Estado do Rio de Janeiro confirma alta acentuada no número de casos e a primeira infecção pela variante DEN-4 desde 2018
No início de dezembro, o painel
Observatório Epidemiológico da Prefeitura do Rio de Janeiro confirmou o aumento
de 430% nos casos de dengue registrados este ano em relação ao acumulado de
2022 – com 20.096 casos ocorridos entre janeiro e dezembro contra 4.673 no ano
anterior. As Secretarias de Saúde Estadual e Municipal do Rio de Janeiro também
divulgaram a primeira infecção pelo tipo 4 depois de cinco anos sem registro da
variante no estado. Até o momento, a doença tem quatro tipos conhecidos e se
manifesta tanto de forma assintomática quanto em níveis graves, mas pode ser
prevenida por meio da vacinação. De acordo com o dr. Alberto Chebabo, infectologista
dos laboratórios Sérgio Franco e Lâmina, que fazem parte da Dasa, a maior rede
de saúde integrada do Brasil, a dengue é uma arbovirose transmitida pela picada
do mosquito Aedes aegypti infectado, que também é capaz de
espalhar o zika vírus e a chikungunya. Hoje, são conhecidos quatro tipos de
dengue: as variantes DEN-1, DEN-2, DEN-3 e DEN-4.
A DEN-1 é o tipo mais comum e, depois
de infectar uma pessoa, ela passa a ser imune a essa variante pelo resto da
vida. Já a DEN-2 é conhecida por ser um sorotipo mais agressivo, com maior
risco de desenvolver as formas graves da dengue, principalmente em pacientes
que já tiveram contato com a DEN-1. A terceira variante, DEN-3, é a mais
incomum no Brasil e a DEN-4 tende a ser uma versão mais branda da doença, mas
todas as variantes podem provocar tanto os sintomas mais comuns quanto levar
aos estágios graves da condição.
“Os primeiros sintomas de um paciente
com dengue costumam ser febre alta, que pode durar semanas; dores de cabeça, no
corpo e nas articulações; sensação de mal-estar e de indisposição, como se o
corpo estivesse pesado. Infelizmente, muitos casos demoram a ser confirmados
porque seus sinais podem ser confundidos com outras viroses”, explica o dr.
Chebabo.
Se o paciente não for tratado no estágio
inicial da doença, novos sintomas podem surgir, como falta de apetite, vômitos
e enjoos constantes, manchas avermelhadas na pele e até mesmo sangramento na
região da gengiva e do nariz. Em casos de dengue hemorrágica, o tipo mais
preocupante, são observados sinais que precisam ser identificados e tratados
imediatamente, como dores abdominais fortes, dificuldade para respirar e
vômitos frequentes. e outros sinais que precisam ser identificados e tratados
imediatamente.
“Ter uma infecção reincidente, ou seja,
manifestar a dengue mais de uma vez ou tipos diferentes dessa doença, pode ser
muito perigoso, porque a reinfecção pode agravar o estado de saúde do paciente.
Por isso, é muito importante estar atento aos sintomas, buscar orientação
médica em um posto de saúde ou emergência caso tenha os sintomas e tomar a
vacina da dengue para prevenir o seu desenvolvimento”, enfatiza o dr. Chebabo.
A vacina contra a doença, chamada
QDenga, deve ser tomada em duas doses, com três meses de intervalo entre elas.
Como não houve circulação da variante DEN-4 em território nacional durante a
sua formulação, ainda não foi confirmado se a vacina protege contra esse tipo.
Outras formas de prevenir a dengue
incluem o uso de repelentes, principalmente se estiver em áreas com um número
alto de casos confirmados; uso de roupas que cubram a maior parte do corpo ao
sair de casa; e eliminação dos focos de mosquitos Aedes aegypti,
que costumam colocar os seus ovos em recipientes com água parada, como
caixas-d’água, potes destampados, calhas de telhado e outros.
Nenhum comentário:
Postar um comentário