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terça-feira, 1 de julho de 2025

OMS inclui doença renal crônica entre prioridades globais de saúde, ao lado do câncer e doenças cardiovasculares

Reconhecimento inédito traz visibilidade à condição e reforça a urgência de ações concretas para diagnóstico, tratamento e prevenção. No Brasil, mais de 170 mil pessoas enfrentam a doença e dependem de diálise 

 

A Doença Renal Crônica (DRC), condição que afeta silenciosamente milhões de pessoas ao redor do mundo, acaba de receber um reconhecimento inédito da Organização Mundial da Saúde (OMS). Durante a 78ª Assembleia Mundial da Saúde, foi aprovada uma resolução que inclui oficialmente a DRC entre as prioridades globais das doenças não transmissíveis (DNTs), ao lado de enfermidades como câncer, diabetes e doenças cardiovasculares. 

A resolução representa um avanço significativo para os mais de 850 milhões de pacientesi afetados globalmente e lança um alerta importante para o Brasil, onde mais de 10% da população adulta convive com algum grau de comprometimento renal, muitas vezes sem diagnóstico ou acompanhamento adequado. Estima-se que mais de 170 mil brasileiros dependam de diálise, devido ao comprometimento elevado da função renal. 

“Essa resolução da OMS é um verdadeiro chamado à ação”, afirma o Dr. Bruno Zawadzki, nefrologista e diretor médico nacional da DaVita Tratamento Renal. “Precisamos atuar em três frentes principais: melhorar o diagnóstico precoce da DRC com exames simples, como a dosagem de creatinina; garantir acesso amplo às novas terapias que retardam a progressão da doença; e estruturar a transição de cuidado dos pacientes com DRC avançada para a diálise ou transplante renal”, relata. 

A resolução, liderada pela Guatemala e apoiada por países como o Brasil, determina que os Estados Membros da OMS integrem a saúde renal às suas estratégias nacionais, focando na prevenção, detecção precoce, tratamento e reabilitação. A Sociedade Internacional de Nefrologia (ISN), entidade que há anos defende a equidade no acesso à saúde renal, teve papel decisivo na articulação do texto aprovado. 

No Brasil, os obstáculos relacionados à DRC são diversos, desde a pouca conscientização da população sobre os riscos da doença até a pressão exercida sobre o Sistema Único de Saúde (SUS) pelo atendimento de pacientes em estágios mais avançados. 

Segundo Zawadzki, é fundamental que as diretrizes saiam do papel e se tornem ações efetivas. “É imprescindível que a triagem da DRC seja integrada às políticas públicas de atenção primária, que os profissionais de saúde em todas as regiões sejam capacitados e que sejam estabelecidas linhas de cuidado capazes de garantir um acompanhamento contínuo e duradouro”, ressalta o nefrologista. 

Além da atuação do setor de saúde, o especialista também destaca a importância da conscientização pública. “A maioria dos brasileiros ainda desconhece a DRC e seus riscos. Educar é prevenir”, reforça. 

Com a nova diretriz da OMS, o Brasil tem diante de si uma oportunidade única de liderar uma agenda renovada para a saúde renal na América Latina. Investir no cuidado com os rins não apenas salva vidas, mas também contribui para reduzir desigualdades em saúde e aliviar a pressão sobre o sistema público.

  

DaVita

 

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