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segunda-feira, 2 de setembro de 2024

Como os vídeos verticais e a Geração Z estão remodelando o mercado musical


A ascensão dos vídeos verticais nas redes sociais tem remodelado o mercado musical e, por tabela, influenciando a forma como a música é consumida, produzida e distribuída. A Geração Z, nativa digital e principal consumidora desse formato dinâmico, é o principal fator dessa transformação. 


A capacidade de capturar e compartilhar momentos instantaneamente desses jovens nascidos entre 1995 e 2010 estão definindo novos padrões para a indústria. Com um comportamento multitarefa e consumo médio de 10 horas diárias em redes sociais, de acordo com vários levantamentos realizados nos últimos anos, esse público abraça e valoriza a diversidade e a inclusão, aspectos que também se refletem nas escolhas musicais e na popularidade de conteúdos que vão ao encontro de seus valores e crenças.

 

Olhando especificamente para o comportamento online da Gen Z, a análise Tendências de Social Media 2023, da Comscore, indica que o consumo de mídia por brasileiros nas redes sociais é notavelmente alto, com uma média de 356 bilhões de minutos gastos em dezembro de 2022, um aumento significativo desde janeiro de 2020. Esse engajamento tem implicações diretas no mercado musical, no qual a presença digital se torna cada vez mais vital para o sucesso de artistas e produtores.

 

Inclusive, a influência online dessa geração é tão significativa, que as estratégias de marketing e produção musical estão sendo adaptadas para atender às suas preferências, que incluem um humor específico e uma comunicação visual rápida e eficaz, especialmente memes e GIFs. 

 

Estar online = mais música = mais desafios

 

Os vídeos verticais, popularizados por plataformas como TikTok e Instagram, são um exemplo claro dessa adaptação digital da Gen Z. Eles oferecem uma maneira imersiva e envolvente de experienciar a música, com a vantagem de serem facilmente consumíveis em dispositivos móveis.

 

Além da democratização do acesso à música, esse tipo de consumo - e também de interatividade - permite que artistas independentes ganhem visibilidade sem os canais tradicionais de distribuição. A facilidade de compartilhamento desses vídeos fomenta uma cultura de descoberta musical, na qual um único vídeo pode catapultar uma produção para o sucesso viral.

 

Além disso, as redes sociais proporcionam um canal de diálogo entre artistas e fãs, estreitando relações e construindo comunidades em torno de gêneros musicais ou artistas específicos. Isso é evidenciado pelo crescimento de 74% da New Music Brasil em 2023, uma gravadora e distribuidora especializada em música digital, que se destaca por sua abordagem inovadora e humanizada no mercado musical.

 

No entanto, essa mudança também apresenta desafios. A monetização de conteúdos musicais em plataformas de streaming ainda é um ponto de debate, com artistas independentes lutando por uma remuneração justa.

 

Uma pesquisa da Roku revelou que 75% dos brasileiros usam plataformas de streaming todos os dias, com um número significativo maratonando séries noites a fio. Isso mostra a importância do streaming na vida cotidiana, mas também levanta questões sobre a sustentabilidade financeira para os criadores de conteúdo.

 

Se os vídeos verticais e as redes sociais estão redefinindo o mercado musical, impulsionados pelo comportamento da Geração Z, a indústria precisa se adaptar em um ritmo acelerado. Existe uma constante necessidade de equilibrar inovação com a justiça econômica para os artistas, porém, é importante que as análises de tendência continuem a ser feitas para que possamos entender cada vez mais como aliar tecnologia, cultura e negócios.

 

Mari Galindo - fundadora da Nice House, plataforma de entretenimento com foco em vídeos verticais e geração Z

 

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