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segunda-feira, 2 de setembro de 2024

Gravidez pós-bariátrica: qualidade da gestação depende de planejamento e cuidados específicos

Medicina diagnóstica dá suporte ao acompanhamento diferenciado a gestantes que passaram pela cirurgia  


A gestação é uma experiência única para cada mulher e, para aquelas que passaram por cirurgia bariátrica, planejamento e cuidados direcionados são ainda mais importantes para garantir saúde e bem-estar da mãe e do bebê. Além do prazo mínimo de um ano para engravidar após o procedimento, é preciso acompanhamento especializado no período, tanto para evitar o ganho de peso quanto para que o bebê se desenvolva plenamente.

Nessa etapa, a medicina diagnóstica cumpre papel fundamental para monitorar uma possível diabetes gestacional, que pode decorrer das alterações hormonais pelas quais a gestante passa. Alguns hormônios produzidos pela placenta podem reduzir a ação da insulina, prejudicando a absorção do açúcar. Por isso é importante monitorar a glicemia durante a gravidez.

Para a endocrinologista Ana Clara d’Acampora, do Sabin Diagnóstico e Saúde, o exame de glicemia de jejum diário, somado a medições de uma ou duas horas após as refeições, por pelo menos 14 dias, é a melhor alternativa para as grávidas pós-bariátrica. 

“Outra opção pode ser lançar mão dos medidores contínuos de glicose para auxílio no diagnóstico”, acrescenta a médica. “Eu não indico o Teste Oral de Tolerância à Glicose (TOTG) pelos possíveis efeitos colaterais, como a síndrome de Dumping, que pode ocasionar queda na pressão, taquicardia, náuseas, dor abdominal e diarreia, e comprometer a acurácia do teste. Ainda que não exista consenso médico sobre essa posição, considero que o risco supera o benefício”, descreve ela.

 

Taxas normalizadas e suplementação extra

Grávida de 16 semanas, a publicitária e gestora Ana Caroline Mascarenhas Duarte, de 29 anos, realizou a cirurgia bariátrica há dois anos. O próprio cirurgião que a operou, sabendo de seu desejo de engravidar, antecipou as orientações necessárias, repetidas por sua obstetra. Ela vem seguindo tudo à risca.
 
“Engravidei um ano e meio depois da cirurgia. O sonho de gestar foi uma das minhas motivações para fazer a bariátrica. Antes, eu tinha síndrome dos ovários policísticos e alterações nos hormônios. Hoje sou mais saudável e minha gestação está sendo tranquila”.

Outro ponto importante diz respeito à suplementação, que deve ser avaliada de maneira individualizada, como já ocorre com pacientes pós-bariátricos de forma geral e reforçada para as gestantes. Ana Caroline, por exemplo, suplementa em doses ainda mais altas minerais como ferro e cálcio, além de ácido fólico e das vitaminas D e do complexo B, para que o feto se desenvolva de acordo com a idade gestacional e nasça com peso normal. Isso ocorre porque a absorção de nutrientes fica reduzida após a cirurgia.

“Na gestação, a demanda nutricional aumenta, portanto, é fundamental que sejam feitos ajustes na suplementação habitual da paciente. O ideal é que essa gestante pós-bariátrica mantenha o acompanhamento multidisciplinar nesse período, inclusive com nutricionista, de modo a evitar o ganho excessivo de peso na gestação e após”, assinala a endocrinologista do Sabin Diagnóstico e Saúde.



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