Professores do curso de Medicina Veterinária da Faculdade Anhanguera, explicam como essas frentes vêm crescendo e quais as oportunidades para os profissionais da área
O mercado de trabalho para médicos veterinários está passando por
uma transformação significativa. Se antes a atuação clínica era a principal
opção, hoje surgem novas oportunidades em áreas como adestramento animal e
fiscalização em frigoríficos, ampliando o leque de possibilidades para os
profissionais da área.
De acordo com dados do Conselho Federal de Medicina Veterinária
(CFMV), o Brasil conta com mais de 160 mil médicos veterinários registrados,
sendo um dos países com o maior número de profissionais da área no mundo. Ainda
neste cenário promissor, segundados dados do 15º Mapa do Ensino Superior, o
curso de Medicina Veterinária é o curso mais procurado, com um crescimento de
219% nos últimos anos, saindo de 38.271 em 2013 para 122.380 em 2023. Apesar da
concentração de profissionais em clínicas e hospitais veterinários, setores
como a indústria alimentícia, o agronegócio e o comportamento animal têm
registrado um aumento na demanda por especialistas.
Segundo o M.V. M.Sc. Vinicius Vasques, professor do curso de Medicina Veterinária da Faculdade Anhanguera, o adestramento e comportamento animal, antes dominado por profissionais sem formação acadêmica específica, vem ganhando cada vez mais reconhecimento como uma área que exige conhecimento técnico aprofundado. "A atuação do médico veterinário no comportamento animal, vai muito além do ensino de comandos básicos. Compreendendo de forma ampla a fisiologia do animal, esse profissional pode atuar no manejo comportamental, na reabilitação de traumas e na adaptação dos animais ao convívio com humanos, garantindo o bem-estar do pet. Além disso, a área de comportamento animal está em plena expansão, com a crescente valorização dos médicos veterinários comportamentalistas, que trazem uma abordagem científica e integrada para o treinamento e a qualidade de vida dos animais", destaca.
Segundo um levantamento da Associação Brasileira da Indústria de Produtos para Animais de Estimação (Abinpet), o Brasil tem a terceira maior população de pets do mundo, com mais de 149 milhões de animais. O crescimento do setor pet e a maior conscientização sobre o bem-estar animal impulsionam a busca por adestradores com formação qualificada, tornando essa uma área promissora para médicos veterinários especializados.
Outra área em expansão e que muitos não sabem da
possibilidade de atuação é a em frigoríficos, onde o médico-veterinário
desempenha um papel essencial na inspeção sanitária e no bem-estar animal.
"O profissional é responsável por garantir que os processos de abate sigam
normas rigorosas de higiene e bem-estar, assegurando a qualidade da carne que
chega ao consumidor, prevenindo doenças de origem animal e promovendo a
segurança alimentar", explica
Arlei Marçal Provinciali Maturano, professor do curso
de Medicina Veterinária da Anhanguera. A crescente preocupação com a segurança
alimentar e o aumento das exportações brasileiras de carne fortalecem essa
demanda. De acordo com a Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA), o
Brasil exportou mais de 5 milhões de toneladas de carne em 2023, reforçando a
necessidade de profissionais capacitados para garantir a qualidade dos
produtos.
Com essas novas oportunidades, a medicina veterinária se mostra um
campo cada vez mais diversificado e essencial para diferentes setores da
sociedade. "O profissional que busca atualização e especialização encontra
um mercado amplo e promissor. Tanto no setor pet quanto na indústria
alimentícia, há uma demanda crescente por médicos veterinários preparados para
atuar de forma técnica e estratégica", finaliza o Dr. Vinicius Vasques.
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