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quinta-feira, 16 de janeiro de 2025

De mudança curricular ao cuidado com a saúde mental: quais impactos da geração Z no circuito universitário podemos esperar para 2025?

 Especialistas da Uliving e da FGV indicam as tendências que devemos ver nas universidades no próximo ano, baseadas nas demandas dos jovens

 

De acordo com a pesquisa “Beyond millennials: the next generation of learners”, da Pearson, 67% das pessoas da Geração Z (nascidas entre 1995 e 2010) acreditam que o ensino superior é um caminho importante para um futuro bem-sucedido. Por outro lado, assim como em todos os outros setores, a chegada desses jovens ao circuito universitário têm feito muitas universidades se reinventarem, já que possuem algumas visões únicas sobre essa etapa da vida. 

Segundo Ewerton Camarano, CEO da Uliving, pioneira em student housing no Brasil, a principal delas está relacionada a ter um propósito. “Há uma grande preocupação em encontrar sentido no trabalho e na vida, não apenas estudar, bater o ponto e receber um salário no fim do mês. Por isso, ir para uma faculdade cada vez mais irá além da formação acadêmica em si, sendo um caminho para promover impactos sociais e ambientais”, diz. 

Para Maria Danielle Tavares, psicóloga da Escola de Administração de Empresas de São Paulo da Fundação Getulio Vargas (FGV EAESP), essa mentalidade também vem trazendo uma atenção maior à saúde mental. “Condições profissionais, o futuro do planeta e a transformação tecnológica são assuntos que engajam os jovens a discutir tópicos como o estresse, a ansiedade e a depressão”, complementa.

 

Inovação curricular

Em 2025, a personalização de trajetórias acadêmicas para alinhar propósitos e demandas do mercado deve ser uma das principais tendências no ensino superior. Na FGV EAESP, a flexibilidade curricular está presente há anos, com as possibilidades de duplo diploma (o aluno inicia o curso aqui e conclui em uma das escolas parceiras no exterior), intercâmbio e dupla graduação (com economia, direito ou contabilidade). Desde 2024, somam-se ainda a introdução de áreas de concentração ao final dos cursos, a revisão e a criação de novas disciplinas, como Preparação para a Vida Universitária e semanas concentradas voltadas para competências interpessoais, sustentabilidade e empreendedorismo. 

Maria destaca que essa inovação no currículo potencializa a ideia do desenvolvimento contínuo. “É uma forma de estimular a autonomia, independência, colaboração e autogestão, aprendizados que vão além da sala de aula”, completa.

 

Crescimento do setor de Student Services

O setor de Student Services (Serviços ao Estudante), que surgiu em 2023, na FGV EAESP, para centralizar iniciativas de suporte ao estudante, também deve crescer no próximo ano. Com a sua expansão, a instituição de ensino tende a fortalecer as iniciativas como: apoio psicopedagógico e psicológico; acompanhamento de alunos bolsistas, intercambistas e neurodivergentes; atendimento personalizado e desenvolvimento de habilidades emocionais e comportamentais; ações para incentivar a escuta ativa, o combate a preconceitos e discussões sobre saúde mental. 

“A integração e o acolhimento nunca foram tão fundamentais no circuito universitário como agora”, ressalta a psicóloga. “A perspectiva é de que mais políticas institucionais de alto impacto humano, especialmente aquelas voltadas para a Diversidade, Equidade, Inclusão e Pertencimento (DEIB), sejam intensificadas nas universidades no futuro”, completa.

 

Comunidade acadêmica

O investimento na formação de comunidades também deve estar mais presente nas universidades em 2025, envolvendo todo o entorno dos estudantes. Na FGV EAESP, por exemplo, o Admissions Office realiza reuniões com orientadores e supervisores para preparar os alunos para a transição do ensino médio à universidade, incluindo atividades específicas para pais que abordam temas importantes como a Síndrome do Ninho Vazio, por exemplo. 

Além disso, o aumento de espaços de convivência e criação, com prédios com áreas voltadas para interação, empreendedorismo e colaboração, também é outra tendência forte nesse sentido. O próprio aquecimento do setor de student housing é um indício; essa modalidade de moradia universitária é focada em atender 100% das demandas habitacionais dos jovens e suas famílias, com o valor agregado de ser concebido para o desenvolvimento integral de calouros e veteranos, permitindo a integração dentro do universo estudantil e potencializando suas experiências durante a jornada acadêmica. 

“Mais do que construir quartos e apartamentos bem equipados, é um negócio que visa criar espaços vivos, acolhedores, funcionais e totalmente seguros”, destaca Camarano”. “A questão integrativa, tanto no sentido do networking quanto da formação de relações interpessoais, é colocada em primeiro plano, de modo que o jovem realmente possa desenvolver habilidades de relacionamento, comunicação, negociação e resolução de conflitos. É o ambiente perfeito para expandir a visão de mundo e ampliar as possibilidades e horizontes de estudos”, finaliza.




Uliving Student Housing


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