Reconhecimento inédito traz visibilidade à condição e reforça a urgência de ações concretas para diagnóstico, tratamento e prevenção. No Brasil, mais de 170 mil pessoas enfrentam a doença e dependem de diálise
A
Doença Renal Crônica (DRC), condição que afeta silenciosamente milhões de
pessoas ao redor do mundo, acaba de receber um reconhecimento inédito da
Organização Mundial da Saúde (OMS). Durante a 78ª Assembleia Mundial da Saúde,
foi aprovada uma resolução que inclui oficialmente a DRC entre as prioridades
globais das doenças não transmissíveis (DNTs), ao lado de enfermidades como
câncer, diabetes e doenças cardiovasculares.
A
resolução representa um avanço significativo para os mais de 850 milhões de
pacientesi afetados
globalmente e lança um alerta importante para o Brasil, onde mais de 10% da
população adulta convive com algum grau de comprometimento renal, muitas vezes
sem diagnóstico ou acompanhamento adequado. Estima-se que mais de 170 mil
brasileiros dependam de diálise, devido ao comprometimento elevado da função
renal.
“Essa
resolução da OMS é um verdadeiro chamado à ação”, afirma o Dr. Bruno Zawadzki,
nefrologista e diretor médico nacional da DaVita Tratamento Renal. “Precisamos
atuar em três frentes principais: melhorar o diagnóstico precoce da DRC com
exames simples, como a dosagem de creatinina; garantir acesso amplo às novas
terapias que retardam a progressão da doença; e estruturar a transição de
cuidado dos pacientes com DRC avançada para a diálise ou transplante renal”,
relata.
A
resolução, liderada pela Guatemala e apoiada por países como o Brasil,
determina que os Estados Membros da OMS integrem a saúde renal às suas
estratégias nacionais, focando na prevenção, detecção precoce, tratamento e
reabilitação. A Sociedade Internacional de Nefrologia (ISN), entidade que há
anos defende a equidade no acesso à saúde renal, teve papel decisivo na
articulação do texto aprovado.
No
Brasil, os obstáculos relacionados à DRC são diversos, desde a pouca
conscientização da população sobre os riscos da doença até a pressão exercida
sobre o Sistema Único de Saúde (SUS) pelo atendimento de pacientes em estágios
mais avançados.
Segundo
Zawadzki, é fundamental que as diretrizes saiam do papel e se tornem ações
efetivas. “É imprescindível que a triagem da DRC seja integrada às políticas
públicas de atenção primária, que os profissionais de saúde em todas as regiões
sejam capacitados e que sejam estabelecidas linhas de cuidado capazes de
garantir um acompanhamento contínuo e duradouro”, ressalta o nefrologista.
Além
da atuação do setor de saúde, o especialista também destaca a importância da
conscientização pública. “A maioria dos brasileiros ainda desconhece a DRC e
seus riscos. Educar é prevenir”, reforça.
Com
a nova diretriz da OMS, o Brasil tem diante de si uma oportunidade única de
liderar uma agenda renovada para a saúde renal na América Latina. Investir no
cuidado com os rins não apenas salva vidas, mas também contribui para reduzir
desigualdades em saúde e aliviar a pressão sobre o sistema público.
DaVita
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