Embaixadora da Inspirali enfatiza os
riscos da subestimação e falta de informação entre o público
feminino
Mulheres estão mais sujeitas a sofrerem um infarto agudo do miocárdio do que os homens, e este tipo de doença já é responsável por mais mortes entre o sexo feminino do que o câncer de mama ou de útero. Este é o alarmante relato da Dra. Marianna Dracoulakis, embaixadora da Inspirali, principal ecossistema de educação médica do país.
Dados da Organização Mundial da Saúde (OMS) indicam que as cardiopatias respondem por um terço das mortes de mulheres no mundo, com 8,5 milhões de óbitos por ano, ou seja, mais de 23 mil por dia. Entre as brasileiras, principalmente acima dos 40 anos, as doenças do coração chegam a representar 30% das causas de morte, a maior taxa da América Latina.
Segundo a Dra. Marianna, o risco cardiovascular nas mulheres é frequentemente subestimado, tanto pela sociedade quanto pelos profissionais de saúde. “Existem fatores de risco específicos das mulheres que não são considerados na avaliação médica e não estão incluídos nos escores de risco tradicionais. Além disso, mulheres demoram mais tempo para procurarem o atendimento médico em caso de urgência por dificuldade no autoconhecimento do quadro clínico”, declara.
Os sinais e sintomas do infarto agudo do miocárdio podem ser diferentes nas
mulheres. Além da clássica dor torácica, frequentemente elas apresentam outros
sinais, como fadiga e tontura, que desviam o foco da suspeita diagnóstica. “Os
profissionais de saúde, médicos e não médicos, demoram mais tempo para
suspeitar e diagnosticar infarto nas mulheres e, assim, elas acabam não
recebendo o tratamento adequado, como intervenção coronária percutânea, por
exemplo”, comenta a médica. “Por tudo isso, as mulheres têm alta taxa de
complicações e mortes relacionadas ao infarto. Precisamos mudar esse cenário”,
finaliza.
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