de tratamento a menos. Ou seja, há o desperdício no aspecto da saúde física do paciente e também financeira. Aproximadamente 65% dos pacientes apresentam dificuldade na aplicação dos colírios e 38% erram a primeira gota. De cada dez, quatro não acertam o alvo. Quando a gota do colírio não chega de forma correta no olho, perde-se a eficácia do tratamento.

“Quanto maior a adesão à terapia tópica, melhor para o paciente. Mas se o colírio não foi instilado de forma correta, o tratamento torna-se ineficaz. O uso da medicação acima do recomendado, ou o excesso de uso do colírio, além de não trazer benefícios, aumenta o efeito colateral da medicação”, diz o Prof. 
Tiago Prata, médico oftalmologista e professor de pós-graduação da UNIFESP e diretor clínico do Hospital Medicina dos Olhos (HMO).

O Prof. Tiago Prata e colegas conduziram um estudo¹ que avaliou a eficácia e a segurança de um dispositivo projetado para instilar o colírio de forma correta no tratamento. Aproximadamente 20% dos pacientes precisam de outra pessoa para ajudar, o que nem sempre é possível e, muitas vezes, leva à desistência do tratamento e, consequentemente, à progressão da doença.

Outro benefício demonstrado pelo estudo foi que o dispositivo reduz as chances de contaminação e diluição da medicação, pois o aplicador não permite que o frasco encoste a ponta no globo ocular.

Estudos de persistência e adesão ao tratamento do glaucoma já mostram que uma proporção significativa de pacientes interrompeu o uso da terapia prescrita logo no primeiro ano. Do ponto de vista econômico, o auxílio e a facilidade de um aparelho para instilar colírio, especialmente no caso de pacientes inexperientes, é maior em comparação à instilação tradicional².

De modo geral, o colírio é um medicamento de uso pessoal, exclusivo do paciente e deve ser utilizado somente sob recomendação médica. O auxílio de um dispositivo para estilar colírio tem demonstrado eficácia porque o paciente percebe que está fazendo o uso correto do colírio, e sente-se mais motivado a aderir ao tratamento. “É como um atleta que recebe um tênis novo. Aquilo é um incentivo extra, que o impulsionará a seguir seus objetivos, suas metas”, descreve o oftalmologista Tiago Prata.

O oftalmologista da UNIFESP e diretor clínico do Hospital Medicina dos Olhos (HMO) alerta que, no Brasil, alguns medicamentos à base de corticoide, vendidos sem receita, podem ser grandes vilões no tratamento da doença. Estes colírios podem tanto aumentar a pressão dentro do olho, conhecida como PIO (Pressão Intraocular) como ainda desenvolver o glaucoma.






Dr. Tiago Prata - oftalmologista pela UNIFESP/EPM, com especialização na área de Glaucoma na mesma instituição. Atualmente é Professor Afiliado e Professor da Pós-Graduação no Departamento de Oftalmologia da UNIFESP/EPM. Concluiu o Doutorado em Oftalmologia e Ciências Visuais em 2011 pela UNIFESP/EPM, com bolsa de doutorado-sanduíche (CAPES) nos Estados Unidos, no New York Eye and Ear Infirmary / New York Medical College. Concluiu o Pós-Doutorado em Oftalmologia e Ciências Visuais em 2016 pela UNIFESP/EPM. É Membro da American Academy of Ophthalmology, Pan-American Association of Ophthalmology e da Association for Research and Vision in Ophthalmology.





Acidentes com fogos de artifício afetam principalmente as mãos



Durante os atos contra o Governo Federal na Esplanada dos Ministérios, em Brasília, realizados nessa quarta-feira, 24/05, um dos manifestantes teve a mão dilacerada por um rojão. Apesar de legalmente comercializados, os fogos de artifício são perigosos se não forem manuseados de maneira correta.

As mutilações são bastante comuns nestes casos e, muitas vezes, o tratamento é doloroso, podendo deixar sequelas. Segundo o presidente da Sociedade Brasileira de Cirurgia da Mão (SBCM), Carlos Henrique Fernandes, uma em cada 10 pessoas que se acidentam em virtude do uso de fogos acaba tendo membros amputados, especialmente dedos.

Além das mutilações, as explosões causadas por seu manuseio incorreto podem provocar também perda de visão, lesões de córnea, danos no tímpano e surdez.  “Em caso de acidentes, recomenda-se a busca imediata de um especialista em mãos”, reforça Carlos Henrique.



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