Novas tecnologias para o sistema integrado de bomba de insulina e sensor de glicose exclui a necessidade de calibração manual e diminui em 37% os alarmes em comparação com a versão anterior
O avanço da
tecnologia vem revolucionando o tratamento de diabetes tipo 1 (DM1), no país.
Três anos após o lançamento do sistema capaz de otimizar o controle e
estabilidade dos níveis de glicose no sangue de modo automatizado, o tratamento
evolui mais uma vez para trazer ainda mais conforto e qualidade de vida aos
pacientes.
Agora, o sistema
integrado de bomba e sensor - MiniMedTM 780G da Medtronic - que
antecipa as doses necessárias e corrige automaticamente a liberação de
insulina, atuando no controle da hipoglicemia e da hiperglicemia, por meio de
um algoritmo – requer ainda menos intervenção do paciente. Isso porque o
sistema excluiu a necessidade de calibração, passando a requerer uma glicemia
capilar para entrar no modo automático.
"Na prática, são cerca de 700 'picadas' a menos por ano. Imagine o impacto disso para pacientes como crianças, por exemplo", comenta o Dr. Luis Eduardo Calliari, endocrinologista pediátrico, membro do departamento de saúde digital e tecnologia da SBD (Sociedade Brasileira de Diabetes) e professor da Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo.
De acordo com o
médico, os testes de glicemia capilar, usados para avaliação dos níveis de
glicose no sangue, podem ser bastante incômodos para o paciente, que precisa
interromper sua rotina para realizá-los. "Antes, mesmo com o sistema
automatizado, ainda era preciso calibrar o sensor com a ponta de dedo de 2 a 3
vezes por dia. Agora, o paciente com a diabetes tipo 1 ganha mais liberdade e
qualidade de vida, podendo lidar com a doença de forma mais leve, com menos
dores, responsabilidades e mais conforto, sem que isso interfira na segurança
do tratamento", analisa o endocrinologista.
A evolução no
tratamento ocorreu graças a atualização no sensor e transmissor GuardianTM
4, parte integrante do sistema da Medtronic. Com mais tecnologia e informação
empregada na fase de desenvolvimento do produto, as calibrações não são mais
necessárias, dispensando o paciente das punções diárias.
Esse avanço na
tecnologia do sensor e transmissor, responsável por informar ao sistema os
riscos glicêmicos, a partir da comunicação com a bomba, trouxe também redução
de 37% nos alarmes de risco. Ou seja, a "leitura" da glicose pelo
sensor a cada cinco minutos e a resposta rápida do sistema aos altos e baixos,
diminuíram ainda mais a incidência de situações de alerta.
Além disso, o novo
conjunto de infusão Extended, do mesmo sistema, também permite a troca a cada
sete dias (antes a indicação era de 72 horas). Dessa forma, é possível
programar a substituição junto com o sensor, em mais uma evolução importante
para proporcionar conforto e qualidade de vida ao paciente.
O sistema com
bomba de insulina e sensor de glicose é um tratamento avançado do diabetes
mellitus tipo1, conhecido como DM1, com a mais alta precisão no controle
glicêmico. Considerado o mais próximo de um "pâncreas artificial", o
dispositivo monitora e automatiza a infusão da insulina, de acordo com os
carboidratos ingeridos e os valores de sensor do dispositivo. Entre os
principais benefícios, está a prevenção de hipoglicemia noturna e
assintomática, evento bastante temido pelos pacientes e seus familiares.
Diabetes tipo
1 no Brasil
O Brasil é o 3º
país com mais pacientes portadores de diabetes tipo 1, atrás apenas dos EUA e
Índia. De acordo com a pesquisa Type 1 diabetes estimates in children and
adults, da IDF (Federação Internacional de Diabetes, na sigla em inglês), a
doença atinge cerca de 588.800 no país.
O diabetes tipo 1
é uma doença autoimune onde há destruição, causada pela própria defesa do
corpo, das células beta produtoras de insulina no pâncreas. Acomete
principalmente crianças e adolescentes.
Já o diabetes tipo
2 é comumente causado por obesidade, maus hábitos alimentares, sedentarismo, e
representa 90% dos casos. Ocorre quando o organismo não consegue utilizar ou
produzir a insulina adequadamente.
O diabetes tipo 1,
apesar de menos incidente, necessita a aplicação de insulina desde o
diagnóstico, pois sem a insulina, o organismo entra em colapso. Quando bem
controlado reduz os riscos de complicações como insuficiência renal, doenças
cardíacas, retinopatia e complicações microvasculares.
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