“Cuidado
com tratamentos que prometem a cura”
Lipoaspiração
está indicada quando as terapias clínicas não surtem tanto efeito
Como reconhecer o
especialista preparado para tratar lipedema
O lipedema é caracterizado pela distribuição desigual e pelo acúmulo de gordura. Geralmente, está localizado nas pernas, coxas, quadris e, às vezes, nos braços. As mulheres são as que mais são afetadas pelo lipedema e não é raro a condição ser confundida com obesidade. O diagnóstico precoce é fundamental para o tratamento eficaz.
“Os sintomas mais
comuns do lipedema incluem inchaço, dor, sensibilidade à pressão, hematomas
frequentes e pernas que se sentem pesadas e cansadas. A progressão do lipedema
pode levar a complicações como dificuldades de mobilidade, redução da qualidade
de vida e impactos emocionais, como ansiedade e depressão”, conta o cirurgião
plástico Dr. Fernando Amato.
O especialista
explica que o diagnóstico de lipedema é clínico e depende de uma boa anamnese
(conversa com o paciente) e exame físico. Exames complementares como ultrassom
e ressonância magnética podem complementar o exame físico, auxiliando o
diagnóstico e tratamento.
O tratamento do
lipedema é multifacetado e visa aliviar os sintomas, melhorar a qualidade de
vida e retardar a progressão da patologia. “A cirurgia deve ser o último
recurso e está indicada quando não há melhora da condição com os tratamentos
terapêuticos e estabilização dos sintomas”, comenta Dr. Amato.
O cirurgião
plástico explica abaixo que podem ser indicadas as seguintes abordagens
clínicas para o tratamento do lipedema, que que incluem mudanças no estilo de
vida:
Atividade
física: Exercícios sem impacto, como a
hidroginástica, são ótimas opções para esses pacientes
Fisioterapia: Drenagem linfática e compressão elástica auxiliam no alívio
dos sintomas
Alimentação: Uma dieta equilibrada pode controlar o peso e evitar o
agravamento do lipedema. Dieta cetogênica ou dietas com restrições de alimentos
com poder inflamatório parecem apresentar melhora e controle dos sintomas.
Medicamentos: Não existe nenhum medicamento específico para o lipedema,
porém, alguns fitoterápicos com poder anti-inflamatório podem ajudar na melhora
dos sintomas. E medicações para o tratamento da obesidade podem auxiliar nos
casos em que a obesidade também está presente.
Amparo
psicológico: O impacto emocional do lipedema não
deve ser subestimado. A terapia psicológica pode ser útil para lidar com o
estresse, ansiedade e depressão que podem acompanhar a condição.
Cirurgia: O tratamento cirúrgico deve ser a última opção, mas, muitas
vezes, acaba sendo o primeiro recurso procurado. Somente depois de tentar o
tratamento clínico e, de preferência apresentando alguma melhora, mesmo que
parcial, deve ser indicada a lipoaspiração para o tratamento do lipedema.
Segurança: É preciso respeitar os limites de gordura a serem retirados
durante a cirurgia, que deve ser menos de 7% do peso corporal do paciente.
“Cuidado com tratamentos que prometem resolver todos sintomas e problemas em
uma única cirurgia, já que a flacidez de pele é um grande desafio e, por isso,
muitas vezes será preciso realizar a cirurgia em etapas (mais de uma
intervenção) para garantir a segurança da paciente”, explica Dr. Fernando Amato,
que é membro da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica (SBCP).
É importante
ressaltar que o tratamento do lipedema é individualizado e depende do estágio
em que se encontra, dos sintomas e das necessidades de cada paciente. Consultar
um profissional de Saúde especializado em lipedema é fundamental para obter o
diagnóstico correto e um plano de tratamento adequado. “Um bom profissional
para tratar lipedema é aquele que apresenta e explica as alternativas de
tratamentos possíveis, adequando-o à realidade do paciente. Fuja daqueles que
prometem resultados rápidos”, alerta Dr. Amato.
Dr. Fernando C. M. Amato – Graduação, Cirurgia Geral, Cirurgia Plástica e Mestrado pela Escola Paulista de Medicina (UNIFESP). Membro Titular pela Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica, membro da Sociedade Internacional de Cirurgia Plástica Estética (ISAPS) e da Sociedade Americana de Cirurgiões Plásticos (ASPS).
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