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sexta-feira, 4 de abril de 2025

Homens pedem salário 77% maior do que mulheres para ocuparem cargos de diretoria, aponta Grupo Hub

Levantamento também revela que mulheres se candidatam menos a vagas de liderança do que homens 

 

Homens dominam as candidaturas para cargos de liderança, representando cerca de 60% das vagas abertas para gerência e coordenação e 53,2% das de diretoria. Os dados são de levantamento realizado pela plataforma Hub Labs, do Grupo Hub, consultoria de RH especializada em recrutamento, seleção e desenvolvimento de pessoas, com base em 2.789 candidatos. Desses, 936 se candidataram para coordenador, 1.806 para gerente e 47 para diretor. Em relação à pretensão salarial, a diferença é notável: homens solicitam, em média, 77% a mais que as mulheres para posições de diretoria (R$ 20.010,04 contra R$ 11.295,45). Já para as posições de gerência, a discrepância é de 8,3% (R$ 18.323,35 contra R$ 16.921,38), enquanto para coordenação, mulheres tem pretensão ligeiramente maior (R$ 13.844,57 versus R$ 13.692,86).  

 

Quando analisada a remuneração média dos candidatos, a diferença salarial também é significativa entre homens e mulheres aspirantes a vagas de liderança. Homens que se candidatam a cargos de diretoria ganham, em média, cerca de 60% a mais que as mulheres (R$ 16.806,27 versus R$ 10.510,27). Para os cargos de gerência a diferença chega a 42% (R$ 9.618,88 versus R$ 6.781,81), e para os de coordenação 17,6% (R$ 5.575,21 versus R$ 4.736,48). Foram analisadas posições em cinco setores da economia, como varejo, bens de consumo, indústria, agronegócio e tecnologia.  

 

Segundo Inara França, gerente de RH do Grupo Hub, os achados revelam que as mulheres evitam se candidatar a vagas onde existe o risco de rejeição por não atenderem 100% dos requisitos. “É comum ouvirmos que as meninas amadurecem antes dos meninos, mas, na verdade, elas apenas são cobradas e corrigidas com mais rigor desde cedo, enquanto os meninos têm mais liberdade para errar e aprender com o tempo. No mercado de trabalho, isso se reflete em um padrão onde muitas mulheres só se candidatam a oportunidades quando sentem que estão 100% preparadas, enquanto os homens se arriscam mais. Os homens olham para uma vaga e pensam ‘eu consigo aprender o que falta’, enquanto as mulheres pensam ‘se eu não atender a todos os critérios, talvez eu não seja boa o suficiente’", analisa.  

 

Quando a mulher busca uma nova oportunidade, continua Inara, a referência salarial de seu trabalho tende ainda a ser influenciada pelo que ela já recebe. “Se uma mulher já vem de um histórico de salários mais baixos, ela tende a pedir menos. Se a empresa aceita esse valor sem revisão, a disparidade continua. Esse é um ciclo autorreprodutivo que mantém a desigualdade salarial e é importante dizer que o mercado não vai quebrar este ciclo sozinho. Ele precisa ser quebrado de forma estratégica e intencional pelas empresas”, complementa. 

 

 

Disparidade salarial também atinge cargos de analista  


Já em relação aos cargos de analista, a situação se inverte, com mulheres respondendo por 58,3% do total de 3.178 candidaturas. E embora a remuneração média do público feminino que se candidata a vaga seja maior (R$ 6.455,69), representando quase o dobro da do público masculino (R$ 3.281,91), ainda assim, homens pedem cerca de 6,24% a mais (R$ 8.246,78 versus R$ 7.762,49).  

 

“Este dado reflete uma série de fatores culturais e sociais, incluindo expectativa de gênero e valorização diferenciada das competências entre homens e mulheres. É uma situação que reforça a necessidade de políticas de equidade salarial mais robustas e ações afirmativas que promovam qualidade nas condições de remuneração e plano de carreira para ambos os gêneros”, finaliza Victor Fazzio, sócio sênior do Grupo Hub.     




Grupo Hub
https://grupohub.com/


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