Não se deve confundir uma dor, incomodo ou ardência muito eventual durante a relação sexual causada por falta de lubrificação durante a penetração vaginal, com dores frequentes que podem ser causadas por doenças físicas ou mesmo por questões psicológicas.
Toda
e qualquer dor, ardência, ou sensação de incomodo frequente durante relações
sexuais deve ser motivo de uma consulta médica, independentemente do local da
dor ou do desconforto. Em geral, as principais queixas podem incluir dores,
incômodos e ardência na própria vagina e região genital, uretra, útero, bexiga,
reto, e “no pé da barriga”, entre outros possíveis locais na pelve.
Muitas
vezes esta dor impossibilita qualquer tipo de acesso à vagina, incluindo exames
clínicos, além de qualquer tipo de penetração durante o ato sexual. Mas a dor é
sentida de forma diferente em cada mulher, seja quanto ao local, intensidade,
ou mesmo quanto à causa que pode ter origem física, psicológica ou ambas, já
que é comum a potencialização emocional de uma dor física de fato existente.
O fator emocional
As
dores e incômodos frequentes causados por questões emocionais possuem o medo do
contato íntimo e a insegurança como principais causas, além do stress,
depressão, baixa autoestima e problemas de relacionamento. Esses sentimentos
provocam a falta de relaxamento e de lubrificação vaginal durante a relação
sexual e consequentemente a dor ou o incomodo frequentes. O vaginismo, que se
caracteriza por contrações e espasmos involuntários da vagina é a principal
disfunção experimentada por muitas mulheres.
Muitas
vezes esses sentimentos podem possuir origem em traumas causados por abuso
sexual ou algum tipo de violência de gênero. Esses casos merecem uma atenção
ainda mais especial através do tratamento e acompanhamento com um psicólogo ou
psiquiatra.
As
questões emocionais, por sua vez, não devem ser rotuladas como a única causa
das dores ou incomodo. Muitas vezes as mulheres assumem que possuem dores
devido ao medo, por exemplo, e deixam de ir à médica ou médico para uma análise
mais completa do seu caso, que pode incluir doenças e causas físicas.
Dores de causas físicas
A
falta de lubrificação vaginal é uma causa muito comum de dores e incômodos. A
falta de lubrificação causa fissuras que deixam a vagina machucada. Além dos
fatores emocionais mencionados, a menopausa, o diabetes, assim como problemas
hormonais causados pelo mal funcionamento da tireoide ou o uso indevido de
hormônios, estão entre os principais fatores da “secura vaginal”.
Outro
fator muito comum causador de dores ou incômodos são as inflamações de qualquer
natureza na região pélvica, incluindo a própria vagina, vulva, uretra, bexiga,
colo do útero, etc. seja por causas infecciosas (bactérias, fungos ou vírus),
lesões ou traumas incluindo os decorrentes de cirurgias, parto ou acidentes.
Nesta categoria também estão as doenças sexualmente transmissíveis (IST),
vaginites, cistites, uretrites, herpes vaginal, entre outras.
Outras duas causas físicas merecem destaque
especial. A endometriose e os miomas cervicais.
Endometriose
A
doença se caracteriza pela presença de tecido endometrial fora do útero. Este
tecido passa a se desenvolver e penetrar em outros órgãos causando processos
inflamatórios, em regiões como os ovários, cavidade abdominal, intestino, e
etc., causando dores durante o ato sexual.
Miomas cervicais
Os
miomas são tumores benignos formados, em parte, por tecido muscular. Apesar de
raramente surgirem no colo do útero, quando ocorrem podem sangrar, provocar
secreção vaginal e causar dor durante o ato sexual com penetração vaginal.
Independentemente da causa, que será descoberta com a ajuda de uma médica ou
médico ginecologista, toda mulher deve evitar a automedicação e buscar ajuda
médica em caso de dores durante relações sexuais.
Dra. Elis Nogueira - Ginecologista e Obstetra, e concluiu a graduação em medicina na Universidade de Mogi das Cruzes em 1999. Especializou- se em Ginecologia e Obstetrícia pela Faculdade de Ciência Médicas da Santa Casa de São Paulo em 2004 e obteve o título de Especialista em Ginecologia e Obstetrícia pela Associação Médica Brasileira – Federação Brasileira das Sociedades de Ginecologia e Obstetrícia. Posteriormente: obteve o título em Advanced Life Support in Obstetrics; especializou- se também em Ginecologia Endócrina, Contracepção e Planejamento Familiar, Climatério, Patologia Cervical e Cirurgia Íntima. Atualmente é referência em parto normal, gravidez de alto risco , infertilidade, e também em cirurgia ginecológica, e cirurgia íntima, inserção de DIU de cobre e prata, SIU, trombofilias e implantes hormonais. É membro de entidades médicas reconhecidas como a SOGESP - Associação de Obstetrícia e Ginecologia do Estado de São Paulo, da APM - Associação Paulista de Medicina, e FEBRASGO - Federação Brasileira das Sociedades de Ginecologia e Obstetrícia. Faz parte do corpo clínico dos Hospitais e Maternidades: São Luiz Star, Vila Nova Star, Albert Einstein, ProMatre Paulista, Santa Joana, Sírio Libanês, São luiz itaim, Santa Catarina, Oswaldo Cruz, e Santa Maria.
CRM 98344