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segunda-feira, 27 de maio de 2024

Maio Bordô: entenda quando sua dor de cabeça muda de padrão e merece uma atenção do especialista

Neurologista da Rede Mater Dei de Saúde chama a atenção para o cuidado com a automedicação


Existem mais de 200 tipos de dores de cabeça mapeados pela medicina, mas a maioria da população não tem informações sobre como lidar com esse problema e, consequentemente, recorre à automedicação para alívio imediato. Segundo uma pesquisa divulgada no Congresso da Sociedade Brasileira de Cefaleia (SBC), ao longo da vida, 94% dos homens e 99% das mulheres acabam recorrendo a essa prática. Neste Maio Bordô, a Rede Mater Dei enfatiza a importância da população procurar ajuda médica, conscientizando sobre os perigos do abuso de analgésicos e incentivando a busca por tratamentos adequados para as dores de cabeça.

O propósito do Maio Bordô é educar as pessoas sobre como distinguir entre uma dor de cabeça comum e uma que requer atenção especial. De acordo com Deborah Dayane Cordeiro Martins, neurologista do corpo clínico da Rede Mater Dei de Saúde, os diversos tipos de cefaleia podem ser categorizadas em dois grupos principais: cefaleia primária, originada dentro do nosso sistema de dor, e cefaleia secundária, associada a diferentes causas, como traumas na cabeça, hemorragias, tumores ou eventos vasculares cerebrais.

“Os médicos não recomendam a automedicação e o alerta é neste sentido: se tomou mais de três comprimidos na semana, é preciso acender seu alerta sobre algo no seu organismo que não está bem. Para se ter ideia do impacto das dores de cabeça na vida das pessoas, elas são o quarto motivo mais frequente de consulta em pronto-atendimentos hospitalares. As cefaleias impactam a rotina da pessoa, a memória, a atenção, a produtividade no trabalho e merece atenção especializada”, explica a neurologista.


Conheça os tipos de cefaleia primária

No grupo das cefaleias primárias estão as enxaquecas e as cefaleias tensionais, essas quais a pessoa já conhece a dor. A neurologista comenta que existe uma semelhança durante os episódios. “Nesses casos, a dor pode surgir após gatilhos, como tensão, estresse, preocupação, excesso de trabalho, falta de ingestão de água. A cefaleia tensional pode durar até uma semana, todos os dias, mas sua dor é mais constante”, diz.

aqueles que sofrem de enxaqueca geralmente têm uma predisposição genética para a condição. As dores podem ser mais intensas do que as associadas à cefaleia tensional, caracterizando-se por uma sensação pulsante na região frontal, ao redor dos olhos e nas têmporas. “Barulho e movimentos como caminhar e subir escadas incomodam. Há pessoas com enxaqueca que têm vômito, não toleram movimentos do carro e têm fobia à luz forte. Lembro que as dores de cabeça primária também podem aparecer após a ingestão de alimentos pró-algésicos, que alteram o sistema de inflamação do corpo, causando dor: geralmente são doces, café, refrigerantes, alimentos ultraprocessados e chás com cafeína. A cafeína pode atuar como neutralizadora da dor, em alguns casos, mas a gente sempre abusa de cafezinhos ao longo do dia, o que em alguns pacientes pode piorar o quadro”, esclarece Deborah.

A especialista ainda ressalta que a enxaqueca geralmente tem duração de 4h a 72h, dependendo de cada pessoa. “A diferença da enxaqueca para a cefaleia tensional é que ela tem bases orgânicas complexas, pois mexe com várias estruturas cerebrais. Uma crise pode ser desencadeada pelos gatilhos mais gerais e também por cheiros fortes, como perfumes, ficar muito tempo no sol, enfim, ela é multifatorial”, acrescenta.


Quando a dor muda do padrão

O alerta dos neurologistas para dores de cabeça é quando o padrão da dor muda. De acordo com a médica, esses episódios podem indicar a cefaleia secundária, que pode ser sinal de algo mais grave, como um aneurisma, tumor ou AVC. Segundo ela, nem toda dor de cabeça é tensional, nem toda dor é enxaqueca. “Quando sua dor de cabeça mudar de padrão do que você está habituado, o ideal é procurar um médico, que fará a avaliação clínica e pode solicitar exames de imagem. Essa mudança de padrão é quando a pessoa tem a sensação de pior dor da vida, tem um episódio de dor que a acorda no meio da noite e ela percebe que mudou da dor que conhecia. Todo mundo que tem dor de cabeça frequente, mesmo a dor já conhecida, deve procurar um especialista para esclarecer a origem dessa dor e adotar hábitos para evitá-la”, esclarece Deborah.

Na maioria das vezes, as cefaleias são tratadas por neurologistas, que podem acionar especialistas de áreas multidisciplinares, como a medicina do sono e a cardiologia, pois uma dor de cabeça pode ser reflexo de uma pressão arterial descontrolada, por exemplo. “Na Rede Mater Dei de Saúde temos equipes preparadas para esses diagnósticos e tratamentos, que não são apenas medicamentosos, mas que devem passar pelo cuidado com o sono, a alimentação, atividade física, ingestão de líquidos. Além disso, indicamos tratamentos adjuvantes, como acupuntura, alongamento, psicoterapia, mindfulness para melhorar o quadro geral do(a) paciente”, complementa a neurologista.


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