Devo e não nego: como sair da inadimplência, negociar dívidas e equilibrar gastos
Pago quando puder! Essa frase reflete a realidade de 73,1 milhões de brasileiros, de acordo com Mapa da Inadimplência e Negociação de Dívidas, elaborado pelo Serasa. Esse cenário traz o desafio de lidar com dívidas acumuladas, muitas vezes agravadas por juros altos de cartões de crédito, empréstimos e financiamentos. O economista e professor de Relações Internacionais do Centro Universitário de Brasília, Marcelo Valle, detalha estratégias para enfrentar essa situação e recuperar a saúde financeira.
- ORGANIZAÇÃO | O primeiro passo para reduzir as dívidas consiste em um planejamento que permita identificar o valor devido, sobretudo quem possui múltiplas dívidas. Segundo Valle, é preciso unificar informações e ter clareza sobre o montante total. “Com a situação mapeada, o próximo passo é identificar quem está disposto a negociar. Buscar descontos ou redução de juros, já que muitos credores preferem receber menos a não receber nada”. O especialista alerta: “deixe de lado qualquer vergonha ou desconforto em negociar”.
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HIERARQUIZAÇÃO | A priorização das dívidas é outra etapa importante do
processo, detalha o docente do CEUB. É recomendável priorizar aquelas com juros
mais altos, negociando para reduzir as taxas ou reestruturando as finanças com
empréstimos de juros mais baixos. “Essas medidas ajudam a reduzir o impacto
financeiro e tornam o pagamento mais viável”, destaca o economista.
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SUBSTITUIÇÃO | Outra estratégia é transformar dívidas de curto prazo com juros
altos em outras de longo prazo e com taxas menores. O professor revela que contratar
um empréstimo pessoal com juros baixos para quitar o cartão de crédito ou
cheque especial pode ser uma alternativa viável. “O uso de ferramentas de
controle financeiro, como aplicativos e serviços bancários, também auxilia no
monitoramento dos gastos e facilita a reorganização das finanças”, reforça.
Efeito bola de neve
Muito temido, o "efeito bola de neve" é uma armadilha para quem tenta sair do endividamento. Para Marcelo Valle, este fenômeno ocorre quando as despesas se descontrolam, tornando as dívidas impagáveis e gerando desespero no devedor. Entre as causas mais comuns, o especialista menciona o não pagamento da fatura completa do cartão de crédito, que faz com que os juros se acumulem rapidamente. “É essencial unificar as despesas, concentrar compras em um único cartão, planejar as despesas e evitar gastos supérfluos ou por impulso, afirma.
Para
além da atitude de equilibrar as finanças, o economista do CEUB sugere avaliar
hábitos que levaram ao endividamento. Para ele, identificar pontos fracos e
adotar soluções simples, como manter apenas um cartão de crédito e planejar as
compras, são fundamentais. “Com planejamento sólido e hábitos financeiros
saudáveis, é possível construir e manter base financeira estável e evitar
recaídas”, arremata o professor.
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