Diante das políticas de moderação cada vez mais rígidas nas redes sociais tradicionais, produtores de conteúdo encontram nas plataformas exclusivas um espaço mais seguro para se expressar, criar e monetizar com liberdade
Com políticas de moderação cada vez mais rígidas em redes como
Instagram e TikTok, criadores de conteúdo, especialmente os ligados ao universo
adulto, buscam novas formas de trabalhar e se expressar sem censura. No Brasil,
1 em cada 20 brasileiros produzem conteúdo para redes sociais, segundo dados do
relatório The Creator Revolution. O país ocupa a
terceira posição no ranking mundial de consumo de redes sociais, à frente de
países como Estados Unidos, México e Argentina, de acordo com pesquisa
da Comscore.
Para estes produtores de conteúdo, a moderação,
muitas vezes automatizada e sem critérios claros, passou a restringir até mesmo
publicações cotidianas, como fotos de biquíni ou bastidores da rotina. O
resultado são conteúdos desmonetizados, excluídos e, em muitos casos, o
banimento completo de suas páginas.
No nicho adulto, essas restrições são ainda mais severas. É o caso de Emme White e Clara Wellen, que acumulam a perda de dezenas de perfis, mais de 20 no caso de Emme, e mais de 15 no de Clara, apesar de seguirem as diretrizes das plataformas à risca.
As consequências vão além do emocional. A exclusão de perfis representa perda de contratos, rompimento de parcerias e impacto direto na renda mensal. “Perder uma conta impacta muito no meu faturamento. Onde mais vou divulgar meu trabalho?”, desabafa Clara, que teve um perfil com 270 mil seguidores excluído sem qualquer justificativa.
“Não consigo postar uma foto de biquíni sem que minha conta seja desativada”, completa Emme, destacando o viés moral que muitas vezes orienta os algoritmos de moderação, principalmente contra criadoras com histórico no mercado adulto.
Nesse cenário, plataformas de conteúdo exclusivo, como a FanFever, vêm ganhando força como espaços de liberdade criativa e autonomia financeira, desde seu lançamento em agosto de 2023 teve um crescimento de 115% no cadastro de produtoras de conteúdo em busca desse espaço de liberdade. Para muitos criadores, elas representam uma verdadeira revolução silenciosa: um ambiente onde é possível trabalhar sem medo de punições arbitrárias, com suporte ativo e regras transparentes. A plataforma é voltada exclusivamente para criadores maiores de 18 anos, com verificação de identidade, suporte ativo e moderação de conteúdo, promovendo liberdade com responsabilidade.
A transição, porém, não foi isenta de desafios. Ambas as modelos enfrentaram preconceitos, especialmente no início. “Tive muito receio da reação das pessoas quando comecei a vender conteúdo”, relembra Clara, que trabalhava em um hospital antes de entrar de vez no mercado digital. Ainda assim, a resposta do público foi positiva e, mais importante, engajada. Em pouco tempo, Emme passou a mirar os primeiros R$100 mil em faturamento na FanFever, enquanto Clara realizou o sonho da casa própria com a renda obtida na plataforma.
“Sou dona do meu corpo e de como vendo minha imagem”, afirma
Clara, resumindo o espírito de uma nova geração de criadoras que está
reescrevendo as regras do jogo digital. Para elas, esse universo vai além da
vitrine, é uma ferramenta real de emancipação e reconhecimento.
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