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segunda-feira, 2 de setembro de 2024

      Cuidados odontológicos podem prolongar a qualidade de vida na terceira idade

 Manter a saúde bucal dos idosos é essencial para prevenir doenças e garantir um envelhecimento saudável


Com o avanço da idade, a saúde bucal ganha uma importância ainda maior para a qualidade de vida. Os cuidados dentários na terceira idade colaboram para a prevenção de problemas como a perda de dentes, mas também são fundamentais para evitar doenças sistêmicas que podem comprometer a saúde geral dos idosos.

Essa associação não é recente. Um artigo publicado no Brazilian Journal of Cardiology em 2009, por exemplo, já apontava a doença periodontal como um fator de risco para questões cardiovasculares. A chave para essa relação reside na inflamação crônica. As bactérias presentes na boca, quando não removidas adequadamente por meio da higiene bucal, podem causar uma inflamação persistente nos tecidos gengivais, característica da periodontite. Essa inflamação, por sua vez, pode desencadear uma resposta inflamatória, afetando vasos sanguíneos em todo o corpo. 

A inflamação generalizada contribui para o desenvolvimento e progressão de doenças como a aterosclerose, aumentando o risco de ocorrências cardiovasculares. Além disso, a inflamação crônica também pode interferir na regulação do açúcar no sangue, agravando o diabetes e aumentando o risco de complicações associadas a essa doença. Todos estes são temas crônicos na terceira idade, e a melhor prevenção não pode deixar de fora a porta de entrada dos alimentos no corpo: a boca.

De acordo com o Dr. José Todescan Júnior, especialista em Prótese Dental e membro da International Federation of Esthetic Dentistry (IFED), esse cuidado é fundamental para garantir uma vida longa e saudável. “A saúde bucal está diretamente ligada à saúde geral de todos, mas ainda mais a do idoso, que inspira uma atenção especial. A falta de cuidados pode levar a complicações que rapidamente se tornam quadros graves”, explica Todescan.

Idas ao dentista ficam mais raras com a passagem do tempo

É comum que idosos deixem de visitar o dentista com a mesma frequência que quando mais jovens. Questões como distância, transporte e custos podem dificultar o acesso aos serviços odontológicos, especialmente para aqueles com mobilidade reduzida ou renda limitada. Embora não haja um consenso universal sobre a frequência exata de visitas ao dentista entre idosos, estudos e pesquisas apontam para uma redução significativa em comparação com outros grupos etários.

Diversos países têm realizado pesquisas para avaliar a saúde bucal da população idosa. Os resultados desses estudos mostram que muitos idosos não realizam consultas odontológicas regulares, o que contribui para o aumento da prevalência de doenças bucais nessa faixa etária. Além disso, análises dos registros de clínicas odontológicas demonstram uma menor frequência de consultas de pacientes idosos em comparação com outros grupos etários. Estudos realizados em domicílios de idosos revelam que muitos deles não possuem acesso a serviços odontológicos ou não utilizam os serviços disponíveis.

A passagem do tempo também possibilita avanços. É o caso das próteses totais, chamadas de dentaduras, amplamente utilizadas por idosos. Essa realidade mudou há alguns anos. “Hoje, com a prevenção e o tratamento adequado desde o início, é possível manter os dentes naturais até o final da vida. Além disso, as dentaduras só são utilizadas por quem não tem condições financeiras para optar por implantes, que permitem a substituição por peças fixas”, ressalta o especialista. 


Prevenção e cuidados específicos

Parece simples, mas ao prevenir as doenças bucais, como a cárie e a periodontite, são poupadas também múltiplas idas ao médico. A atenção deve ser redobrada com a higienização diária, utilizando escovas adequadas e cremes dentais específicos, além do uso regular do fio dental. O envelhecimento pode trazer dificuldades motoras que prejudicam a escovação, por isso é importante que os idosos recebam orientação sobre técnicas adequadas para garantir uma limpeza eficiente.

Além disso, o ajuste correto das próteses dentárias é essencial para o conforto e a funcionalidade. “Próteses mal ajustadas podem causar lesões na boca, dificultar a mastigação e, consequentemente, a digestão dos alimentos. O acompanhamento regular com o dentista é fundamental para realizar os ajustes necessários e evitar complicações, pois este quadro pode impactar a alimentação, levando em casos extremos à desnutrição”, reforça Dr. Todescan.


Consultas regulares ao dentista

As consultas regulares ao dentista devem fazer parte da rotina de cuidados com a saúde na terceira idade. Nesses encontros, o profissional pode identificar precocemente problemas que poderiam se agravar e orientar sobre os melhores cuidados diários. A revisão periódica das próteses e a avaliação da saúde das gengivas são alguns dos pontos que merecem atenção constante.

Segundo o Dr. Todescan, o cuidado com a saúde bucal é um dos pilares para garantir um envelhecimento com qualidade de vida. “A frequência das visitas ao dentista varia de acordo com a condição bucal do paciente, mas, de maneira geral, recomendo consultas a cada seis meses. Isso permite a prevenção e o tratamento de problemas antes que se tornem graves. A odontologia na terceira idade vai muito além da estética; trata-se de uma questão de bem-estar e longevidade”, conclui o dentista. 



José Todescan Júnior - Atuando com excelência na área de Odontologia há mais de 33 anos, José Todescan Júnior é especialista em Prótese Dental, Odontopediatria e Endodontia pela USP. Membro da IFED (International Federation Esthetic Dentistry) e da Associação Brasileira de Odontologia Estética e membro da ABOD (Associação Brasileira de Odontologia Digital), ele acredita que o profissional que se aperfeiçoa em diversas áreas pode escolher sempre o melhor para os pacientes. Para mais informações, acesse o LinkedIn.


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