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sexta-feira, 9 de fevereiro de 2024

Hospital do GRAACC alerta para prevenção do câncer de pele desde a infância

 Crianças e adultos compartilham os mesmos fatores de risco para o desenvolvimento de melanoma, incluindo fatores genéticos e ambientais

 

Mesmo sendo um tipo de câncer raro na infância, as crianças e adolescentes que se expõem muito ao sol também podem desenvolver câncer de pele. As queimaduras solares, resultantes da superexposição aos raios ultravioletas, são um dos principais fatores de risco, principalmente quando ocorrem nos primeiros anos de vida – antes dos 20 anos. É o que alerta a Dra. Natália Brenneken Duarte Ambar, oncologista pediátrica do Hospital do GRAACC, instituição que é referência no tratamento de alta complexidade de câncer infantojuvenil. 

“Crianças e adultos compartilham os mesmos fatores de risco para o desenvolvimento de melanoma, incluindo fatores genéticos, como histórico familiar de melanoma, pele clara, grande quantidade de nevus (pintas), nevus congênito, mutações genéticas e fatores ambientais, como exposição excessiva aos raios ultravioletas, queimaduras solares, imunossupressão, que é a redução da atividade do sistema imunológico”, diz Ambar. 

A oncologista pediátrica explica ainda que o câncer na derme ocorre quando células normais da pele sofrem uma mutação, se transformando em células anormais e apresentando um crescimento descontrolado. Os dois principais tipos de câncer de pele são o melanoma e o não melanoma. 

O não melanoma pode ocorrer em qualquer local da pele, sendo os mais frequentes nas regiões com maior exposição aos raios solares ultravioletas como, por exemplo, cabeça, rosto, pescoço, braços e pernas. Geralmente este tipo de câncer tem crescimento lento e pode ser tratado facilmente com cirurgia e outras técnicas. 

Já o melanoma é o tipo de câncer de pele mais agressivo e também pode ocorrer em qualquer região da pele, incluindo as costas, genitais e outras áreas de difícil visualização. Quando não tratado, pode disseminar para outros órgãos. Geralmente, ele se apresenta como uma pinta marrom ou preta, com características anormais na assimetria, com bordas irregulares, cores variadas, tamanho maior que 6mm e evolução dessas características ao longo do tempo. 

O câncer de pele em crianças é extremamente raro, representando entre 1% e 4% de todos os melanomas. A estimativa de incidência anual é de 6 casos por milhão de pessoas. “O diagnóstico de melanoma em crianças é desafiador devido à raridade e apresentação clínica banal, podendo não seguir as características comuns do tumor. É necessário investigar genéticos, com base na história, achados clínicos e dermatoscópicos, com visualização e avaliação das camadas mais profundas da pele. O diagnóstico definitivo depende da biópsia”, explica Ambar. 

A característica mais forte do melanoma pediátrico é a evolução da lesão ao longo do tempo. O surgimento de outros sintomas associados, como sangramento, ulcerações, dor, nodulações, prurido ou ainda semelhança com granuloma (nódulo) podem auxiliar na suspeita e diagnóstico. O tratamento do câncer de pele, especialmente o melanoma, é feito através de cirurgia para ressecção completa da lesão, com excelentes chances de cura quando diagnosticado inicialmente, com a lesão ainda superficial. 

“Por se tratar de um câncer com altas chances de reincidência, todo paciente que teve o diagnóstico de câncer de pele, mesmo após término do tratamento, deverá acompanhar periodicamente em serviço médico especializado para avaliação clínica e realização de exames de imagem se necessário”, alerta Ambar. 

Para a prevenção do câncer de pele em crianças, a médica recomenda estabelecer bons hábitos de proteção da pele, como por exemplo, evitar exposição solar no período das 10h às 16h, usar protetor solar e reaplicar com frequência, usar chapéus, camisetas de manga longa e calças. Ademais, crianças com histórico familiar positivo de câncer de pele ou lesões de pele congênitas, deverão fazer acompanhamento médico especializado regularmente.


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