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quinta-feira, 24 de julho de 2025

Por que os processos seletivos tradicionais estão falhando com as novas gerações?

Conectada, impaciente e movida por propósito, a Geração Z está forçando empresas a repensarem sua forma de contratar


Formulários longos, falta de feedback e processos seletivos que duram semanas. Se você tem menos de 30 anos, é muito provável que já tenha desistido de uma vaga antes mesmo de chegar à etapa final do processo. 

Para a Geração Z — pessoas nascidas entre meados dos anos 1990 e 2010 — a paciência não é uma virtude quando o assunto é mercado de trabalho. E isso está fazendo com que os times de RH questionem tudo: desde a forma como divulgam uma vaga até como entrevistam e contratam. 

“Os processos que funcionavam há cinco ou dez anos hoje não fazem mais sentido. Essa geração quer velocidade, clareza e propósito. Se você não entrega isso, ela simplesmente sai do processo”, afirma Thomas Costa, Chief Growth Officer do Pandapé, software de RH mais usado na América Latina. 

Até 2030, a Geração Z deve representar 30% da força de trabalho no mundo, segundo estimativas da Organização Internacional do Trabalho. No Brasil, mais de 22 milhões de jovens desse grupo já estão economicamente ativos. Eles cresceram com a lógica do streaming, do conteúdo sob demanda, das respostas imediatas. E levam esse comportamento para o mercado de trabalho. Se o seu processo seletivo demora semanas, o talento vai embora com quem responde em dias. 

“Essa geração investiga a empresa antes mesmo de se candidatar. Eles observam o que colaboradores e ex-colaboradores dizem nas redes sociais e conferem se os valores divulgados estão, de fato, sendo praticados. Mais do que nunca, é preciso entender que a experiência do candidato começa antes mesmo do primeiro contato com o RH”, explica Costa. 

O problema é que muitas empresas ainda operam como se estivessem em 2010. Processos engessados, frios e demorados afastam talentos. E o impacto vai além da contratação: um candidato pode até aceitar a vaga, mas dificilmente permanecerá nela. 

Um dado da pesquisa mais recente do Infojobs com mais de 1.000 jovens brasileiros confirma o alerta: 61% da Geração Z dizem que já desistiram de um processo seletivo por falta de feedback ou demora nas etapas. Ou seja, o problema começa bem antes da contratação.
 

Como se preparar para essa nova era?

Para Thomas Costa, três ações são urgentes:

  1. Digitalizar o processo: usar ferramentas simples, que funcionem bem no celular e estejam conectadas às redes sociais. Facilitar o acesso é fundamental para não criar barreiras desnecessárias;
  2. Humanizar o contato: dar feedback rápido, falar de forma clara e empática, sem enrolação. Essa geração valoriza transparência e quer se sentir respeitada em cada etapa;
  3. Treinar quem recruta: preparar o time de RH para entender a linguagem, os valores e as expectativas dessa geração, para que a conversa faça sentido e seja verdadeira.

“Recrutamento não é mais só sobre preencher vagas. Hoje, é preciso criar conexões reais que envolvam e engajem o candidato desde o primeiro contato — ou até antes dele”, reforça. 

A concorrência por esses talentos já começou, e a Geração Z não espera: ela escolhe quem está pronto.

 

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