Com o aumento dos casos de dengue, Covid-19 e viroses, os estabelecimentos
enfrentam dificuldades para manter a eficiência com menos funcionáriosAumento nos casos de dengue tem afetado os bares e restaurantes;
em alguns estabelecimentos, o afastamento de dois ou mais funcionários
tem sido frequente. Foto: Jcomp/Freepik
O início de 2024 tem sido marcado pelo aumento de casos de
doenças como a dengue, a Covid-19 e as viroses de verão, decorrentes do aumento
das chuvas e do relaxamento por parte da população com os cuidados relacionados
às doenças respiratórias, impactando diversos setores da sociedade, incluindo o
de bares e restaurantes.
De acordo com o Ministério da Saúde, o número de casos de
dengue no Brasil aumentou 150% em 2024 quando comparado com 2023, tendo mais de
650 mil casos já registrados. Alguns locais já têm a rede hospitalar
sobrecarregada pelo aumento expressivo.
O setor de alimentação fora do lar, que ainda se recupera
dos impactos da pandemia da Covid-19, enfrenta agora um novo desafio: o afastamento
frequente de funcionários por causa da dengue e outras doenças, que já tem sido
notado pela Abrasel (Associação Brasileira de Bares e Restaurantes). Com
quadros reduzidos, os estabelecimentos precisam se desdobrar para manter a
qualidade do serviço.
Mariana Bressan, dona do restaurante Cantina da Massa,
localizado em Brasília, relata que com a falta de alguns funcionários, ela teve
que adotar estratégias para manter a qualidade e agilidade dos atendimentos,
tanto no presencial quanto no delivery.
“Além de termos menos funcionários em decorrência das férias
de início de ano, comecei a ter afastamento por algumas doenças, como dengue, e
precisei refazer o calendário de folgas de alguns colaboradores para dar conta
dos atendimentos do restaurante”, disse Marina.
Segundo a médica Ana Laura Rabelo, “a dengue incapacita
muito a pessoa que está doente, causa febre, dor no corpo e dor de cabeça,
sintomas que tornam o ato de trabalhar quase impossível. Então, do ponto de
vista do adoecimento em si, o empregador não tem muito o que fazer além de
entender o lado do trabalhador e cumprir com o afastamento, que pode variar de
5 a 10 dias.”
A médica comenta ainda sobre cuidados que os proprietários
dos estabelecimentos devem ter para evitar a proliferação de casos, “O
empregador tem o dever e a responsabilidade social de comunicar e de divulgar
ações de prevenção e de combate à dengue. O estabelecimento comercial também
deve reduzir os riscos de existirem focos de disseminação do mosquito. A
atenção deve ser redobrada. É muito comum a gente ver em restaurantes locais em
que há acúmulo de garrafas, recipientes e vasilhames, que podem ser focos de
proliferação de mosquito da dengue, sobretudo se ficarem parados por muito
tempo. Então, cabe ao empregado cuidar do seu estabelecimento para evitar que
ele se torne um foco de disseminação”, finaliza.
Em relação às outras doenças, Ana completa: “sempre que houver um trabalhador com sintomas gripais, é necessário afastá-lo das atividades de trabalho para reduzir a chance de contaminação de outros funcionários e até de clientes. Sobre a Covid-19, é importante que os colaboradores estejam com a vacina em dia e, caso apresentem sintomas, busquem atendimento em postos de saúde”.
Neste momento de epidemia de dengue e com o crescente aumento de
casos de Covid-19 e viroses, é importante mantermos com os cuidados para evitar
a proliferação das doenças e contribuir para que o setor deixe de ser
impactado.
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