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quinta-feira, 16 de janeiro de 2025

Volta às aulas: dicas para garantir a saúde e segurança das crianças

Médico do CEJAM aponta tópicos essenciais que necessitam da atenção dos pais para que seus filhos retornem ao ano letivo da melhor forma 

 

Depois de um período de férias cheio de brincadeiras, viagens ou descanso, é hora de organizar o retorno à rotina escolar dos pequenos. O momento, aguardado ou temido por muitos deles, traz desafios que vão além da adaptação às novas matérias, amigos e professores. 

Seja para quem está começando o ano em uma escola nova ou retomando a antiga, cuidados simples podem fazer toda a diferença para que o aprendizado aconteça de forma saudável e segura. Por isso, garantir que as crianças estejam protegidas contra doenças e outros riscos é uma preocupação que precisa estar no topo da lista de prioridades dos pais nesse início de ano. 

“De maneira geral, a orientação atual é que a avaliação anual da criança seja realizada a partir dos 02 anos de idade pelo médico de família que a acompanha. Embora geralmente seja recomendado que essa avaliação ocorra próximo ao aniversário, ela também pode ser agendada antes do início do período letivo, caso essa data facilite a organização dos pais”, explica Raul Queiroz Mota de Sousa, Médico de Família e Comunidade da UBS Jardim Valquíria, gerenciado pelo CEJAM - Centro de Estudos e Pesquisas "Dr. João Amorim" em parceria com a Secretaria Municipal da Saúde de São Paulo. 

Recomenda-se sempre que possível, uma visita ao consultório médico, onde podem ser realizadas diferentes avaliações e solicitações de exames, caso necessário.
 

Vacinas em dia

Dr. Raul comenta que outro ponto importante é manter as vacinas em dia. Ele ressalta que a vacinação ajuda a proteger as crianças de diferentes doenças e evita a contaminação coletiva. 

“As vacinas são fundamentais para o controle de doenças, principalmente porque o adoecimento nos primeiros anos em que as crianças estão em ambiente escolar é mais comum. Isso ocorre devido ao contato intenso entre elas nas fases iniciais, quando começam a frequentar espaços mais aglomerados.” 

Mas é essencial lembrar que o calendário vacinal varia conforme a idade e condições de saúde. Confira as principais imunizações recomendadas, de acordo com o Ministério da Saúde:


Aos 4 anos:

  • Vacina DTP (2º reforço): Previne difteria, tétano e coqueluche;
  • Vacina Febre Amarela (reforço): Protege contra a febre amarela;
  • Vacina Varicela (1ª dose): Previne a catapora.


Aos 5 anos:

  • Vacina Febre Amarela (1ª dose): Para crianças que não receberam as duas doses antes de completar 5 anos;
  • Vacina Pneumocócica 23-valente (2ª dose): Indicada para populações indígenas, protege contra infecção invasiva pelo pneumococo.


Aos 7 anos:

  • Vacina Difteria e Tétano (dT): Reforço a cada dez anos, ou a cada cinco em caso de ferimentos graves, a fim de evitar difteria e tétano.


Aos 9 e 10 anos:

  • Vacina HPV (dose única): Protege contra os tipos de Papilomavírus humano 6, 11, 16 e 18.


Atenção aos sinais

Além disso, é necessário observar se a criança apresenta alguma alteração comportamental que possa indicar distúrbios visuais, auditivos ou de desenvolvimento neuropsicomotor, pois esses podem comprometer o aprendizado. Nesses casos, é fundamental buscar ajuda especializada.
 

"Os pais devem estar atentos a queixas recorrentes de dor de cabeça ou desconforto nos olhos. Se a criança se aproxima demais dos objetos para enxergar, tem dificuldade em identificar itens distantes ou senta-se muito próximo da televisão ou de outras telas para ver melhor, pode ser um indicativo de distúrbio visual. Nessa situação, uma avaliação médica é essencial para evitar problemas futuros", alerta o doutor.
 

Sono

Fora isso, com o ritmo de férias, muitas crianças acabam perdendo a rotina de sono. Logo, o médico explica que reforçar esse hábito e estabelecer um horário regular e adequado para que ela possa dormir, antes mesmo do início das aulas, pode ter um impacto significativo ao voltar para a rotina escolar.

Segundo a Associação Brasileira do Sono (ABS), as horas recomendadas de sono para crianças, incluindo cochilos são de:

  • 4 a 12 meses: de 12 a 16 horas diárias;
  • 1 a 2 anos: de 11 a 14 horas diárias;
  • 3 a 5 anos: 10 a 13 horas diárias;
  • 6 a 12 anos: 9 a 12 horas diárias.


Hábitos de higiene

Já em relação aos hábitos de higiene para os pequenos, as recomendações são as mesmas destinadas à toda população: lavar sempre as mãos, principalmente após entrar em contato com secreções como coriza ou saliva, antes de se alimentar e após usar o banheiro.

"É preciso orientar a criança para evitar compartilhar objetos como talheres, copos, pirulitos ou garrafas de água. Justamente por não terem esses cuidados nos primeiros anos de ambiente escolar, elas tendem a apresentar mais quadros infecciosos.”
 

Mochila

O uso inadequado da mochila também pode afetar a saúde. Por isso, o objeto deve ser adaptado para a realidade de cada criança.

“Se a criança precisa percorrer longas distâncias, o ideal é uma mochila mais leve ou com rodinhas, para evitar o excesso de peso nas costas. As alças devem ser confortáveis e o tamanho proporcional ao tronco. Além disso, os objetos mais pesados devem ser colocados na parte de trás da mochila, mais próxima das costas, para facilitar o transporte e reduzir a sobrecarga”, propõe Raul.
 

Aspecto psicológico

Por último, mas não menos importante, o médico enfatiza que os pais precisam observar se a criança demonstra algum receio em retornar à escola e buscar proporcionar um espaço seguro para que ela possa expressar seus sentimentos.

“Procure entendê-la e oferecer apoio. Promover encontros com colegas de turma ainda durante as férias pode ser uma boa estratégia para manter os laços de amizade e facilitar a adaptação ao novo ano letivo”, finaliza.

 

CEJAM - Centro de Estudos e Pesquisas “Dr. João Amorim”
@cejamoficial


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