Menopausa induzida por medicamentos, como no caso
da influenciadora, pode ser temporária, mas há situações em que os ovários não
se recuperam. Ginecologistas explicam os riscos, sintomas e as opções para
preservar a fertilidade.
A influenciadora Fabiana Justus, de 37 anos, contou em sua rede social que está
enfrentando uma menopausa precoce induzida como parte do tratamento contra o
câncer. A notícia chamou a atenção para uma realidade comum a muitas mulheres
que passam por terapias hormonais ou oncológicas: a interrupção forçada e, por
vezes, definitiva da função ovariana.
Mas
afinal, o que é a menopausa induzida?
“A
menopausa induzida acontece quando medicamentos ou cirurgias bloqueiam a
produção dos hormônios ovarianos. Em alguns casos, é uma medida temporária; em
outros, especialmente em mulheres com baixa reserva ovariana ou submetidas a
quimioterapia, pode se tornar permanente”, explica a ginecologista Dra. Paula
Fettback, especialista em reprodução humana pela FEBRASGO.
A
indução da menopausa é indicada em quadros de câncer como medida de proteção ou
estratégia terapêutica. “Ela também pode ocorrer em outras condições, como
endometriose severa, adenomiose ou mesmo miomas uterinos com sangramento
intenso”, completa Dra. Graziela Canheo ginecologista especialista em
reprodução humana da La Vita Clinic.
Os
sintomas são semelhantes aos da menopausa natural: ondas de calor, insônia,
queda da libido, ressecamento vaginal, alterações de humor, mas podem ser mais
intensos. Isso porque, enquanto a menopausa natural ocorre de forma gradual, a
induzida é abrupta e impacta o corpo e o emocional da paciente, que já está
fragilizada pela doença.
Outro
ponto crucial é a fertilidade. De acordo com as especialistas, se a menopausa
induzida for definitiva, não há mais possibilidade de engravidar com óvulos
próprios. “Por isso, para mulheres que desejam ter filhos no futuro, é
essencial discutir o congelamento de óvulos, embriões ou até mesmo tecido
ovariano antes de iniciar o tratamento”, reforça Dra. Paula Fettback.
Quando
há chance de reversão, os ciclos podem retornar após o fim da medicação e isso
acontece com frequência em mulheres mais jovens e com boa reserva ovariana. No
entanto, quando o quadro é permanente, os riscos a longo prazo como
osteoporose, doenças cardiovasculares e envelhecimento precoce exigem
acompanhamento contínuo e, se possível, reposição hormonal.
Mais
do que uma condição clínica, a menopausa precoce induzida representa um grande
desafio emocional. Por isso, informação, acolhimento e planejamento são
palavras-chave para ajudar essas mulheres a enfrentarem todas as fases da
jornada com segurança.
Dra. Graziela Canheo - CRM 145288 | RQE 68331 - Ginecologista e Obstetra - Médica Graduada pela Universidade Metropolitana de Santos (2010) Residência médica em ginecologia e obstetrícia pelo Hospital do Servidor Público Estadual do Estado de São Paulo (2013) - Título de Qualificação em Patologia do Trato Genital Inferior e Colposcopia pela ABPTGIC (2014) - Título de Especialista em Ginecologia e Obstetrícia pela Federação Brasileira de Ginecologia e Obstetrícia (2015) - Fellowship em Reprodução humana pelo Instituto Idéia Fértil de Saúde Reprodutiva (2014 – 2016) - Pós-graduação em videolaparoscopia e histeroscopia pelo Hospital do Servidor Público Estadual de São Paulo (2018 – 2019) Membro das principais sociedades nacionais e internacionais da área da Ginecologia e Reprodução Humana - Diretora técnica e médica da La Vita Clinic
Dra. Paula Fettback - CRM 117477 SP - M 33084 PR - Possui graduação em Medicina pela Universidade Estadual de Londrina - UEL (2004). Residência médica em Ginecologia e Obstetrícia no Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (HC-FMUSP- 2007). Atua em Ginecologia e Obstetrícia com ênfase em Reprodução Humana. Estágio em Reprodução Humana na Universidade de Michigan - USA. Médica colaboradora do Centro de Reprodução Humana Mário Covas do HC-FMUSP (2016). Doutora em Ciências Médicas pela Disciplina de Obstetrícia e Ginecologia da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP). Membro da Sociedade Americana de Medicina Reprodutiva (ASRM - 2016). Médica da Clínica MAE São Paulo – SP. Título de Especialista em Reprodução Assistida Certificada pela Febrasgo (2020).
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