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quinta-feira, 6 de fevereiro de 2025

Métodos contraceptivos hormonais de longa duração: vale a pena? Especialista afirma que sim!

 

Ginecologista da Unimed Araxá aponta alternativas e efeitos

 

A gravidez não planejada é um problema de saúde pública atingindo um grande número de mulheres no Brasil e no mundo. Segundo a ginecologista da Unimed Araxá, Ingrid Chaves Maneira, a taxa de gravidez não planejada no Brasil é de cerca de 62% em pelo menos uma gestação das brasileiras. “A gravidez não planejada não está associada apenas com repercussões negativas na saúde materno- fetal, mas também a fatores econômicos e sociais”, ressalta.

 

Alterações


Entre as alterações mais observadas estão:


- A não realização de um pré-natal adequado


- A não interrupção do consumo de álcool, tabagismo e drogas durante a gestação


- O aumento da incidência de aborto, prematuros, baixo peso do recém-nascido

- Menor chance do aleitamento.

 

Além disso, estas mulheres apresentam duas vezes mais chances de problemas psiquiátricos como depressão e suicídio. “Por tudo isto, os contraceptivos de longa duração devem ser abordados. Hoje abordaremos os contraceptivos de longa duração (LARC - Long-Acting Reversible Contraceptive) hormonais”, explica.

 


Opções


Entre as opções estão:


 . SIU-LNG - 52 mg


  . SIU-LNG- 19,5 mg


 . Implante etonogestrel - 68 mg

 

Em comparação com os métodos de curta duração, os LARC são superiores em eficácia propiciando taxas de gravidez menores que 1 % ao ano.

 

O implante de etonogestrel apresenta taxa de falha de 0,05% com duração de 3 anos.

 

O SIU-LNG 52 mg- como contraceptivo pela diretriz atual pode permanecer 8 anos.

 

SIU-LNG 19,5 mg- 5 anos

 

Eles estão indicados para todas as mulheres que desejam contracepção eficaz, incluindo adolescentes, mulheres que nunca engravidaram, no pós-parto ou pós-aborto ou presença de doenças que contraindiquem o uso de estrogênio.

 


Mecanismo de ação:


- Muco cervical espesso e hostil a penetração do espermatozoide, inibindo sua motilidade no colo, útero e tuba uterina, não permitindo a fertilização do óvulo.

 

- A alta concentração do levonorgestrel, que é a progesterona liberada impede a resposta do estradiol circulante com forte efeito sobre o endométrio inibindo a ação mitótica do endométrio e este se torna atrófico.

 

De forma geral, a mulher acaba ficando em amenorreia (não menstrua) em 20% a 30%, e o fluxo diminui em mais de 90% das usuárias.

 


Além disso, as medicações:


- Aumentam a concentração da hemoglobina tratando a anemia.


- Tratam sangramento uterino anormal


- Reduzem o número de Histerectomias (retirada do útero).


- Proporcionam proteção do endométrio, no caso de reposição hormonal.


- Minimizam os efeitos do tamoxifeno sobre endométrio.

 


Efeitos adversos:


- Acne- 12%


- Ganho de peso - 7%


- Humor depressivo - 5 %


- Cefaleia- 5% a10%


- Escape menstrual- depende do ano de uso, com o tempo vai diminuindo.

 Todos estes efeitos podem ser controlados com medicações e em poucos casos terá a necessidade de retirar o método.

 


Complicações:


São raras mas podem acontecer.


- Expulsão do SIU


- Dor pélvica ou sangramento irregular


- Perfuração do útero


- Gravidez


- Gravidez ectópica (fora do útero).

 


SIU de menor dosagem hormonal


Sobre o SIU de menor dosagem hormonal - 19,5 mg:


- Chegou no Brasil em 2020.


- É indicado para mulheres que nunca engravidaram, adolescentes, adultas jovens e todas mulheres com útero saudável.


- Este método tem duração de 5 anos.

 


Implante de etonogestrel.


- Contém 68 mg de etonogestrel


- Duração de 3 anos


 - Inserção subdérmica na porção posterior do braço não dominante, abaixo do sulco entre bíceps e tríceps.



Ação:


- Inibe a ovulação.


- Alteração do muco e endométrio.


 A fertilidade retorna 7 dias após a retirada do método. 


Conclusão:  


Os métodos contraceptivos de longa duração, no caso SIU/LNG e implante de etonogestrel, representam uma alternativa eficaz e segura para a prevenção da gravidez. Oferecem alta taxa de adesão e comodidade para as usuárias. “Além de sua longa duração e eficácia comprovada, esses métodos contribuem para a autonomia reprodutiva e redução de gestações não planejadas. No entanto, é fundamental que sua escolha seja baseada em uma avaliação individualizada levando em consideração fatores clínicos e preferências pessoais, acesso à informação de qualidade para garantir que a mulher encontre o método mais adequado às suas necessidades”, conclui a médica.


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