O Brasil é um dos 10 países com maior número de pessoas com diabetes mellitus no mundo, ocupando a 6ª posição em incidência, com 15,7 milhões de pacientes adultos (20 a 79 anos), perdendo apenas para China, Índia, Paquistão, Estados Unidos e Indonésia. A incidência estimada da doença em 2045 chega a 23,2 milhões. Esses dados estão no Atlas de Diabetes da Federação Internacional de Diabetes (IDF 2021).
Todos sabemos que não é fácil viver com diabetes, no entanto, os fabricantes de dispositivos médicos desenvolveram formas inovadoras de gerir melhor os níveis de glicose no sangue e administrar insulina. Os sistemas de monitoramento contínuo de glicose (CGM) fornecem leituras de glicose em tempo real usando um sensor inserido logo abaixo da pele, um transmissor e um pequeno receptor. As bombas de insulina inteligentes atuais integram-se aos sistemas CGM para prever e administrar automaticamente a quantidade certa de insulina.
Se alguém souber que precisa ajustar a dose por qualquer motivo, o aplicativo associado à bomba poderá ajudá-lo a estimar e depois modificar a dose. E os usuários não precisam mais picar os dedos para medir o nível de açúcar no sangue e depois injetar-se várias vezes ao dia, porque essas bombas podem permanecer em um único local por até dois a três dias.
Mas os avanços notáveis provocados por estas tecnologias de monitorização e administração de insulina, como é o caso da tecnologia utilizada noutros dispositivos médicos conectados (IoMT), como os pacemakers, também aumentam a superfície de ameaça destes dispositivos.
“Sou um profissional de segurança que passou boa parte da minha carreira ajudando fabricantes a proteger dispositivos conectados. Quando comecei a usar um CGM e a conectar uma bomba de insulina em meu tratamento, não pude deixar de pensar na segurança. Um hacker poderia assumir o controle de uma bomba de insulina? Os níveis de glicose no sangue poderiam ser alterados para fornecer leituras falsas? Qual seria o resultado desses compromissos?”, diz Mike Nelson, VP de Digital Trust da DigiCert. É por isso que a confiança digital é essencial.
Aprendendo como a confiança digital funciona para proteger as tecnologias de diabetes
Para que os sistemas CGM e as bombas de insulina funcionem em conjunto, necessitam não só da capacidade de confiar nos dados que lhes são transmitidos, mas também da capacidade de confiar nas identidades dos dispositivos que acedem a esses dados. Isto significa que estes dispositivos necessitam de medidas de autenticação adequadas, bem como meios para impedir a clonagem de dispositivos como proteções de segurança adicionais.
Os fabricantes de IoMT estão bem conscientes dos riscos de segurança que os seus dispositivos podem representar. Vejamos uma inovação recente no CGM: o sistema de insulina de circuito fechado. Este sistema conecta o CGM e a bomba de insulina do usuário, permitindo que a bomba detecte e corrija autonomamente os níveis de açúcar no sangue. Além disso, muitas dessas tecnologias também possuem aplicativos correspondentes para smartphones e smartwatches que os pacientes podem usar para verificar seus níveis de glicose em tempo real, entre outras coisas. Há vários pontos nesses processos em que um agente de ameaça poderia se infiltrar no sistema e alterar essas ações bem ajustadas.
“Como resultado, a confiança digital tornou-se uma peça
fundamental da sua estratégia de segurança. “Eles sabem que precisam de
controles de segurança avançados para garantir que as pessoas que usam seus
dispositivos não tenham que se preocupar com o comprometimento de qualquer
aspecto do ecossistema de entrega – sistema, dispositivo e dados”, afirma Mike
Nelson.
Sistemas de segurança e bombas de insulina
Os sistemas de administração de insulina e CGM precisam de confiança digital para que os diabéticos possam confiar neles sem qualquer incerteza. Nenhum dispositivo conectado, independentemente de seus benefícios, vale a pena ser usado se apresentar riscos desnecessários. As picadas nos dedos podem ser dolorosas, mas são preferíveis a não poder confiar que os níveis de glicose são precisos ou questionar se uma bomba pode estar comprometida.
Os usuários finais dependem dessas empresas para garantir que os controles de autenticidade e identidade atendam às diretrizes regulatórias emergentes e para impedir a falsificação e a adulteração. “Como diabéticos, já temos o suficiente para nos preocupar em garantir que permaneceremos saudáveis. A última coisa com que precisamos nos preocupar é a segurança do dispositivo. Esse não deveria ser o trabalho do paciente”, diz Nelson.
A tranquilidade que advém do acesso a dados precisos e
contínuos, aliada ao alívio de saber que tais soluções são seguras e confiáveis
— agora é aí que a confiança digital encontra o mundo real.
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