Infectologista
da Dasa lista os principais sintomas das infecções sexualmente transmissíveis e
reforça a importância da vacinação e do uso de preservativos para proteção
Dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE)
mostram que o uso de preservativo durante o ato sexual está cada vez menor
entre os adolescentes brasileiros de 13 a 17 anos, com queda de 72,5% para 59%
entre 2009 e 2019, o que aumenta o risco das infecções sexualmente
transmissíveis (ISTs). Esses dados podem ser ainda mais potencializados no
Carnaval, época em que muitas pessoas decidem viver novas experiências sexuais,
porém nem sempre de maneira segura.
De acordo com a dra. Luisa Chebabo, infectologista dos
laboratórios Sérgio Franco e Bronstein, que fazem parte da Dasa, a maior rede
de saúde integrada do Brasil, as ISTs mais comuns no Brasil são o HIV, o
Papilomavírus Humano (HPV, sigla em inglês), a sífilis, as hepatites B e C, a
clamídia, a gonorreia, o herpes genital e o cancro mole. Apesar de não ser
classificada como IST, a hepatite A é transmitida de forma oral-fecal e existem
casos relacionados com o sexo anal.
“As enfermidades consideradas mais desafiadoras são o HIV, já que
ainda não há cura e o paciente necessita de tratamento contínuo; a hepatite B,
nos casos que se tornam crônicos e precisam de acompanhamento ao longo da vida;
o HPV, que pode evoluir para câncer, dependendo do subtipo; e a sífilis, que,
além de ser altamente contagiosa, é possível que cause sintomas neurológicos e
leve à malformação do feto caso a paciente esteja grávida durante a infecção”,
explica a médica.
Vacinação e uso de preservativos reduz os
riscos de infecção das ISTs
“A vacinação contra o vírus HPV e as hepatites A e B é uma forma
eficaz de prevenir o desenvolvimento dessas doenças. Além disso, o preservativo
é o método mais indicado para diminuir o risco de transmissão das ISTs e deve
ser usado em todos os tipos de relação sexual. Para facilitar o acesso aos
preservativos, o Ministério da Saúde define diversos postos de distribuição
gratuita para a população”, detalha a dra. Luisa Chebabo.
Para aumentar a proteção contra o HIV, há, ainda, a profilaxia
pré-exposição (PrEP) e a profilaxia pós-exposição (PEP): enquanto a PrEP é
tomada preventivamente conforme orientação médica para reduzir a chance de
infecção caso haja algum contato com o HIV, a PEP deve ser utilizada somente
após uma exposição de risco ao vírus. Porém, é importante ressaltar que nenhum
desses métodos deve ser usado para fins contraceptivos, sendo apenas indicado
em casos específicos.
Segundo a especialista, outra forma de transmissão das ISTs é por
meio do compartilhamento de seringas e agulhas contaminadas. Uma gestante
infectada com HIV ou sífilis e que não recebeu o tratamento adequado também
corre o risco de transmitir a doença para o bebê na gestação, no parto ou, ainda,
durante a amamentação, no caso do HIV.
Reconhecer os sintomas das ISTs é essencial
para o diagnóstico precoce
A depender da infecção, o paciente pode ter mais chances de
sucesso no tratamento ou melhor qualidade de vida durante a recuperação caso a
doença seja descoberta no estágio inicial. Conheça os sintomas mais frequentes
de cada IST:
- Hepatites B e C – costumam causar inflamação hepática, o que
provoca náuseas, olhos amarelados, febre e mal-estar. Porém, pode haver casos
assintomáticos.
- HIV – a condição pode ser assintomática no início ou causar
febre, gânglios aumentados e fadiga. Em casos avançados, é comum que ocorra
emagrecimento sem motivo aparente, diarreia prolongada, candidíase oral
(sapinho) e infecções recorrentes.
- Gonorreia e clamídia – o paciente pode observar a saída de
secreção purulenta pelo pênis, pelo ânus ou pela vagina, além de sentir
ardência e incômodo durante a relação sexual ou ao urinar.
- HPV – alguns subtipos podem causar verrugas genitais, enquanto
outros levam a lesões pré-cancerígenas.
- Sífilis – pode se manifestar de várias maneiras, desde uma
ferida na região genital até manchas avermelhadas pelo corpo e sintomas
neurológicos, como dificuldade de raciocínio e perda de memória,
- Cancro mole e herpes genital – enquanto o cancro costuma causar
ferida genital com saída de secreção, o herpes causa o surgimento de vesículas
genitais dolorosa.
Para rastrear alguns tipos de IST, como o HIV, a sífilis e as
hepatites B e C, é recomendado que pessoas sexualmente ativas façam a testagem
para essas doenças ao menos uma vez ao ano. Além disso, o exame citopatológico
(preventivo de câncer de colo de útero) também pode detectar lesões por HPV em
estágio inicial. Em relação à clamídia e gonorreia, pessoas com alta exposição
sexual podem realizar exames moleculares (PCR) de urina ou secreção vaginal
para diagnóstico precoce.
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