A tecnologia tem um impacto relevante nas questões relacionadas à oncologia, dada a sua transversalidade no processo, contribuindo de forma decisiva na prevenção, no diagnóstico, no tratamento e nas etapas de reabilitação dos pacientes. Dentro do segmento de dispositivos médicos, a área de imagem, sem dúvida, evoluiu de forma expressiva não só em termos de velocidade, como igualmente definição e detalhe, o que possibilita mais segurança e precisão em cada etapa de sua aplicação. Da mesma forma, diagnósticos clínicos e laboratoriais, específicos para oncologia, têm evoluído de forma contínua.
“No caso
específico do câncer de próstata, a ressonância magnética multiparamétrica da
próstata aumenta a acurácia das biópsias, através da fusão de imagem. Mais
recentemente, o micro-ultrassom com resolução comparável à ressonância
magnética, 300% melhor que o ultrassom convencional, proporciona a
visibilização de regiões suspeitas de câncer de próstata em tempo real e guia
mais precisamente as biópsias. E ainda há o PET-CT PSMA, que significou um
salto enorme de acurácia no diagnóstico do câncer de próstata metastático e na
recorrência, possibilitando tratamento cada vez mais precoce e melhora da
sobrevida”, destaca o dr. João Manzano, professor adjunto do Departamento de
Cirurgia da Universidade Federal de São Paulo e coordenador do Programa de
Cirurgia Robótica em Urologia do Hospital Moriah.
O suporte
cirúrgico robótico também tem sido amplamente adotado para auxiliar no tratamento
dos tumores. O dr. Manzano ressalta o grande avanço do suporte tecnológico,
principalmente com a introdução das plataformas robóticas, como o Robô Da
Vinci, o Versius e o Hugo, os únicos disponíveis no Brasil. Segundo ele, várias
outras plataformas estão sendo lançadas no mundo todo, devido ao grande sucesso
e ao ganho enorme de qualidade proporcionado ao tratamento cirúrgico.
A longo prazo, a evolução tecnológica caminha para a utilização da inteligência artificial no diagnóstico e tratamento, do Big Data, Realidade Virtual e Realidade Aumentada, assim como para a incorporação de novas plataformas robóticas, mais autônomas e eficazes. Além disso, terapias alvo-molecular e terapia gênica poderão nortear o desenvolvimento de novos tratamentos mais eficazes contra o câncer. Já as tecnologias diagnósticas permitirão aos médicos acessar informações mais precisas sobre as condições dos pacientes, oferecendo assim um atendimento individualizado, diagnósticos mais precisos e tratamentos mais rápidos, aumentando a sobrevida e qualidade de vida.
O dr. Manzano
lembra, porém, que a experiência da prática médica é fundamental para a
implementação dos novos recursos tecnológicos, que ajudarão o médico na prática
clínica, “mas a experiência continua sendo o principal fator relacionado à
qualidade e ao resultado”.
ABIMED - Associação Brasileira da Indústria de
Tecnologia para Saúde
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