Especialista explica as vulnerabilidades exploradas por criminosos em fraudes digitais
Mais de 72 mil pessoas idosas foram vítimas de golpes
financeiros apenas em 2024, segundo dados do Disque 100. Em Minas Gerais, o
crescimento foi ainda mais alarmante - os casos aumentaram 850% nos últimos
cinco anos, conforme denúncia do Sindpol/MG. Entre as fraudes mais comuns, os falsos
empréstimos online se destacam por explorar justamente a vulnerabilidade
digital dessa parcela da população.
A praticidade de contratar empréstimos e
financiamentos pela internet trouxe uma solução simples para imprevistos e
apertos; ao mesmo tempo, criou uma onda de golpes financeiros disfarçados de
“oportunidades imperdíveis”. Criminosos criam falsas promessas de crédito
fácil, sem análise ou com taxas baixíssimas, somente para roubar dados e
dinheiro de vítimas desprevenidas ou com menos familiaridade tecnológica.
Segundo levantamento do Serasa, 50,7% dos brasileiros foram vítimas de fraudes
no último ano, e 54,2% delas perderam dinheiro.
“Os golpes de crédito online contra pessoas idosas
são especialmente cruéis, pois muitas vezes envolvem persuasão e pressão
psicológica. Além de perder dinheiro, as vítimas também têm seus dados
expostos, informações pessoais que podem ser usadas em outros crimes”, alerta
Willian Conzatti, sócio-fundador da ConCrédito, fintech especializada em
soluções financeiras acessíveis.
Mas como identificar essas armadilhas antes de cair nelas? Willian elencou os 5 principais sinais que indicam quando se está diante de um golpe. Confira:
Crédito 100% garantido, sem análise – Nenhuma instituição séria libera
empréstimos sem checar seu CPF ou score no Serasa. Se prometerem
aprovação antes mesmo do envio dos documentos, é fraude.
Cobrança de pagamento adiantado para “taxas” ou “seguros” – Nunca pague nada antes de ter o
dinheiro em sua conta. Golpistas inventam nomes como “tarifa de liberação” ou
“depósito garantidor” para justificar a cobrança indevida.
Links suspeitos e sites falsos – Antes de fazer login ou fornecer
dados pessoais, sempre verifique o endereço do site que está acessando e
procure o cadeado de segurança no navegador de internet. Golpistas usam nomes
parecidos com os de instituições reais para enganar vítimas desatentas.
Contato por WhatsApp ou redes sociais – Empresas legítimas não fazem ofertas
de crédito por mensagens diretas, apesar de muitas delas possuírem canais
oficiais de comunicação para os clientes entrarem em contato. Portanto,
desconfie de números não oficiais e perfis sem verificação.
Pressão para decidir na hora – Se insistirem que “a oferta acaba
hoje” ou que você “precisa pagar agora para garantir”, desconfie. “Ninguém
perde uma condição legítima por esperar 24h e, em caso de dúvida, desligue o
telefone ou desconsidere a mensagem. Procure então contatar a instituição pelos
canais oficiais para confirmar as condições oferecidas”, orienta o especialista.
Como se proteger e o que fazer em caso de golpe
A segurança começa com hábitos simples: evite links de terceiros para
acessar sites e aplicativos, verifique se a instituição está registrada nos
órgãos reguladores e busque avaliações de outros usuários. "Para pessoas
idosas, a recomendação é sempre conversar com familiares antes de qualquer
decisão financeira importante. Nunca envie selfies segurando documentos, pois
criminosos usam essas imagens para fraudes mais elaboradas. Se por acaso você
for vítima e cair em uma fraude, bloqueie imediatamente seus cartões e contas,
registre um B.O. online e formalize a denúncia no site do Banco Central”,
orienta Willian.
ConCrédito
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