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quarta-feira, 15 de novembro de 2023

Diabetes faz a pele perder sensibilidade

·         A lipodistrofia pode acometer pessoas com diabetes tipo 1

 

“O maior órgão do corpo humano, a pele, também pode sofrer as consequências do diabetes mal controlado. Essa relação se dá porque a glicemia alta prejudica a irrigação dos vasos pequenos que nutrem a pele”, explica Dra. Denise Reis Franco, endocrinologista da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia – Regional São Paulo (SBEM-SP).

 

Ela conta que a principal complicação do diabetes é um processo inflamatório nos vasos. Uma vez comprometidos, a nutrição da pele fica prejudicada. Já os nervos é quem dão a sensibilidade. Se o nervo estiver embebido de glicose, ou seja, se o diabetes está descompensado por muito tempo, a função do nervo fica diminuída e a pele é um dos principais receptores das funções dos nervos.

 

Assim, vai diminuindo a capacidade de sensibilidade da pele e, com o tempo, a pessoa pode sentir formigamento, dor até perder a sensibilidade por completo. “Pessoas que têm a glicemia descompensada por muito tempo por falta de controle podem até sofrer lesões na pele sem sentir dor e, quando percebem, a lesão já está comprometida. Esse comprometimento dos nervos causado pelo diabetes é o que chamamos de neuropatia”, comenta a endocrinologista.

 

Pés e pernas são as primeiras regiões do corpo que perdem a sensibilidade por causa da neuropatia, mas essa complicação também pode acometer outras partes do corpo. Por isso, segundo a médica, “além de fazer o controle da glicemia é importante estar atento às sensações da pele”.

 

A pessoa com diabetes deve manter os pés sempre hidratados e fazer um autoexame para detectar possíveis ferimentos que passaram despercebidos. A glicemia descompensada também pode causar maior proliferação de fungos na pele, causando as frieiras e micoses, já que a pele estará mais seca e atrófica.

 

Uma alteração que pode acontecer na pele de quem tem diabetes tipo 1 e aplica insulina todo dia, sem fazer o rodízio da região do corpo para receber esse hormônio, é a lipodistrofia. A agulha da aplicação da insulina vai criando uma inflamação na pele e ocorre um processo de cicatrização diferente, o que diminui a capacidade de absorção adequada da insulina. Nestes casos, aumenta-se o risco de uma hipoglicemia ou de hiperglicemia. “A dica é: faça o rodízio, troque as agulhas em cada aplicação, e isso vai ajudar na saúde da sua pele e no melhor controle glicêmico”, conclui Dra. Denise.

 

SBEM-SP - Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia do Estado de São Paulo
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