O compromisso de triplicar o uso de energias renováveis no mundo e de duplicar a eficiência energética até 2030, assumido por mais de 110 países na 28ª Conferência das Partes sobre Mudança do Clima das Nações Unidas (COP28), realizada em dezembro de 2023, em Dubai, nos Emirados Árabes Unidos, traz uma grande oportunidade para o Brasil se posicionar como liderança e protagonista neste processo, graças a seus vastos recursos naturais renováveis.
Na avaliação da Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica (ABSOLAR),
que participou de diversos eventos, encontros, reuniões e debates ao longo da
COP28, este acordo reconheceu, de forma inquestionável, o papel estratégico das
energias renováveis na redução de emissões de gases de efeito estufa e no
combate às mudanças climáticas que ameaçam a humanidade.
Um dos pontos de atenção do texto final assinado pelos países participantes da
Conferência foi a ausência de um compromisso explícito para a eliminação
gradual dos combustíveis fósseis das matrizes energéticas. Este cenário não é
suficiente para limitar o aumento da temperatura global aos níveis recomendados
pelos cientistas e ameaça intensificar ainda mais os eventos climáticos extremos
e ampliar os danos decorrentes do aquecimento global. Por isso, o assunto
precisa ser retomado e trabalhado com mais ambição em futuras edições da COP.
Assim, espera-se que os compromissos assumidos pelos países evoluam na COP29,
no Azerbaijão, em 2024.
As fontes renováveis, em especial a solar fotovoltaica, saíram muito
fortalecidas da COP28, com um novo compromisso claro dos governos de 119
países, de ampliar o seu uso ao longo desta e das próximas décadas. Sem as
fontes renováveis, a meta de limitar a +1,5º C o aquecimento do planeta,
conforme as diretrizes do Acordo de Paris, assinado na COP21, em 2015, seria
inatingível.
Nesta COP28, ficou evidente que muitos países planejam estar, em décadas, num
patamar de desenvolvimento de fontes renováveis que o Brasil já possui na
atualidade. Além disso, foi consenso entre os participantes que a Amazônia é um
dos maiores ativos ambientais do Brasil e que precisamos transformar este
potencial em desenvolvimento socioeconômico para a região e suas populações.
Para termos uma ideia do imenso potencial brasileiro, o País alcançou
recentemente a marca de 38 gigawatts (GW) de potência instalada da fonte solar
fotovoltaica, somando as usinas de grande porte e os sistemas de geração
própria de energia em telhados, fachadas e pequenos terrenos, o equivalente a
16,8 % da matriz elétrica do País.
Desde 2012, a fonte solar já trouxe ao Brasil mais de R$ 184,3 bilhões em novos
investimentos, mais de R$ 51,7 bilhões em arrecadação aos cofres públicos e
gerou cerca de 1,1 milhão de empregos acumulados. Com isso, também evitou a
emissão de 46,4 milhões de toneladas de CO2 na geração de
eletricidade.
A ABSOLAR e o setor solar fotovoltaico brasileiro estão comprometidos e prontos
para acelerar a descarbonização do Brasil e ajudar o País a se posicionar como
um grande protagonista da transição energética mundial para uma sociedade mais
sustentável.
Com a combinação de tecnologias como a solar fotovoltaica, o armazenamento de
energia elétrica (baterias que permitem armazenar a eletricidade produzida pelo
sol, para ser utilizada em qualquer momento do dia ou da noite) e o hidrogênio
verde (combustível limpo e renovável, que pode substituir combustíveis fósseis
em setores como indústria, agronegócio e transportes), o Brasil pode, em pouco
tempo, impulsionar seu desenvolvimento social, econômico e ambiental, com a
geração de milhares de novos empregos verdes, trazendo mais renda para os
trabalhadores e mais oportunidades para a nossa população
Rodrigo Sauaia – CEO da ABSOLAR
Ronaldo Koloszuk – Presidente do Conselho de Administração da ABSOLAR
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