Diante de um cenário mercadológico em constante evolução, a transformação digital tornou-se um elemento indispensável nas organizações para se manterem competitivas. No entanto, ao contrário do que muitos podem pensar, essa ação não se restringe apenas da ação de digitalizar a companhia. Na verdade, esse é o primeiro passo de uma longa caminhada que traz para as empresas a missão de se adaptarem em três aspectos: novas tendências tecnológicas, modernização de processos e gerenciamento das pessoas.
A transformação digital visa, na prática, atribuir
a inovação com um todo na empresa e, por isso, requer uma abordagem mais ampla
que contemple a cultura
organizacional. Ou seja, o conceito parte da premissa de tornar as empresas
mais inteligentes, ágeis e produtivas.
Certamente, nesse processo, é aplicada a integração
de tecnologias digitais, que alteram fundamentalmente a forma como uma empresa
opera e entrega valor para os seus clientes. Por sua vez, é importante destacar
que o processo de transformação digital pode ser algo longo, uma vez que, em
seu desenrolar, serão incorporadas uma série de mudanças que exigem a criação
de novos modelos de negócio e uma forte análise profunda acerca da cultura da
empresa.
Até hoje, esse é um caminho que ainda podemos
encontrar obstáculos. Isso porque grande parte das organizações ainda
subestimam o nível de disrupção e apresentam desconfiança ao introduzir novas
tecnologias e processos. Como prova disso, segundo a pesquisa de Serviços
de Negócios e Tecnologia, realizada pela Forrester em 2022, foi apontado
que a resistência
à mudança está entre os cinco desafios mais frequentemente selecionados na
execução da transformação digital.
Ainda segundo relatório, 21% dos tomadores de
decisão de serviços globais que apoiam a transformação digital de suas
organizações citaram a implementação de novos processos e capacidades como um
dos seus maiores desafios. E, por falar em obstáculos, não podemos deixar de
fora o fator humano, que ainda pode ser considerado responsável pela demora ou
falha no processo de transformação digital.
De acordo com David Rogers, professor da
Universidade de Columbia e autor de The Digital Transformation Roadmap, cerca
de 70% dos esforços de transformação digital falham. Segundo ele, isso
ocorre porque as empresas veem esses esforços como problemas tecnológicos, e
não como desafios organizacionais que realmente são.
Neste cenário, a gestão de mudanças (GMO)
desempenha um papel fundamental para garantir que uma empresa não se torne
apenas digital e operacional, mas sim faça jus à verticalização dos negócios.
Justificando essa importância, segundo um estudo do Change Management Institute,
47% das organizações que integram a GMO têm maior probabilidade de cumprir os
seus objetivos do que os outros 30% que não a incorporaram.
Em se tratando da era da disrupção digital que
estamos inseridos, cabe aos gestores o papel de reconhecer que a transformação
digital não é apenas a implementação de uma nova tecnologia, mas uma mudança
que afeta todos os aspectos da organização, desde a cultura até as operações.
Diante disso, é comum vermos uma parte das
organizações afirmarem que estão dando início a esse processo ao implementaram
um ERP. No entanto, é importante enfatizar que adotar ao sistema de gestão é
apenas o primeiro passo dessa jornada, cujo nível de aproveitamento será
determinado pelo apoio da GMO em conjunto com a liderança em fazer com que a
estratégia passe a ser vertical.
Sendo assim, é essencial que a alta gestão crie um mindset
de melhoria contínua, entendendo que, por mais que os desafios sejam
inevitáveis nesse processo, investir em um bom
planejamento e em GMO ajudará a deixar essa caminhada mais simplificada.
Afinal, ao adotar a gestão
de mudanças organizacionais, a empresa garante uma transição suave, minimiza
a resistência e maximiza os benefícios da transformação digital.
Em suma, quando falamos em digitalização, não
podemos nos esquecer de que essa base que é formada por três pilares: tecnologia,
processos e pessoas, e sem esses três aspectos, não há transformação
digital. Por isso, as organizações que conseguirem implementar novas
tecnologias com esse nível de maturidade colherão diversos benefícios, como aumento
no engajamento das equipes como um todo, otimização
de processos, redução de custos e crescimento em escala.
Uma coisa é fato: para as empresas que querem
iniciar a transformação
digital sem o apoio da GMO, será como navegar em um barco sem leme, uma vez
que esse é um componente indispensável para criar um caminho de sucesso para o
futuro digital.
Lyrian Faria - diretora da Dynamica Consultoria.
Marcos Corrêa é CEO do Grupo INOVAGE
Grupo INOVAGE:
Dynamica Consultoria
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