A influência digital está consolidada
como carreira. Em 2024, o mercado vai exigir que os criadores de conteúdo
tenham visão de futuro, conhecimento e uma capacidade de reinvençãoFreepik
O número de pessoas que vivem
da internet tem crescido nos últimos anos. Seja mostrando o seu dia a dia ou
criando conteúdo especializado, as profissões digitais ganham cada vez mais
espaço no mercado de trabalho.
Segundo a Nielsen, o Brasil
acumula mais de 10,5 milhões de influencers com cerca de mil seguidores no
Instagram, o que coloca o país como líder mundial de influenciadores
digitais na plataforma. Já outros 500 mil criadores de conteúdo digital
têm perfis com mais de 10 mil seguidores. Ao considerar Instagram, YouTube e
TikTok, o país continua entre os líderes como terceiro no ranking.
Existem alguns fatores
importantes para que o público seja atraído para um perfil. O relatório
Influenciadores Digitais 2023, feito pela Opinion Box e Influency.me, mostra
que o conteúdo apresentado é fundamental para fidelizar os seguidores. Gostar
do assunto abordado pelo influencer é a primeira opção para 69% do público. Em
segundo lugar está a simpatia e o carisma, motivo para dar follow para 48% dos
entrevistados.
Assim como há motivos para
seguir, há também as razões que fazem muitos deixarem de seguir um influencer
nas redes sociais. O mesmo material mostra que a perda de qualidade do conteúdo
pode fazer com que 54% do público dê unfollow no influenciador.
Em segundo lugar, as opiniões,
uma vez que 43% do público afirmou deixar de seguir quem tem um posicionamento
diferente do dele. Hoje, muitos influenciadores usam o potencial do perfil para
divulgar marcas. Porém, 35% dos seguidores disseram que muita propaganda é
motivo para unfollow.
"Assistiremos juntos a uma
expansão e fortalecimento do mercado em 2024. A entrada de novos rostos que com
talento diferenciado terão seu lugar no digital - com maior valorização da
comunidade e influência da ESG versus o número de seguidores", antecipa
Marcela Raposo, consultora da PubliReview.
Com base nessas considerações,
veja o que Marcela acredita que deve nortear a criação de conteúdo digital em
2024:
CO-INFLUENCING
O ano de 2023 foi marcado pelo
co-branding (colaboração entre marcas), em 2024 podemos esperar por uma alta
expressiva da colaboração entre influenciadores. Na prática, isso vai desde
postagens compartilhadas até a participação em iniciativas de outros
influenciadores, em um movimento que beneficia as duas partes. Ou seja, os
influenciadores estarão menos no espírito da competição e mais no da
colaboração.
MAIS
CONHECIMENTO, MENOS ENTRETENIMENTO
A geração Z, formada pelos
jovens que nasceram de 1997 em diante, gasta proporcionalmente uma fatia menor
de sua renda com entretenimento do que os mais velhos. O levantamento divulgado
pelo Fórum Econômico Mundial, com base nas estatísticas de trabalho e renda dos
Estados Unidos, mostra que em 2021 esses jovens gastaram US$ 41.636 (R$ 214.930)
– menos do que todos os outros grupos de idade.
Por isso, em 2024, os olhos e
desejos de consumo estarão voltados também para o conhecimento e aprendizado.
Criadores de conteúdo dispostos a ensinar devem ocupar um espaço acima dos
demais.
VÍDEOS
MENORES E MELHORES
Os vídeos continuarão sendo um
diferencial e a preferência entre os usuários. Mas, para acertar em 2024, esses
mesmos vídeos que já são produzidos atualmente deverão ser menores e melhores.
Com a diminuição da capacidade individual de concentração e o alto volume de
oferta de conteúdo, ganha quem oferecer mais em menos tempo.
EXPERIÊNCIA
GUIADA POR SENTIDOS
Tudo o que ativa os sentidos,
como visão, tato, olfato, deve receber mais atenção das marcas por sua
eficiência na conexão com o público. Muito tem se falado sobre experiências
imersivas e híbridas, que as pessoas possam acessar de onde estiverem. Esses
recursos têm o poder de envolver o usuário com sensações que ativam sua memória
afetiva por meio do cheiro, paladar, audição, entre outros aspectos que
despertam nossos sentidos.
Muitas vezes por orçamento ou
até mesmo por não ver tanto valor nesse tipo de personalização de ativação, as
marcas perdem esse contato ativo com seu público, apostando em outros recursos
que até são importantes, mas não impactam tanto.
CONTEÚDO
BRUTO
Na contramão de conteúdos
superelaborados, o conteúdo bruto deve ter cada vez mais a preferência do
público. Isso porque a naturalidade tem ganhado maior peso nas redes. Embora o
público valorize a entrega audiovisual profissional, outros atributos passam a
ter mais peso, como a identificação, o sentimento de verdade, a autenticidade e
o apreço pela naturalidade em diferentes aspectos.
RELAÇÕES
DE LONGO PRAZO
Distanciando-se do efêmero, as
marcas estarão de olho em parcerias de longo prazo. Por isso, a capacidade de
representar, emocionar e converter será ainda mais importante. O volume de
projetos curtos e publiposts pontuais ou avulsos irá diminuir e a busca por
embaixadores deve aumentar. E, no fim, tudo isso repercute sobre a fidelização
das marcas.
Mariana Missiaggia
https://dcomercio.com.br/publicacao/s/o-que-esperar-da-influencia-digital-em-2024
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