Por
muito tempo, as oportunidades de estudar e fazer intercâmbio no exterior foram
privilégios considerados “para poucos”. Décadas atrás, somente pessoas muito
ricas ou aquelas que estudaram nas melhores escolas tinham a chance de adentrar
em grandes universidades internacionais. Contudo, nos últimos dez anos, vimos
uma grande transformação, com um aumento considerável nas bolsas de estudos
disponíveis.
Atualmente,
há mais de 920 mil vagas de bolsas de estudos integrais espalhadas pelo mundo,
possibilitando aos brasileiros o acesso a uma formação de alto nível em
diversos países, sem custos exorbitantes. Universidades nos Estados Unidos,
Canadá, Europa, Ásia e Oceania oferecem cursos de graduação, mestrado,
doutorado, intercâmbios de idiomas e até estágios e pesquisas científicas com
100% de cobertura. A democratização das oportunidades internacionais, na
verdade, já está acontecendo.
Mas o
que ainda falta? Informação. Muitas instituições brasileiras não discutem essas
possibilidades com seus alunos. E, em alguns casos, o sistema educacional e até
mesmo as empresas parecem não ter interesse em divulgar essas alternativas.
Talvez, por um temor de que mais pessoas consigam alcançar oportunidades sem a
necessidade de grandes investimentos financeiros.
Contudo,
no Brasil, já estamos levantando a bandeira de que, sim, é possível estudar
fora com bolsa integral, sem precisar desembolsar valores absurdos, como os 80
mil dólares anuais exigidos por algumas universidades de ponta. E, para aqueles
que desejam viver essa experiência, a preparação está mais acessível do que
nunca.
Se
compararmos as oportunidades de intercâmbio na atualidade com as gerações
passadas, a diferença é gritante. Nos anos 1990, para ir a uma universidade
renomada, como Harvard, era preciso ter grande poder aquisitivo, além de um
networking bem estabelecido. Hoje, no entanto, podemos fazer cursos de Harvard
online, diretamente da nossa casa, e sem nenhum custo. A própria instituição
oferece conteúdos gratuitos na sua plataforma, com professores renomados e
material didático de qualidade. Isso sem contar as milhares de bolsas de 100%
abertas todos os anos para graduação, pós, mestrado, doutorado, estágios,
pesquisa, programas de ensino médio e muito mais.
Neste
sentido, a globalização proporcionada pela internet e pelas redes sociais abriu
portas para possibilidades inimagináveis. As bolsas de estudos têm se tornado
cada vez mais inclusivas, com vagas para pessoas provenientes de países em
desenvolvimento, como o Brasil, onde ainda enfrentamos desafios como alta
corrupção, baixos índices educacionais e poucas oportunidades para
jovens.
Vale ressaltar
ainda que à medida que as bolsas de estudo aumentam, também mudam os critérios
de seleção. Atualmente, mais da metade do processo seletivo para bolsas
internacionais leva em consideração a história de vida do candidato, seus
sonhos, talentos e pontos fortes e fracos. Esse aspecto humanizado é uma
verdadeira revolução quando pensamos que no Brasil ainda existe uma clara
desigualdade, com candidatos de diferentes realidades sendo avaliados de
maneira desigual. Imagine, por exemplo, o contraste entre um aluno que estudou
em uma escola de elite, viajou o mundo e fala três idiomas, e outro que estudou
em uma escola pública e nunca teve uma aula de inglês. Neste caso, por conta
deste modelo, os brasileiros possuem mais chance de se destacar e conquistar oportunidades
fora do país.
A
disparidade social é, sem dúvidas, um dos maiores desafios. Acredito que o
caminho é ampliar o acesso a oportunidades internacionais, oferecendo não só
aos jovens, mas para todos, as ferramentas necessárias para se destacarem. Com
mais informações, alinhadas à acessibilidade, podemos transformar a vida de
muitos brasileiros, ajudando-os a alcançar o que antes parecia um sonho
distante: uma educação internacional de qualidade, sem custos exorbitantes, e
com um futuro promissor à frente.
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