Atividades culturais, recreativas e esportivas registraram aumento de 17,4%, ao faturar R$ 1,35 bilhão
Em setembro, o Turismo nacional faturou R$ 15,6 bilhões, resultado 1,7% maior do que o registrado no mesmo período do ano passado. Os números são do levantamento mensal do Conselho de Turismo da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP), com base nos dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). A projeção para o término deste ano se mantém na casa dos 11%.
Dentre os principais destaques do mês, estão as atividades culturais, recreativas e esportivas. Com uma sequência de grandes eventos, nacionais e internacionais, o segmento registrou faturamento de R$ 1,35 bilhão no nono mês do ano — aumento de 17,4% em relação ao ano anterior — e deverá seguir apontando bons índices nos próximos meses [tabela 1].
[TABELA 1]
FATURAMENTO DO TURISMO NACIONAL POR SERVIÇOS PRESTADOS
Setembro de 2023
Os alojamentos também contribuíram significativamente para o aumento no faturamento do setor, ao atingir R$ 1,71 bilhão, avanço anual de 12,4%. Segundo dados do Fórum dos Operadores Hoteleiros do Brasil (Fohb), houve aumento de 16,8% na taxa de ocupação dos hotéis nacionais, que chegou a 71,2%, em setembro. Ao mesmo tempo, a manutenção da tarifa média cobrada pelas acomodações contribuiu para o aumento das receitas da atividade.
Embora tenha registrado um crescimento modesto em termos porcentuais, o transporte aéreo de passageiros registrou um novo recorde de faturamento para o mês de setembro, desde o início da série histórica, em 2011. Foram R$ 4 bilhões em receitas, aproximadamente um quarto de todo o faturamento do Turismo no mês em questão. Contudo, vale observar que foram transportados 7,6 milhões de passageiros, abaixo dos 7,8 milhões registrados no mesmo mês de 2019, o que representa alta nos preços.
De acordo com a Entidade, o Turismo deverá permanecer aquecido durante o último trimestre de 2023. Mesmo com o aumento dos preços, os consumidores conseguirão aproveitar condições especiais, seja pela variedade de destinos, seja pelas opções mais em conta, como o transporte rodoviário.
AUMENTO DA INFLAÇÃO
A alta em outubro nos preços médios do setor pode ser explicada pelo crescimento de 6,13% em relação a setembro, de acordo com os dados do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Segundo o levantamento da FecomercioSP, as passagens aéreas subiram 23,7% no décimo mês do ano, após alta de 13,5% no mês anterior, assim como os preços de pacotes turísticos (1,32%) e hospedagem (0,45%), uma vez que ambos já estão com um aumento da procura em razão das comemorações de fim de ano [tabela 2].
[TABELA 2]
INFLAÇÃO DO TURISMO
Outubro de 2023
No acumulado de 12 meses, a inflação do Turismo nacional desacelerou (6,46%), mas ainda segue acima da variação geral dos preços no País (4,82%). De acordo com a Federação, apesar da redução de preços registrada em setembro, a expectativa é de que a pressão de custos e a demanda aquecida impeçam uma retração significativa em curto e médio prazos.
TURISMO REGIONAL
Na análise por região, 21 dos 27 Estados registraram crescimento no faturamento em setembro, na comparação anual. Dentre eles, os que apresentaram as maiores variações do mês foram Mato Grosso (20,8%), Tocantins (15%) e Mato Grosso do Sul (14%).
Por outro lado, Amapá (9,3%), Roraima (7,1%) e São Paulo (4,5%) apontaram faturamento menor em relação a setembro de 2022. Ainda que o Estado paulista contribua com a maior parcela do faturamento do setor, a queda não foi capaz de impactar negativamente o resultado geral.
Nota metodológica
O estudo se baseia nas informações da Pesquisa Anual de Serviços, mediante dados atualizados com as variações da Pesquisa Mensal de Serviços, ambas do IBGE. Os valores são corrigidos mensalmente pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), e foram escolhidas as atividades que têm relação total ou parcial com o turismo. Para as que têm relação parcial, foram utilizados dados de emprego ou de entidades específicas para realizar uma aproximação da participação do setor no total.
Em relação aos dados regionais, a base continua sendo a PAS, mas foi adotado um procedimento estatístico distinto, de uso da proporcionalidade nacional, para encontrar a receita das atividades nos Estados e, na sequência, uma estimativa setorial para se chegar na receita operacional líquida. Embora foram feitas estimativas segmentadas, a divulgação ficará restrita ao total, pois o objetivo é obter uma dimensão geral do setor e acompanhar o desempenho mensal. A correção monetária é feita pelo IPCA, e não pelo índice específico, tal como ocorre no volume de serviços, no IBGE.
O total do faturamento das UFs não coincide com o total nacional do levantamento da FecomercioSP, por não contabilizar o setor aéreo. Pelo fato de não haver clareza sobre como o instituto trabalha o dado de transporte aéreo de passageiro, optou-se por não
usar neste momento. Quando houver uma indicação mais clara, haverá, certamente, uma atualização.
FecomercioSP
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