Toxicologista e patologista clínico, Alvaro Pulchinelli, adverte que somente manutenções periódicas podem minimizar os riscos invisíveis da intoxicação por monóxido de carbono
No último fim de
semana, aconteceu uma tragédia em Santa Catarina, quando um grupo de jovens foi
vítima de intoxicação por monóxido de carbono dentro de uma BMW. Os amigos, que
inicialmente estavam se divertindo nas festas de fim de ano, tornaram-se
vítimas de um inimigo silencioso e imperceptível. O monóxido de carbono, um gás
inodoro e sem cor, é resultado da queima incompleta de diversos combustíveis,
como gasolina, derivados de petróleo, GLP, madeira e carvão. Esse gás,
responsável pela intoxicação fatal dos jovens, foi liberado, em concentrações
letais, dentro do veículo fechado, por meio da combustão do motor, entrando no
organismo através da respiração, causando sintomas como tontura, sonolência e,
eventualmente, levando à perda de consciência.
A fatalidade serve
como alerta para os perigos muitas vezes subestimados do monóxido de carbono.
Este gás, comumente associado a vazamento de gás doméstico, demonstrou sua
letalidade mesmo em um ambiente aparentemente seguro, como o interior de um
carro. O toxicologista e presidente da Sociedade Brasileira de Patologia
Clínica e Medicina Laboratorial (SBPC/ML), Alvaro Pulchinelli, destaca a
importância da prevenção em situações como esta.
"O monóxido de
carbono é um intruso silencioso, proveniente da queima incompleta de
combustíveis comuns. A falta de cor e odor torna-o imperceptível, mas os riscos
são reais. Ambientes fechados, como carros, podem rapidamente se tornar
armadilhas mortais se houver a presença desse gás. A conscientização sobre os
sintomas e a adoção de medidas preventivas são fundamentais para evitar
tragédias semelhantes", alertou.
O perigo reside na afinidade do
monóxido de carbono com a hemoglobina (que dá o pigmento vermelho no sangue e
está dentro das células que transportam o oxigênio do ambiente para as
células), responsável pelo transporte do oxigênio no sangue. A formação da
carboxemoglobina, uma ligação estável entre o monóxido de carbono e a
hemoglobina, impede a correta oxigenação dos tecidos, levando a sintomas como
cansaço, tontura, sonolência, até chegar a quadros mais graves como o coma e,
em casos extremos, morte. "A intoxicação por monóxido de carbono também
pode ser lenta e sutil, tornando vital a conscientização sobre os sintomas e a
prevenção", ressaltou Pulchinelli.
SBPC/ML - Sociedade Brasileira de Patologia Clínica e Medicina Laboratorial
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